quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dia de choque

Denominei o dia de hoje como sendo o "dia de choque". É que hoje eu e muitas outras pessoas deparámo-nos com um valor de ordenado diferente daquele a que estávamos habituadas. Não fiquei muito escandalizada porque já esperava algo assim, mas não deixei de ter uns catitas cinco minutos de atordoamento. Findos esses momentos desgostosos, respirei fundo e fui trabalhar.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Mais um encerramento

E agora Viana do Castelo pode preparar-se para dizer adeus às salas de cinema do Estação Viana Shopping. Nem sei como ainda me espanto com estas misérias.

Abomino

Pessoas que vão pela rua a tossir para o ar sem se darem ao mínimo esforço de colocarem uma das patas a tapar a boca e a servir de barreira para os inúmeros perdigotos badalhocos que passam, depois do acto javardo, a ser propriedade de todos os desgraçados que respiram o mesmo ar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O próximo

O senhor que se segue tem sangue azul e pelo que dizem era bem bonito. Era culto, apaixonado e morreu novo. Eis o nosso D. Pedro V.

Deslumbramento

Ontem acabei de ler o Três Vidas de Santos, de Eduardo Mendonza. Gostei muito do primeiro conto, narrado por um miúdo que cresce apreciando o desenvolvimento de uma experiência curiosa e que acaba de maneira inusitada. Do segundo não gostei. Aborreci-me um pouco, mas lá o despachei. E ainda bem porque assim cheguei ao terceiro e último conto, que é bom mas bom. A história é sobre uma professora de literatura que vai ministrar um curso de literatura numa prisão e que se cruza com um detido que, muito pelo meio de um aparente desinteresse, acaba por apaixonar-se pelos livros e pela leitura. A partir daí a história dos dois desenrola-se e chegamos a um final que surpreende por, provavelmente, corresponder ao exacto contrário daquilo que nós faríamos.

Se procuram um livro que vos entretenha e vos deixe com a pulga atrás da orelha, aconselho-vos este. Vale a pena.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Últimos vales de Natal

E pronto, lá estourei todos os vales que recebi no Natal. Vou ter saudades de ir à Fnac com a mala cheia de cartões que ofereciam uma enorme possibilidade de escolha. Os últimos a virem comigo foram estes:

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Menina Quer Isto XXXV

A menina descobriu ontem que quer muito este livro. Pena a menina só descobrir livros caros...


Nota: A imagem foi retirada da página da Wook.

Novo companheiro

Depois de muitos dias tristes, resolvi começar este. Por enquanto vai bem e já me arrancou um ou dois sorrisinhos. Ainda bem.


Notita: A imagem da capa saiu da página da Wook.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

À avó

Conheci a minha avó já com o cabelo quase branco. Durante muitos anos usou um «carrapito» que consistia numa trança que depois enrolava e prendia na parte de trás da cabeça com alguns ganchos e uma travessa. Foi assim até ao dia em que, por já ter dificuldades em levantar os braços como sempre fizera para este ritual de arranjar o cabelo todas as manhãs, resolveu cortá-lo. A avó do carrapito foi-se, mas ficou outra e eu gostava dela na mesma.
 
A minha avó tinha uma genica imensa. Trabalhava com gosto e punha amor em tudo o que fazia. Sabia como seria o tempo no dia seguinte só de olhar para o céu. E no Verão, em noites de céu estrelado, apontava-me para o «Caminho de Santiago» e mandava-me pedir desejos às estrelas cadentes. Sentava-se connosco a apanhar o ar fresco das noites de Agosto e conversava. A voz dela sempre me soou calma e o ritmo que dava às suas frases acabavam por me enrolar num soninho bom que me sabia muito bem. No dia seguinte era sempre a primeira a levantar-se. Ouviamo-la andar na cozinha, preparando tudo o que precisava. O dia dela era imenso. Cabia um mundo nas vinte e quatro horas que tinha pela frente, mas pelo meio houve sempre tempo para todos. E bondade. Uma bondade imensa que nunca mais encontrei em ninguém.
 
A minha avó era diferente de todas as pessoas. Quantas vezes foi ela regar as hortas com os pés descalços nos regos que ela própria abria com a sua sachola? E quantas vezes me descalcei também e chapinhei perto dela, invejando interiormente aquela vida de água fresca e de sol? Quantas vezes me deixou mergulhar no tanque onde durante anos lavou parte da roupa de casa? Quantas vezes me deixou usar uma parte da massa do pão para fazer um «bola» pequenina para mim? E quantas vezes me fez a mim e aos outros netos as vontades, passando-nos para a mão todos os objectos que julgávamos necessários para as nossas brincadeiras? Quantas facas nos emprestou ela para que pudéssemos cortar as cordas para fazermos um baloiço? E quantas vezes nos fez ela mesma o baloiço que tanto queríamos? Acabávamos invariavelmente de rabo no chão, já que a corda se partia sempre pelo roçar com o ramo da árvore, mas enquanto isso não acontecia, divertíamo-nos à brava. Ela divertia-se ao ver-nos assim.
 
A minha avó era doce, sábia, cheia de energia e de ternura. Subiu a correr Serra da Marofa com alguns netos pela mão e foi disso que lhe falei na nossa última conversa. No Natal conversei com ela pelo telefone e desejei-lhe muitas coisas boas. Respondeu-me, num fio de voz, que não queria nada, só saúde. Disse-lhe que ainda teria muita e que subiria de novo a serra, comigo pela mão. Não acreditava no que dizia, mas tinha ainda alguma esperança de que melhorasse e de que a pudesse voltar a ver tal como a recordava. Já não a vi, nem voltei a falar com ela. A minha avó despediu-se do mundo no Sábado à tarde, perante duas das pessoas que mais amava. Lembro-me da última vez em que a vi, sem saber que seria a derradeira e quero guardar essa memória. Essa e todas as outras porque com ela só fui feliz. Quero guardar a imagem da mulher pequenina de cabelo branco e rosto rosado, sabedora de tantas coisas que uma vida não chegaria para eu ou outro as aprendermos. Ficará comigo a recordação de uma mãe maravilhosa, de uma avó carinhosa, de uma mulher boa e amada por quem a rodeava.
 
Na despedida, a festa da aldeia parou e muitos dos que a conheceram acabaram a encher a igreja, de tal modo que não foram poucos os que tiveram de ficar na rua. Vimo-la ser sepultada no mesmo sítio onde quase uma década antes deixámos o meu avô. Não sei se foi para o céu porque me custa, agora, a crer que isso exista. Mas sei que a pessoa que estava naquele caixão não era a minha avó. Era alguém que não conheci, que nunca tinha visto e cuja imagem quero esquecer depressa para que só reste a da mulher saudável que foi. A cor amarela, a magreza extrema, o rosto carregado não eram os da avó que conheci. Seriam faces da maldita doença que a levou, mas a minha avó, a avó de quem tenho umas saudades enormes e sem a qual sei que será difícil viver, não era assim. Era bonita. É bonita. Sê-lo-á para sempre na minha memória.
 
Até sempre, avó.
 
 
«Se do que vi ou tive uma saudade sinto,
feita de raiva e do vazio gélido,
não é saudade, não. Mas muito apenas
o horror de não se saber como se sabe agora
o mesmo que aprendi. E a solidão
de tudo ser igual doutra maneira.
E o medo de que a vida seja isto:
um hábito quebrado que se não reata,
senão noutros lugares que não conheço.»
 
Excerto do poema «Noutros Lugares», de Jorge de Sena

sábado, 19 de janeiro de 2013

Sustos

Bem, toda a chuva e vento do mundo uniram-se para dar cabo de nós durante esta noite! Admito que me encolhi de susto algumas vezes...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Preços mínimos Fnac

Ontem, numa tentativa de ganhar algum ânimo, fomos à Fnac para ver em que consistiam os preços mínimos tão anunciados nos últimos tempos. De lá vieram três coisinhas, sendo que um dos livros não estava em promoção. Apresento-vos,então, os felizes contemplados:


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ausência

Tenho passado pouco por aqui e peço desculpa. Mas, honestamente, não tenho cabeça e não tenho qualquer vontade de vir escrever qualquer coisa só para «picar o ponto». Isto voltará ao normal, assim que me sinta capaz. Escrever faz bem, porém muitas vezes custa bastante.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desistência


Desisti de ler A Filha da Fortuna, de Isabel Allende. Pelo menos por uns tempos não voltarei a pegar no livro. Quem leu A Casa dos Espíritos e depois lê este chega a duvidar de que ambos sejam da mesma autora. No primeiro, cada página é motivo de espanto. Deparamo-nos com aquele realismo sul-americano que tanto enriquece os livros. Porém, em A Filha da Fortuna, nada acontece. Vamos passado as páginas e não chegamos a perceber o que raio se passa. Com quinze por cento da obra lida, ainda me via numa apresentação das personagens e sem encontrar nelas um traço que fosse da força que tinham as personagens de A Casa dos Espíritos. Não digo que o romance não viesse a melhorar, contudo não tive vontade de continuar a ler um texto que parece não sair do mesmo, que parou na descrição de uma personagem e que parece ter ignorado todo o resto. Talvez um dia regresse a ele, que até era um livro escrito de forma simples e cuja história (lida em sinopse) prometia. Porém, por agora, continuará adormecido no Kindle.


Entretanto, comecei este:


Nota: A imagem foi retirada da página da Wook.

A zanga

Foram poucas as vezes em que, ao longo de muitos anos, tive de me zangar com a Zon. Porém, parece que o que correu bem durante bastante mais de uma década resolveu correr muito mal numa semana e meia. Neste momento estou a pontos de terminar o contrato com eles por várias razões: porque a internet não deve funcionar como tem vindo a acontecer desde há uma semana e meia, porque não se ignoram os clientes da forma como tem vindo a acontecer comigo, porque não tenho visto vontade na resolução do problema por parte de quem já me atendeu. Apenas hoje, uma semana e meia desde o início de toda esta odisseia, fui atendida por alguém que realmente revelou alguma competência e preocupação. E sabem quando é que isso aconteceu? Quando liguei directamente para a linha de cessação de contratos. Agora é esperar para ver se o problema se resolve mesmo ou se terei de procurar uma outra empresa a quem entregar os serviços que por agora tenho com a Zon. Pela minha parte devo dizer que estou farta de contactos com gente que se está a borrifar para o que acontece com os serviços da empresa e mais ainda com a satisfação dos clientes. Felizmente, nem todos trabalham do mesmo modo e alguns ainda conseguem, realmente, demonstrar vontade na resolução de falhas do serviço. Pena é que seja preciso ligar para a última hipótese de todas e estar-se a pontos de desistir de um contrato para nos cruzarmos com esses funcionários.

Pensar por outra cabeça

O que é que deu na cabeça dos pais e das mães deste mundo que se lembraram de cemeçar A FAZER os trabalhos de casa dos filhos? Julgarão eles que ninguém percebe o que aconteceu? Que coisa estúpida...

domingo, 13 de janeiro de 2013

Problema resolvido

Ontem nasceu, finalmente, mais uma estante cá em casa. Portanto, o problema dos livros que, quais cogumelos enfurecidos, nascem e pululam cá por casa que nem uns loucos está resolvido por uns tempos. Mais: esta estante (perdoem a cacofonia) veio para onde eu a queria já há muito e, contrariamente aos prognósticos alheios, assentou que nem uma luva na parede seleccionada. Já está montadinha (obrigada, fofinho) e carregadinha, embora com muitos espaços livres bastante promissores. E, claro, também já foi devidamente embonecada com quixotes e afins.

Portanto, agora é que é: adormeço e acordo a olhar para livros. Nada mau.

A Chanel da discórdia

Sobre o vídeo da "Pepa" (alminha de cuja existência eu não tive conhecimento até à semana passada) e que tem vindo a agitar a blogosfera, só tenho três coisinhas muito singelas a dizer. Aí vão:

- que pronúncia é aquela?

- sou só eu que encontro ali uma corrente de ar inacreditável?

- e mais a sério: estamos em crise, que estamos, mas o dinheiro para a mala não é da moça? Não trabalha para o ter? Então por que raio não pode ela juntá-lo para comprar o que quer? Que o dinheiro que ela vai gastar faça falta a muita gente é coisa que não discuto, mas as coisas são assim e, infelizmente, não é a Chanel da rapariga que vai mudar ou acabar com os males do mundo. Por isso, tenhamos todos juizinho e deixemo-nos de armar banzés de cada vez que alguém diz que vai gastar mais de cinco euros, ganhos a trabalhar, em algo que não seja um indiscutível bem de primeira necessidade.


Sem assunto

Já comecei uma quixotada umas mil vezes e não sai nada. Durante o dia vou-me lembrando de temas sobre os quais gostaria de escrever aqui, mas acabo quase sempre por me esquecer deles. Por isso esta quixotada é uma "não quixotada", já que não dirá grande coisa. Só que este também já cá mora:


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

«Quaise»

Outra coisa que gostava de compreender é a do «quaise». Escreve-se «quase», lê-se «quase», mas há quem insista em ler «quaise». Cada vez mais acho que as pessoas deviam pagar por cada letra extra que colocam nas palavras. Acabavam-se os disparates num instante.

Uma triste sina

Cada vez que penso que a RTP acabou com o programa Câmara Clara, na RTP 2, e deixou o Preço Certo até me sinto doente! Palavra de honra: é preciso ver os portugueses como uns grandes «nharros» para acabar com o único programa sobre livros e outras áreas da cultura e deixar a maior imbecilidade que este mundo já viu. Até o meu pai, que apreciava a porcaria do programa, já diz estar enjoado de tal coisa. Quantos mais anos pretenderão andar a passar um programa que é uma ode à estupidez e à piada fácil? Eu até compreendo que os dois programas acima referidos não sejam sequer comparáveis. Contudo, o Câmara Clara era único e coisas como o Preço Certo há aos magotes nos canais portugueses. Enfim, é a mesma miséria de sempre. Com atitudes pequeninas como a que o canal público tomou ao terminar com aquele programa é que não saímos mesmo da cepa torta. Resta-nos, pois, aturar o Fernando Mendes. Há sinas tristes...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Menina Sugere Isto IX

Bem sei que escolher um livro para uma criança nem sempre é tarefa fácil. Aliás, reformulo o que disse: escolher um bom livro não é fácil, já que maus há muitos. Contudo, felizmente, existem disponíveis coisas com muita qualidade e pelas quais podemos optar. Estou, por motivos profissionais, a reler um livro infanto-juvenil que não lia há uns aninhos. É de um conhecido autor português e é dos livros mais engraçados que já tive a oportunidade de ler. Falo-vos de As Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira. Conta a história do rapaz que dá nome ao livro e que, farto de viver na triste aldeia de Chora-Que-Logo-Bebes, onde todos choram e se lamuriam dias inteiros, resolve saltar o muro que separa a sua terra da Floresta. Ali, será pressionado a continuar infeliz, mas ele, espevitado como qualquer miúdo daquela idade, recusa-se a ser mais um chorão e dá luta. Vai cruzar-se com muitas criaturas mágicas que vão tentar fazê-lo vergar através de armadilhas que são descritas de forma hilariante (dou-vos como exemplo a das árvores com vida que fazem do João Sem Medo uma bola de râguebi e que, no fim do treino e por mando do treinador, vão para o balneário para despirem as suas camisolas e cuecas de cortiça ou a da fada que... Bem, sobre esta faço surpresa porque é demasiado engraçada!).

Assim, quando tiverem dúvidas sobre que livro podem oferecer a uma criança que está ali com um pezinho na adolescência e se forem, como eu, fervorosos oponentes de coisas como diários de totós ou de bananas, pensem nestas aventuras. São divertidas e saíram da mão de um belíssimo escritor português que queria, como diz na dedicatória, fazer renascer nos homens a criança que houve dentro deles um dia.
 

Pilhas e pilhas

As pilhas de livros crescem no meu quarto como cogumelos. Qualquer dia não me mexo aqui dentro. Maldita falta de espaço para pôr estantes!



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Picuinhices

Ao que parece, uma encarregada de educação indicou numa reunião que gostaria de saber de forma clara, referindo-se aos testes da filha, tudo o que lhe foi descontado, por que lhe foi descontado e quanto foi descontado sempre que a resposta não está inteiramente certa. Estamos a falar da mãe de uma aluna que, felizmente, colecciona notas máximas. Ora, é precisamente isso o que me leva a perguntar: o que é que ela quer mais? Pois se quando entregamos os testes fazemos, no quadro, a correcção escrita dos mesmos, o que quer mais? É só confrontar o teste da filha com a resposta certa e pronto. Ah, mas assim não sabe quanto descontei por cada coisinha. Pois é... Mas isso faz parte, minha senhora. Eu e os outros docentes não podemos entregar um relatório com todos os descontos de pontuação feitos num teste. Vai ter mesmo de confiar em nós. E se não confiar olhe... Leve a miúda para casa e veja se faz um trabalho melhor. Dado o volume de "cincos" que lhe encontro na pauta, tenho dúvidas de que o consiga, mas tente. Cá estaria eu e todos os professores para assistir ao seu desempenho e em ânsias para ver quantas décimas descontaria em cada resposta.

Atura-se cada uma...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A Menina Quer Isto XXXIV

No outro dia, no Sábado, melhor dizendo, um dia de loucura de compras que ficará para memória futura como o dia em que eu e o meu moço nos passámos da cabeça na Feira da Ladra, na Fnac e na Worten, descobri um livrinho que me pareceu muito bem, mas que não trouxe para casa por pura vergonha na cara. É que, vamos lá ver, custa mais de vinte euros, o que o torna caro aos meus olhos. É verdade que tenho vales da Fnac para gastar, sim, mas não é menos verdade que NÃO HÁ ESPACINHO LIVRE NENHUM nas estantes cá de casa. Portanto, enquanto não comprar uma estante nova, parece-me que não poderão haver muitas mais extravagâncias literárias, sob pena de um dia ser cuspida para fora de casa. Em todo o caso, a menina queria muito este:
 
 

Heterodiegético

Hoje, à pergunta "O que é um narrador heterodiegético?", um dos alunos respondeu-me que é um narrador que gosta de mulheres. E é isto...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Falta de sorte

Dormi umas desgraçadas cinco horas, embora me tenha deitado com as galinhas. E porquê? Porque o meu vizinho de cima achou que ontem, depois das onze e meia e quase até à uma, era uma excelente altura para arrumações. À meia-noite e quarenta tive de lhe ir explicar que a essa hora tudo se ouve num prédio em silêncio. Ainda tentou negar que o barulho viesse da sua casa, mas depois acabou por pedir desculpa e a coisa acalmou. Eu adormeci uma meia hora depois e acordei às seis. Como tenho mesmo muita sorte, hoje é o dia em que passo mais tempo no trabalho e em que dou mais aulas. Não sei muito bem como vai isto correr, mas até tenho medo...

sábado, 5 de janeiro de 2013

Um, dois três: experiência

Por aqui experimenta-se uma quixotada mais moderna: por meio de um iPad. So far so good... Estou uma aventureira dada às inovações tecnológicas!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ainda me espanto

Parece que «entroikado» foi a palavra do ano anterior. Portanto é isto e não me canso de o lembrar: um país que elege como o melhor português de sempre um ditador, que elege uma música pimba como a canção do ano e que escolhe como a palavra de 2012 uma coisa que nunca existiu na nossa língua e que ninguém sabe muito bem o que quer dizer.

«Amostrar»

Mais um erro de Português daqueles:
 
« - Ó coisa, já amostraste isso à tua mãe?»
 
Já nem menciono o péssimo hábito que alguns arranjaram de tratar alguém de cujo nome não se lembram por «coisa». É daquelas expressões que me soam mal educadas até ao fim do mundo, mas há quem não tenha noção disso. Falo, sim, do acrescento típico ao verbo «mostrar». Se se escreve assim, começando com a letra «m», por que raio há de se ler «amostrar»? Alguém percebe? Eu não.  Por acaso, se essas pessoas forem procurar o significado da palavra ao dicionário, vão à entrada da letra «a»? É o que falta!
 
Quem disse esta pérola foi uma menina que teria uns dezanove anos e com quem me cruzei ontem na Fnac. Provavelmente trata-se de uma moça que ainda estuda e que está em boa idade para saber que isto, assim como o «treuze» de que falei há uns dias, não se diz. Falar a nossa língua não devia ser só abrir a boca e deixar sair. Isso até um papagaio faz. Devia existir mais cuidado e algum esforço para corrigir vícios como este. O semi-heterónimo Bernardo Soares disse a frase «A minha pátria é a língua portuguesa». Dúvido é que fosse esta, mal falada, alterada e desrespeitada. Esta, a dos «treuzes» e do «amostrar», não é pátria para ninguém.

Indagação

E o que eu gostava de saber a razão pela qual, de tempos a tempos, fico sem posição para dormir e até mesmo aquela com que me sinto mais confortável e em que me vou pondo noite após noite me parece uma real porcaria? Será que fico desconfigurada de vez em quando? Alguém tem resposta? Dava-me jeito ultrapassar rapidamente esta fase de esquisitices na hora de adormecer.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O fim da pousada no Gil Eannes

Ano novo, hábitos velhos. Mas também, é difícil não os ter quando continuamos a ver coisas que são atentados ao que de bonito e único temos. Assim, vamos lá bater no ceguinho que ele bem merece.
 
Ora, hoje soube que o nosso (excelso e mui dado a estas coisas) Governo resolveu encerrar definitivamente a Pousada da Juventude que existe dentro do Navio Gil Eannes, em Viana do Castelo. Porquê? Pela razão do costume: o custo da manutenção é elevado e a afluência é pouca. Em suma: obedece aos critérios costumeiros para arrasar com tudo. É/era a única pousada flutuante do país, mas isso não interessa aos senhores que podem bem pagar uma noite num hotel catita. Era pouso para muitos jovens portugueses e de outras nacionalidades que por ali paravam durante o ano e em especial no Verão, em Agosto, durante a famosa Romaria da Senhora da Agonia. Mas que importa isso? Custa caro, acaba-se: agora é assim.
 
Ainda espanta. A sério que estas coisas ainda vão espantando, apesar de já termos a obrigação de nos irmos habituando a estes encerramentos, a estes finais pouco airosos para coisas que tínhamos como nossas e que nos faziam falta. É que nós pagamos os impostos, mais as derrapagens e os desvios e até pagamos a merda feita em bancos privados que nenhum engravatado soube gerir. Porém, como contrapartida recebemos sempre uma mão cheia de nada e outra que ainda nos leva aquilo de que gostamos. Vão-se centros de saúde, maternidades, escolas, tribunais e agora até já o que julgávamos adquirido e inócuo encerra. Aos poucos ficamos com um Portugal vazio, triste e feio. Com fartura só temos por cá as vacas loucas que nos governam e que nos roubam, diariamente, mais um bocadinho da alegria.
 
Por mim a Pousada da Juventude do Navio Gil Eannes, em Viana do Castelo, continuava aberta e a servir todos os que querem conhecer aquela linda cidade minhota. Por mim continuava aberta a pousada e muitas das outras coisas que vão fechando por serem dispendiosas (ou por outras razões que nem chegamos a compreender), sem que, contudo, nos reduzam o muito que descontamos para as ter (a essas e outras). O Navio Gil Eanes, até ver, continuará por lá para ser visitado, porém estará mais pobre. Ele e todos nós. O que nos tirarão a seguir?
 


 
 

2013

E pronto: estamos em 2013. Quase nem se deu pela mudança, de rápido que passaram estes dias. Mas enfim, chegámos ao fim da quadra natalícia, voltemos à fona do costume. Amanhã recomeçam as aulas e lá vou eu. Mas já estou aqui doidinha para que chegue sábado. Efectivamente, há coisas que nunca mudam e o meu amor por este dia da semana manter-se-á neste novo ano. Venha ele, então!

 
Nota: A imagem saiu daqui.