Hoje a menina teve de ir tratar de uma burocraciazita. Ora, como até é pecado entrar e sair da estação de metro do Colégio Militar sem um airoso pulito ao Colombo, lá fui eu procrastinar durante mais umas horas e fugindo assim da pilha de testes que ainda me espera.
Antes de mostrar as minhas coisinhas novas, deixem-me partilhar convosco um facto que me perturbou. Tendo corrido todas as lojas de roupa da praxe e saindo sempre de mãos a abanar, fiquei enojada com o tamanho da cintura de umas calças 38 que vi na Zara. As ditas calças não teriam mais de vinte centimetros de largura na cintura e eram, repito, um 38. Como raio é possível que isto seja permitido? Isso e a mania de fazer calças de ganga que até têm cinturas normais mas cujo segmento que vai do joelho para baixo é tão estreito que não há perna humana com chichinha à volta do osso que caiba naquilo. Mas estas lojas esperam o quê? Que venhamos todas para casa vomitar o almoço para conseguirmos caber naquilo? O problema é que eu, com vinte e seis anos, vejo que tais peças de roupa não são anatomicamente usáveis, mas não sei se uma miúda de catorze chega à mesma conclusão. Enfim... Hoje em dia já não querem que sejamos mulheres: querem que sejamos caniços.
Pronto. Manifestada que está a minha indignação, já posso mostrar os novos habitantes desta casa. Não é roupinha porque não gostei de nada do que experimentei. Também não são sapatitos porque nada me fez lançar faíscas de alegria pelos olhos (juro que às vezes, quando vejo uns sapatos bonitos, chego a parecer aqueles foguetes que se usam para pedir auxílio em alto mar). E apesar de ter visto umas pulseiras de que gostei (coisa raríssima, minha gente, raríssima), também não as comprei porque a fila era enorme e não me apetecia esperar.
Resultado: mais livros. Que eu sou assim: dez horas para comprar uma peça de roupa que ame e minuto e meio para arranjar dois livros novos. Cá estão eles:
Ora, aí está o belo do José e Pilar: Conversas Inéditas, um livro que reproduz algumas das conversas que não foram incluídas no documentário realizado por Miguel Gonçalves Mendes (e que todos torcemos para que venha a ser nomeado para um Óscar da Academia) sobre José Saramago e a mulher, Pilar del Rio. Ouvi dizer que ele fala, a dada altura, de D. Quixote. Alegria! Júbilo! Histeria!
Mudam-se para esta casa, também, os dois volumes de Os Pilares da Terra, de Ken Follet, que vêm numa caixa catita e que estavam a um preço mesmo deslumbrante (ao qual ainda se acrescentaram outros dois descontos inesperadamente avantajados, devo dizer).
E pronto: estantes desta casa, amanhem-se, desenrasquem-se, façam o que quiserem, mas arrumem-se de modo a receberem com dignidade estes senhores!
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