Pois parece que este ano haverá menos luzes de Natal nas ruas de Portugal (excepção feita às da nossa bela ilha da Madeira, cujo presidente ainda não percebeu muito bem que o país está em crise...). Tenho pena porque uma das partes bonitas do Natal consiste em ver as iluminações das principais ruas de cada município. Para quem mora em Lisboa, faz parte da festa ir até à Baixa para ver os arcos, as bolas e os anjos de cores variadas que decoram a cidade por essa altura.
Mas este ano é diferente de todos, infelizmente. Não podemos queimar dinheiro dos municípios em electricidade (cujo I.V.A., este ano, aumentou bastante), quando é cada vez menor a ajuda que se consegue dar a quem passa fome, a quem não tem dinheiro para a medicação, a quem não tem emprego.
Claro que isto, como tudo na vida, tem o outro lado da questão. As iluminações natalícias nas ruas não existiam apenas como deleite para a vista. Eram, também, um chamariz para o comércio tradicional. Íamos até à Baixa (para dar um exemplo lisboeta), víamos as luzes e, inevitavelmente, as montras. Ainda que não fosse muito, as pequenas lojas sempre vendiam qualquer coisa. Ora, se as iluminações deixam de ser um chamariz, como conseguirão as lojas tradicionais salvar o seu próprio Natal?
Contudo, na Madeira gastar-se-ão 3 milhões de euros nas iluminações e no fogo de artifício de final de ano. E, ao que parece, esse dinheiro será retirado do orçamento para o ano que vem. Temos, portanto, mais um mau exemplo a vir de cima: gastar-se-á mal um dinheiro que ainda não se tem. Foi ou não foi a fazer isto que chegámos onde chegámos?
Portanto este Natal será menos luminoso, mas não é por isso que tem de ser mais triste. Menos luzes, menos cor, menos símbolos pelas nossas ruas talvez nos levem a procurar o verdadeiro significado do Natal e a perceber que era antes, quando a crise ainda não nos fazia cortar em nada, que andávamos a fazer tudo errado.
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