sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ratoeira

Foi preciso escrever uma quixotada sobre a despensa para o moço vir ler o blogue.
 
Apanhei-te, moço.

Despensa

Eu quase nunca falo aqui do moço, mas hoje tenho de dizer-vos uma coisa: ele é ESPANTOSO a arrumar a despensa cá de casa. Nossa Senhora, o que seria daquela divisão sem o seu talento arrumador? Ontem fomos às compras e hoje lá foi ele arrumar tudo de forma catita: produtos de higiene numa caixa, leites com chocolate e guloseimas várias de um lado, mercearias do outro... Brilhante! Eu quase me limito a abrir a porta e a atirar as coisas lá para dentro. Sou uma labrega, eu sei. Mas assim assisto de camarote ao talento, ao esmero, ao cuidado, ao jeito e ao gosto com que uma perfeita arrumação nasce. Não garanto que amanhã ou depois não tenha já transformado aquela despensa numa espécie de jaula dos macacos, mas por enquanto ainda consigo encontrar os diferentes itens, o que é bom.
 
Moço, obrigada.

Magia ao Luar


Vi hoje este filme de Woody Allen e, embora não seja tão maravilhoso quanto o Meia Noite em Paris, é muito porreiro. Um mágico famoso é convidado para desmascarar uma jovem médium que anda a encantar uma família endinheirada no sul de França. Este mágico, céptico como convém já que ele próprio sabe muito bem como muitos truques são feitos, aceita a missão e procura ver a médium em acção de modo a perceber-lhe as manhas e os ardis. No entanto, está tudo tão bem feito que este misantropo e hiper-racional não consegue encontrar nada que lhe permita dizer que o que a médium Sophie faz é um enorme embuste. Nem nós, que assistimos ao filme, sabemos onde está a razão, pois ver este mágico acreditar em aléns e em espíritos que entram em contacto acaba por fazer-nos, também, começar a pensar que talvez a menina tenha mesmo um daqueles dons que não se explicam...
 
Enfim, a personagem do mágico é adorável e encarna muito bem a luta entre cepticismo e a dúvida de que talvez exista mesmo qualquer coisa que não se explica e que a razão não aceita. A personagem de Sophie também é encantadora porque é interessante sem ser uma das típicas boazonas que encontramos nos filmes. É uma miúda de olhos gigantes, franzina, mas que consegue de facto deixar-nos presos ao ecrã. Se no início a declarei como uma fraude, lá pelo meio, tal como o mágico, já acreditava que a coitadinha tinha mesmo um dom. Bom, depois dá-se ali uma engraçada reviravolta, mas o fim acaba por ser previsível. Lá está: não é tão bom como o Meia Noite em Paris, mas garante uma hora e meia agradável. E isso é sempre bom.

Doze caras páginas

No início do ano, mandei os meus alunos comprarem um livro cuja leitura seria obrigatória. Na altura a edição disponível era já antiga, mas ainda era possível adquiri-la. Hoje, no âmbito da promoção da Wook, aproveitei para comprar os livros que ainda me faltavam para as leituras obrigatórias até ao fim do ano lectivo. Percebi logo que do livro em questão existia uma edição nova, muito mais gira e com uma capa já a alertar para o facto de ser aquela uma das obras previstas pelas Metas Curriculares.
 
Ia adicioná-la à lista de compras quando um singelo número surgiu diante dos meus olhos: doze. O livro tem doze páginas. Apenas. E custa mais de oito euros. Estaquei a olhar para o site. Como é possível que um livro de doze páginas cuja leitura é obrigatória em muitas escolas do país custe mais de oito euros?! Fiz umas continhas e concluí que cada página acaba a custar perto de setenta cêntimos. Obviamente, sei que um livro não se mede pelas páginas que tem. Mas também sei que os livros saem das gráficas a preços irrisórios e, por isso, não consigo conceber justificação para que um livro de doze singelas páginas atinja um preço tão absurdo. Por bom que seja, é demasiado caro. Resultado: acabei por não o comprar. Primeiro é preciso que me passe o choque.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Eu, a garimpeira

Falei-vos aqui há uns tempos de uma espectacular areia para gato de marca portuguesa, a Always Cat Litter. Pois bem, desde essa altura que não mudo a areia ao bicho, apenas faço a manutençãozinha da coisa. E em que consiste? Pois bem: todos os dias de manhã tiro as cacas e os chichis que o menino por lá deixa. Como a areia aglomera a urina, é fácil porque o que sai é um torrão. Mas claro que o Sr. Gato tem de complicar isto um pouco: faz tanto, mas tanto chichi que o que saem são senhores torrões que a pá acaba por partir. Portanto o que se segue? Segue-se um trabalho digno do melhor garimpeiro: pego na escumadeira de plástico que comprei propositadamente para o efeito e passo-a pela areia de maneira a apanhar os aglomeradozinhos que a pá não apanhou. E por que motivo uso uma escumadeira e não uma pá? Porque, há uns dias, no Continente, já com uma pá na mão, vi uma escumadeira com uns buraquinhos ainda mais pequenos do que os da pá que era o ideal para este meu trabalho de caça ao 'ouro'.
 
Certo certo é que a areia já leva três semanas em cima e continua a cheirar a pó de talco. De vez em quando tenho de ir repor alguma da areia que retiro durante a manutenção, mas de facto estou banzada: três semanas sem cheiros ruins, sem o frete de mudar aquilo tudo e com um gato satisfeito. Aconselho vivamente esta areia a todos os que dispensem bem realizar amiúde a tarefa badalhoca de mudar a areia ao gato. E aos que gostem do trabalho de garimpeiro, claro.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

No dia dos namorados

Ora apreciem lá este parágrafo retirado de uma notícia do Diário de Notícias (da aplicação para iPad) e digam-me se o mundo não surtou mesmo de vez.

"O casamento de Charles Manson, assassino em série de 80 anos, e Afton Elaine Burton, a quem chamam Star, já não vai acontecer. Passou o prazo limite da licença de casamento e os dois não casaram porque, conta o jornal New York Post, Burton só queria casar com Manson para ter direito ao seu cadáver depois de ele morrer, para o expor e lucrar com isso. Manson considerou a ideia "estúpida", porque pensará que é imortal."

Portanto, uma jovenzinha queria casar com um assassino em série velhinho para depois ter direito ao seu cadáver e lucrar com ele. Ele desistiu de casar com ela, mas não porque se sinta ofendido com o oportunismo ou coisa que o valha. Não: isso seria demasiado humano e ele... Bem, ele é imortal.

E já agora: ela ia expor o cadáver onde? Numa vitrine lá de casa? Faria uma digressão mundial com o senhor empalhado? Dividi-lo-ia em pequenas relíquias? Tantas questões por responder... 

ATUALIZAÇÃO: A ideia era mesmo esta que se segue.

"O jornalista Daniel Simone explicou ao Post que Burton, de 26 anos, e um amigo tinham decidido expor o corpo de Charles Manson numa cripta de vidro quando ele morresse e cobrar às pessoas para o visitarem. No entanto, segundo Simone, Charles Manson não gostou da ideia. "Acha que nunca vai morrer", contou Simone. "Portanto, acha que a ideia é estúpida"."

Perdeu-se um circo dos horrores, portanto.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Maldição escatológica

As pessoas que tossem sem pôr a mão à frente da boca, propagando orgulhosamente as suas gosmas, deviam  passar a ter um lama como sombra de forma a serem cuspidas até aprenderem a lição. Melhor: um lama constipado e cheio de ranhoca. E se possível, que esse mesmo lama padecesse de incontinência urinária e se descuidasse também sobre tais indivíduos. E se forem daquelas pessoas que também espirram para o mundo, o mesmo lama devia sofrer de prolapso rectal e borrá-los todos de tempos a tempos. 

Dá para perceber a ideia?...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Stoner ou o melhor de 2014

No ano passado vi aparecer nas livrarias um volume cuja capa representava uma pilha de livros. Foi o suficiente para ficar interessada. Depois li a sinopse e os excertos de críticas que surgem na contracapa e badanas do livro e, sempre com alguma desconfiança, resolvi dar-lhe uma oportunidade. Assim, comprei-o.
 
Li-o ali pelo mês de Novembro e só não vos falei dele nessa altura porque julguei que o iria oferecer a alguém no Natal e não queria levantar suspeitas. Mas agora que já estamos bem longe dessa quadra, deixem-me dizer-vos que as críticas positivas ao livro não são mentira nem publicidade enganosa. Stoner é mesmo do MELHOR que já li na vida. Vale cada página, cada linha, cada letra e, sobretudo, cada minuto do vosso tempo. É daqueles livros em que, chegados ao final, sentimos um enorme murro no estômago devido à história que acabámos de ler e ao facto de já ter terminado e de precisarmos de aprender a viver sem a sua companhia. Foi dos poucos livros que tive dificuldade em largar, coisa que é magnífica em mim, pois geralmente sou fabulosa a refrear o empolgamento que alguns livros me provocam. Com Stoner fui uma leitora devoradora, o que é raríssimo em mim. Mas, de facto, este livro é um diamante que andou escondido durante demasiado tempo. Comummente não releio livros, contudo já sinto a vontade de reler este romance e só o terminei em Novembro. É mesmo um texto fora do comum e vale bem a pena.
 
A história é a de um professor universitário conhecido pelo seu apelido: Stoner. É enviado para a universidade pelos pais agricultores, pois tinham a esperança de que ele viesse a aprender mais sobre agricultura e que, assim, conseguisse prosseguir com êxito o seu trabalho no campo. Contudo, na universidade, Stoner cruza-se com a disciplina de Literatura Inglesa e deslumbra-se de tal forma que altera todo o rumo da sua vida. Acabará criando um brilhante (ou não) percurso universitário, num meio onde nem sempre reina a honestidade ou a competência. Viverá apaixonado pelos clássicos e procurará passar esse gosto aos seus alunos. Paralelamente à sua vida profissional, decorrerão muitos casos na sua vida pessoal que ajudam a formar a pessoa em que se tornará (ainda que por vezes a personagem pareça um daqueles sacos de boxe que apanha pacientemente todos os golpes que lhe são dirigidos e que não responde nunca aos ataques maquiavélicos de que é alvo). No fundo, é como se o seu trabalho enquanto professor universitário fosse o rio e como se o resto fossem os pequenos braços que se separam, mas cujas águas não deixam de voltar ao rio principal.
 
O livro está escrito num ritmo perfeito. A história avança de maneira a que nunca nos esqueçamos dela, mas também existe algum espaço dado a descrições que se tornam importantes para que imaginemos melhor o cenário de toda a acção ou as personagens que rodeiam o professor Stoner. Começamos, com tudo isto, a ser sombras que caminham ao lado da personagem de modo a ver tudo aquilo que faz, pensa e diz. Deixamos de ser leitores que, deitados no sofá, lêem uma boa história. É clichê, mas é verdade: entramos pelo livro dentro e assistimos às aulas de Stoner, às tardes que passa em boa companhia, às reuniões para as quais é chamado, à passividade com que (não) reage ao mal que lhe vão fazendo. Apetece-nos beliscá-lo para que não se deixe enganar; para que tome as rédeas da sua vida; para que vá ao médico quando chega o momento decisivo. Raramente me sucedeu isto com um livro.
 
Por isso aconselho-vo-lo. De verdade: foi um dos melhores livros que li até hoje e é delicioso ainda ser surpreendida desta maneira por um livro que já existe há tanto tempo, mas de que nunca ouvira falar. Se ainda não têm lista para a futura Feira do Livro de Lisboa, força: acrescentem-no. Porém, acho que deviam correr já para uma livraria e não esperar muito mais para conhecer as aventuras e desventuras do professor Stoner. E devem correr ainda mais todos aqueles que se movem no meio académico e que assistem com um misto de assombro e de curiosidade aos filmes que nele decorrem. Com Stoner recebemos um cheirinho daquilo que é a vida de um professor que descobre uma vocação, que a vive profissionalmente e que, pelo meio, se confronta com a mesquinhez de um meio que tem tanto de encantador quanto de sujo. É um livro para os universitários que sempre existirão em nós e para os seres humanos que sempre seremos, com o que nisso existe de virtude e de defeito.


Nota: Como bem se vê, a imagem saiu da página da Wook.

Testes

Uma das coisas que mais fascina as pessoas relativamente à profissão docente é mesmo a avaliação. O pessoal adora perguntar pela correcção de testes e quando os temos connosco, adora dar-lhes uma espreitadela. Nesses casos acabam, invariavelmente, a tentar eles próprios atirar umas resoluções para as perguntas. Parecem sempre tão interessados que apetece atirar-lhes com os testes para cima, acompanhados de um sonoro «Agora corrige-os!».
 
Ora, se para quem não é professor, a parte da avaliação é interessante, para os docentes essa componente do processo de ensino é o horror. Quanto a mim, há poucas coisas piores do que ter testes para ver. Principalmente porque levo muito tempo a ver cada um deles e, assim, não costumo aguentar mais de seis testes seguidos. Depois, e aí já se deve à minha disciplina, é possível obter respostas tão diferentes que é um bico de obra aplicar os critérios de correcção de forma justa. Enfim, não é tarefa fácil. A isso soma-se a impaciência dos alunos que querem sempre os testes corrigidos já no dia seguinte. É uma vida dura.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O mundo de volta aos seus eixos

Pronto: o mundo está de volta aos seus eixos. Isto porque hoje ainda não tinha parado um bocadinho e havia por aqui um tal de Sr. Gato que me seguia para toda a parte com uns miados um pouquito desesperados. Pois qual era o problema? Era muito simples: é que enquanto eu não fosse até ao sofá, ele não poderia aninhar-se ao meu lado para dormir tranquilamente junto da dona. Juro, a mariquice deste gato chega a este ponto. E portanto agora o traste dorme ao meu lado e estamos os dois no sofá. Dormir sem a dona por perto, estando ela em casa, é que não!

Independentíssimo, portanto.

E mais dois magníficos...

Chegaram mais dois livritos. Tenho mesmo de acelerar o meu ritmo de leitura senão corro o risco de me finar antes de ler estas coisas todas. Ou isso ou pedir prolongamento até, vá lá, aos duzentos anos de idade. É... Eventualmente conseguiria ler tudo o que quero se pudesse viver tanto e a ver sempre lindamente.
 
Mas se calhar o melhor é mesmo começar a ser mais rápida a ler porque sou lentííííííííssima, principalmente quando o livro é empolgante. Sou, portanto, o contrário das outras pessoas: quanto mais entusiasmada ficar com o livro, mais depressa o pouso e vou respirar fundo com outra actividade qualquer. Vá lá entender-se isto...
 
 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Uma excelente modalidade olímpica

Hoje lembrei-me de que, à semelhança das maravilhosas provas desportivas imaginadas pelos Monty Python e que envolviam campeonatos mundiais de jogos das escondidas ou de futebol com filósofos, devia haver uma modalidade olímpica que visasse a capacidade de usar pijama durante a maior quantidade de tempo possível e de fazer o maior número de atividades usando esse confortável fatinho de dormir.
 
Era menina para meter-me nisso. Não sei estar em casa sem ser de pijama e quanto mais ridículo for, melhor. Faço tudo em pijama: durmo, como, cozinho, limpo a casa... Escusado será dizer que tenho uma quantidade de pijamas para poder ir trocando, de modo a evitar a javardice. Mas, gentes, há lá coisa mais confortável do que umas calças nada apertadas e uma camisola quente e fofinha pejada de ursos ou de gatinhos? Até me apetece chorar quando tenho de despir o pijama para ir trabalhar. Devia haver uma lei qualquer que instituísse o pijama como o novo tailleur. Mas já que não há, continuo a propor isto da modalidade olímpica. Tenho anos de treino em cima destes ossos. Sou menina para arrecadar o ouro!

Os nove magníficos

Chegou hoje a encomenda que fiz à FNAC na semana passada. Nove magníficos livros esperam encontrar agora um lugarzinho nas minhas sobrecarregadas estantes. Ai o que eu gostava de ter agora umas valentes férias para começar a ler isto tudo...
 
 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Pede-se tradução!

Senhores das editoras portuguesas (deduzo que deva dirigir-me directamente à Bizâncio, pois já traduziu outras obras do autor), por amor de Deus, traduzam para português os diários do Monty Python Michael Palin. Com urgência! Se alguém daquele genial elevado a uma potência astronómica grupo de humor escreveu diários, eu quero lê-los! Infelizmente, o meu inglês não chega para disfrutar a sério das edições originais, por isso só vou lá mesmo com tradução. Assim sendo, novamente, por favorzinho, editem estes diários em português. Prometo comprá-los e divulgá-los incansavelmente ao mundo.

Aguardo histericamente.




Nota: As imagens das três capas foram retiradas da página da FNAC.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

E agora com capa

Sim, adoro o Kindle Paperwhite e não o escondo. Mas ontem chegou a capinha que encomendei para ele e, gentes, ainda gosto mais dele agora! Está uma ternura e a capa é muito jeitosa. Se a fecharem, o aparelho hiberna e mal a abrem, ele acorda. Dá muito jeito e poupa um bocado o botão do pobre coitado. De oferta ainda vinha uma caneta «capacitiva» (foi o moço que me disse o nome), um autocolante protector do ecrã e um paninho para o limpar. É oficial: estou mesmo enamorada do Kindle Paperwhite. E continuo a ler o Joseph Anton, como se pode ver.
 

 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Salman Rushdie

Estando sensivelmente a meio da leitura de Joseph Anton, a autobiografia de Salman Rushdie deixem-me dizer o seguinte: como é possível que nos anos finais do século XX tenha parecido normal a alguém que, devido a um texto literário, uma pessoa tenha sido constantemente ameaçada de morte, tendo de viver escondida durante longos e desesperantes anos? E como é possível que tão pouco tenha sido feito pelo governo do país que publicou primeiramente o livro condenado? Portanto, alguém escreve um texto literário, outros interpretam-no como blasfémia e, de seguida, alguém tido como uma referência para uns quantos determina que o autor de tal afronta deve ser assassinado e que qualquer um que consiga executá-lo deve fazê-lo. Posto isto, para sobreviver, o escritor passa a viver uma existência nómada, saltando de casa em casa (casas essas que tem de ser ele a encontrar e pagar, contando apenas com a protecção da polícia britânica), sempre com o receio de ser encontrado e de que a ameaça se concretizasse. Bonito.
 
Ainda só vou a meio e sinto-me em choque porque tudo aquilo não foi assim há tanto tempo e porque, infelizmente, parece que tudo se está a repetir. Aconteceu há pouco tempo com o ataque ao Charlie Hebdo. Levantaram-se as típicas vozes que dizem que a liberdade de expressão tem limites... E assim caminhamos alegremente, como diria o nosso Eça, para uma gritaria em que ninguém se entende, mas onde impera o medo porque alguns encontram limites, mas estes são diferentes consoante o entendimento de cada um e, no fim de contas, já não há liberdade nenhuma. É assustador.

Histórias

Eu vinha aqui falar sobre chá e sobre como o adoro no Verão ou no Inverno. Mas depois lembrei-me que este ano, no mês que ontem terminou, fez dois anos que a minha avó partiu e... achei que o chá era demasiado pequeno perante a enorme saudade que ainda existe. Por isso deixo só uma canção porque, por agora, não tenho mais palavras.

Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
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