quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O peso do vício

É uma coisa linda a promoção da FNAC que termina hoje às 23:59. Há uma lista de livros (com coisas bem catitas) a metade do preço. Resultado: vem de lá uma encomenda de nove livros que devia ter custado muito dinheiro, mas que custou apenas metade e, melhor ainda, que foi paga com alguns dos cartões de oferta que recebi no aniversário. Portanto, vêm de lá nove livros bem bons ao preço da uva mijona e pagos com vales. Provavelmente terei de levar o carrinho de mão para os CTT, mas enfim... É o peso do vício.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Hiperventilo, mas aguardo

Hiperventilo. Pode ter sido descoberto no sábado o túmulo de Cervantes. Um caixão em avançado estado de decomposição com as iniciais "MC" foi encontrado num nicho no Convento das Trinitárias, onde se sabia que Miguel de Cervantes havia sido sepultado. 

Há quase um ano que uma equipa procura os restos mortais do autor do Quixote e parece que por estes dias a expectativa é muita perante a hipótese de se estar perante o caixão de Cervantes. Agora, só mais testes poderão provar tratar-se ou não do túmulo do "Manco de Lepanto". Hiperventilo, mas aguardo ansiosamente pela confirmação.

Note-se que a Câmara de Madrid está a pagar estes trabalhos. Cervantes colocou as letras espanholas no planisfério, espalhou a literatura espanhola por todo o mundo e merece que com ele se gastem estes e outros euros. Oxalá, depois de confirmadas as desconfianças, o princípe das letras castelhanas mereça todas as honras e homenagens que não teve em vida. Mereça tudo aquilo que um génio como ele merece.


(Iniciais "MC" no caixão encontrado. Imagem retirada daqui.)

domingo, 25 de janeiro de 2015

Precisa-se de referendo

Hoje, na churrascaria aqui da zona, ocorreu-me que devia haver a hipótese de o meio frango poder ser da cintura para cima ou da cintura para baixo. Assim, quem gosta de patas (eu eu eu!) só comia patas e quem gosta de asas e peito só ficava com essas partes. É muito justo!

Julgo que devia haver um referendo sobre o corte vertical ou horizontal do frango assado. Eu sou pelo corte pela cintura do frango. E agora que penso nisso, já disse duas vezes que o frango tem cintura... Coisa mais fofa.

A Menina Sugere Isto XVI

Antes de mais, deixem-me dizer-vos que ninguém me paga para sugerir nada e que, por isso, quando o faço é porque adoro mesmo aquilo de que falo. E hoje vou sugerir uma coisa a todos os donos de gatos que estão SATURADOS de areias que ao fim de dois ou três dias estão fedorentas e prontas a irem para o lixo. Comigo andava a acontecer isso: comprava uma areia de marca branca com odorzinho a lavanda, mas ao fim de três dias já o diabo da lavanda misturada com o cheiro de urina de gato gerava um perfume hediondo. Tiro religiosamente os cocós da areia todas as manhãs, mas a urina tinha de ficar por lá porque a areia ensopava-a e a única forma era mesmo mudar a areia toda. Um desperdício e um fedor, portanto.
 
Ora, na sexta-feira à tarde o Sr. Gato foi à veterinária levar as vacinas do ano. Enquanto estávamos lá, reparámos nuns sacos e num tabuleiro com areia e uma garrafinha ao lado. Perguntámos à veterinária o que era aquilo e demonstrou-nos: com um pouco daquela água na areia (imitando urina de gato), tapava-se a areia molhada (como os gatos fazem) e a seguir tirava-se com a pá. E, basicamente, o que saía era um torrão de areia onde estava toda a água despejada. Ora, o mesmo que aconteceu naquela experiência, acontece com aquilo que os gatos fazem na areia. Urina e poopoo ficam num aglomeradinho que a pá consegue facilmente recolher. E assim a areia fica sempre limpa. É só ir restituindo a areia que retiramos e o que temos é uma caixa de areia limpa durante bastante tempo (embora isto ainda não possa comprovar porque só coloquei a areia ontem). Agora, o que já posso afirmar é que efectivamente conseguimos recolher com a pá tanto os poopoos quanto a urina dos bichanos. A areia, que é fininha e cheira a pó de talco, permanece limpinha. A marca diz que pode aguentar até cento e cinco dias sem precisar de ser mudada.
 
A areia de que vos falo é de uma marca portuguesa, a Always Cat Litter. Vem em sacos de seis quilos (custam perto de onze euros) e de dezasseis quilos (custam perto de vinte euros). Podem parecer valores altos, mas se tivermos em conta que é fácil de limpar, julgo que compensa. De qualquer forma, embora esteja a gostar bastante, ainda estou na fase do «ver para crer». Cento e cinco dias são muitos dias, mas só que se aguente um mês ou dois e eu fico a mais fiel das fãs. Deixo-vos o vídeo com a demonstração, retirado da página da marca.
 
 

Por um cêntimo

Um cêntimo foi o dinheiro que entreguei na FNAC ontem para comprar os dois livros que se seguem. Tinha um cartão de troca no valor de vinte euros e vinte e cinco cêntimos e a conta era apenas um cêntimo mais elevada. Bom, os saldos estavam bons porque por vinte euros consegui dois livros que, a preços normais, saem muito, mas muito mais caros. Foi bom, portanto. E a caminho, juntamente com uns tinteiros que encomendei, vem o romance espanhol Bomarzo. Haja tempo para ler!



 


Ah, também trouxe o último número da revista Estante.

Nota: As imagens saíram da página da FNAC.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lido!


Andava a ler O Conde d'Abranhos, de Eça de Queirós, nos transportes públicos. Terminei-o hoje e mais uma vez aplaudo este nosso autor de língua afiada que conseguiu satirizar alguns vícios políticos, colocando-os na figura de Alípio Abranhos, o conde que dá nome à obra.

De facto, talvez tenha sido a obra de Eça onde encontrei mais recurso ao cómico. Desde logo a figurinha bajuladora do narrador, que relata situações muitíssimo desagradáveis nas quais o Conde esteve envolvido, mas que é incapaz de ver o que de errado existiu nessas situações. Depois, as peripécias políticas (e não só) vividas por Alípio Abranhos, que mais não é do que um tipo que não olha a meios para atingir os fins e que parece acreditar que o mundo existe para servi-lo, são maravilhosas. O momento em que tem de arrancar um prego das nalgas do futuro sogro é qualquer coisa...

É também maravilhoso ler as ideias políticas defendidas por este senhor que, julga ele, tem solução para acabar, por exemplo, com a miséria (trancar os pobres todos e tirá-los da vista dos ricos). O leitor chama-lhe jumento, mas o narrador vê como geniais as pobres ideias defendidas pelo Sr. Conde.

Quem não leu, deve ler O Conde d'Abranhos. Muito do que ali está não ficou no século XIX e ainda é encontrado nos nossos dias (como a dança entre partidos políticos...). Mas a graça com que Eça descreve esta figurinha permanece única e digna de uma boa leitura. 

Nota: A imagem saiu daqui.

Telemóvel satânico

Tenho uma teoria que merecia ser estudada: a de que há uma ligação entre o meu sono e o toque do  meu telemóvel. Já a tenho há muito tempo, porém ela sai reforçada de cada vez que é preciso eu adormecer para o meu telemóvel tocar. E, minha gente, acreditem em mim: o bichinho toca realmente quando eu adormeço. Geralmente é mesmo mal eu adormeço. Chega a ser doloroso.

Como professora, o meu telemóvel passa muitas horas do dia sem som. Aproveito os intervalos para dar-lhe uma espreitadela, não vá ter sido contactada, e para ler os emails. Geralmente, durante as horas de aulas, quando o telemóvel podia tocar sem me aborrecer, não toca. Ninguém se manifesta, não recebo mensagens com promoções aqui ou além ou a lembrar-me de usar este ou aquele cupão de desconto. MAS se chego a casa e adormeço no sofá, ah gentes, é certinho que não me livro de duas mensagens e um telefonema: no mínimo. Para terem uma ideia, já chego ao desesperado acto de ter o telemóvel sem som quando estou em casa, pois já sei que ele tocará apenas quando for mais incómodo. 

E se isto acontecesse de vez em quando, até me resignava. Contudo, o problema é que acontece sempre, sempre, sempre que adormeço durante a tarde. Parece qualquer coisa saída da Lei de Murphy ou assim.

Portanto, se me contactardes durante a tarde e eu não atender ou responder ou se o fizer com umas valentes trombas, já sabeis que esta minha teoria de que o meu telemóvel existe para me estourar com o sistema nervoso e sabe quando estou a dormir entrou em acção. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O ratinho

Hoje, quando acordei, verifiquei que havia um ratinho de brincar (de brincar, graças a Deus!!!) em cima da minha cama, mesmo ao meu lado. Parece que durante a noite, alguém achou que eu estaria disposta a brincar e fez-me o favor de levar-me aquele presente. Não posso dizer que não me sinto lisonjeada, que sinto, mas de facto... Acordar com um ratinho, ainda que para brincar, quase na almofada é estranho. Mas vá, foi um presente. A ver se começo a ter a decência de acordar de madrugada para brincar com o Sr. Gato. Que ultrajante falta de maneiras!


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Inquietante

Comecei ontem a ler o livro Joseph Anton, no qual Salman Rushdie relata os anos em que viveu escondido por ter sobre si uma "sentença" de morte ditada pelo aiatolá Khomeini devido ao seu romance Os Versículos Satânicos. Ainda não li esse livro, mas parece que foi considerado ofensivo por alguns seguidores do islão e, portanto, sobre o autor e sobre os que ajudaram a que o livro fosse publicado pairou, no final da década de oitenta e durante vários anos, essa dura e gravíssima ameaça. Portanto, o que hoje se vive com as caricaturas de Maomé não é novo e já outros sentiram na pele o que a intolerância pode provocar.

Felizmente, Rushdie sobreviveu e pôde escrever estas suas memórias. Espero que me ajudem a compreender o mundo louco em que temos andado metidos. Digo compreender, apenas, ou diminuir a estranheza que me causa o facto de alguns não conseguirem distinguir sátira, paródia ou até alegoria de ofensa deliberada. Ninguém me convencerá de que uma religião justifica o que por ora se tem passado. Mas vou tentar perceber melhor a enormidade de tudo isto. Vamos ao Rushdie, então!


Nota: A imagem da capa saiu daqui

domingo, 18 de janeiro de 2015

O Hobbit


Acabei hoje de ler O Hobbit. Definitivamente, gosto muito mais de livros do que de filmes. Lembro-me de ter visto o primeiro Hobbit no cinema e de ter gostado ligeiramente mais do que gostara de O Senhor dos Anéis. Ainda assim, não matava para ver as outras partes e por isso mesmo não voltei a ver qualquer filme baseado nesta obra de Tolkien. Contudo, resolvi ler a história porque para ser tão apreciada, alguma coisa de especial deveria ter e talvez eu não o conseguisse perceber pelos filmes. Pois, de facto o livro foi uma experiência completamente diferente. A história tem um ritmo rápido, as sequências de batalha não duram eternidades e não se tornam aborrecidas, existe a presença do humor em alguns momentos do texto (especialmente quando o pobre Bilbo pensa em comida ou devido ao anão Bombur)... Enfim, pareceu-me que, no livro, tudo passou depressa e de forma agradável. Tudo está lá em conta, peso e medida adequados a um livro infanto-juvenil que foi o que O Hobbit começou por ser. Lembro-me de que há uns anos, quando vi em filme a trilogia O Senhor dos Anéis, odiei os tempos infinitos passados em batalhas ou a forma como a história decorria num ritmo lento. O defeito será, com certeza, meu, pois todas as pessoas que conheço adoram O Senhor dos Anéis. Pela minha parte, tendo em conta que o filme expõe o enredo e as personagens de forma tão diferente do que se encontra no livro O Hobbit, optarei em breve por ler também os três volumes de O Senhor dos Anéis: pode ser que fique com uma opinião mais favorável do que a que tenho hoje. Realmente, "eu é mais livros". 

Nota: Li O Hobbit no Kindle Paperwhite. Cada dia gosto mais dele. E já agora: a capa do livro saiu daqui.

Ai não me digam que era mentira...

Aaaaah... Tiraram-me o tapete de debaixo dos pés. Estou descoroçoada! E agora, gentes? E agora, pá?! Isto realmente já não se pode ter fé em nada, nem acreditar nas criancinhas que depois vem a saber-se que era tudo mentira e é um desgosto de todo o tamanho. Porra! E o pior é acordar num Domingo de manhã e constatar que afinal há meninos que não vão ao céu, coitaditos. Que inventaram tudo. Que foram uma espécie de fanáticos por celebridades só que em vez de o serem com uma das Kardashians, resolveram sê-lo com Jesus e os anjinhos. E depois despejaram tudo em livro, venderam milhões de cópias (alegam que nem lucraram nada com isso) e revelam o engodo. Que inesperado!

Segundo a revista Visão, o protagonista do best-seller O Menino que Voltou do Céu revelou agora que tudo o que contou ao pai depois de ter estado em coma devido a um aparatoso acidente de viação era, pasmem-se, mentira e que apenas disse o que disse, pasmem-se ainda mais, para chamar a atenção. Nãããããããão, é impossível: as crianças não mentem nem chamam a atenção, não sei de onde saiu essa ideia agora! Portanto, dez anos depois dos "factos" e já com dezasseis anos de idade, o menino pôs a mão na consciência e afirma que não privou com Jesus nem com anjito nenhum. É triste. A mãe do jovem, por outro lado, apressa-se logo a vir dizer que a família não ganhou nada com o livro, que quem lucrou não foi quem lutou pela vida no hospital blá blá blá blá. Pois claro. Porque os Direitos de Autor nem existem nem nada. E o livro nem esteve no top de vendas nem nada. Vamos só dizer que a adolescência é tramada e que este menino, que teve a coragem de admitir que mentiu com os dentes todos e que não foi ao céu trocar dois dedos de prosa com Jesus, deu cabo de um livro que, a julgar pelos gostos de hoje em dia, era adorado por muita gente e gerava receita. Se a família não lhe tocou, não sei. O que sei é que se o livro foi um best-seller, o dinheiro tem de estar em algum lado e duvido que ficasse apenas nas mãos da editora.

E isto, minha gente, que a mim me dá vontade de rir, devia alertar os consumidores deste tipo de historiazita para a gigantesca probabilidade de todos os outros textos do género não terem origens muito diferentes e, assim, não passarem de histórias rocambolescas imaginadas por crianças em momento de carência afectiva ou, até, por adultos que não sabem onde ir buscar uns trocos e que acham que um livro de espiritualidade e auto-ajuda cai sempre bem. Acredito que se de facto alguém tivesse uma experiência deste tipo, guardá-la-ia para si e não correria a pespegá-la num livro de milhentas páginas à espera de resultados de vendas e dos direitos que dali têm de vir. Quantas vezes acontecem coisas difíceis de explicar e ficamos caladinhos, guardamo-lo para nós e pronto? Mas não: o menino vai ao céu?! Maria, corre a buscar papel que o menino foi ao céu e está aqui a nossa galinha dos ovos de ouro! 

Mas agora a galinha esfarrapou-se toda e deu cabo dos ovos, da possibilidade de uma sequela e, e eventualmente, prejudicou outras galinholas do mesmo género. E só não deu cabo delas de uma vez porque haverá sempre quem precise destas historietas para viver melhor. Existirão sempre pessoas a quem a Bíblia e a hagiografia não chega: precisam de histórias de gente de agora a viver momentos de êxtase etéreo. E se for com criancinhas, tão cândidas,tão incapazes de mentir, melhor ainda. Ora aí está no que dá tanta credulidade, tanta fé em histórias da carochinha: em pseudo-anjinhos caídos do céu aos trambolhões.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Top Cat

 
Ontem resolvemos ver o primeiro episódio de Top Cat. O que é isso? Uns desenhos animados que fizeram parte da nossa infância nos idos anos de oitenta e tal, inícios de noventa. Já nem sei em que canal passava, mas eram daqueles desenhos animados que nunca deixavam de fazer parte das manhãs televisivas (um bocadinho como os Flinstones).
 
Admito que na altura não eram os meus desenhos animados favoritos, ainda que amasse alguns pormenores como o telefone no poste e o próprio Top Cat a viver numa lata de lixo com campainha... No fundo, o gato amarelo da ponta esquerda - o Top Cat - era um chico esperto que queria ter uma grande vida, mas sem se esforçar muito. Tinha um grupo de amigos em que cada um era melhor e mais tonto que o anterior. Todos partilhavam da mesma "chica-espertice" e desejo de vida fácil do Top Cat.
 
Ontem vimos o primeiro episódio e não consegui evitar de sentir uma certa pena pelas crianças que hoje têm desenhos animados cheios de 3D e muito pouco iguais ao Top Cat, aos Flinstones, aos Jetsons, entre muitos outros. Em pouco tempo, ouvi no episódio de ontem uma série de palavras que duvido que conhecesse enquanto criança, mas que caíam mesmo bem no contexto e que, também, acabavam por perceber-se pelo contexto. Fiquei com a sensação (que já tenho há muito tempo) de que as crianças de hoje recebem desenhos animados muito «mastigados», muito simples e que apostam tudo na cor e na imagem, abdicando de histórias bem compostas e com um vocabulário que obrigasse a pensar. Dá-se-lhes música e simplicidade em excesso. Prova disso é que hoje se dobra tudo, mesmo aqueles desenhos animados para crianças mais crescidas. Já não existem legendas, já mal se ouvem as vozes originais das personagens. Quando até o Harry Potter passa dobrado na televisão, acho que percebem o que digo! Curiosa e ironicamente, foi com a desculpa das legendas dos desenhos animados que a minha mãe me convenceu a ir à escola quando eu fazia fitas, antes da primeira classe, a dizer que não queria ir...
 
Hoje há mais Top Cat!
 
Nota: A imagem saiu daqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Autocarro ou camioneta?

Palavra que por mais voltas que dê à cabeça não consigo perceber por que motivo há pessoas que tratam os autocarros da Carris como sendo «autocarros» e os de outras empresas (Vimeca, LT Transportes, Rodoviária...) como «camionetas». Mas há diferenças técnicas entre as frotas de uma e outra empresa que justifiquem esta distinção? Se há, desconheço quais sejam. O que sei é que ouço muitas pessoas mais velhas fazerem esta diferenciação e não percebo de onde vem. Se forem para uma paragem da Carris, vão apanhar o autocarro; mas se forem para uma da Vimeca, estão à espera da camioneta. Ainda hoje ouvi uma senhora dizer para outra que hoje não lhe dava jeito ir num autocarro porque preferia apanhar uma camioneta. Para mim isto é chinês. Alguém me explica?

sábado, 10 de janeiro de 2015

O meu mai'novo

Agora que o Natal já foi há uns tempos, deixem-me contar-vos sobre a enorme paixão que passou a existir entre mim e o Kindle Paperwhite. Estou apaixonadíssima! É um facto que já gostava muito, muito, muito do meu velhinho Kindle, ainda com teclado e sem luz, mas este novo é demasiado porreiro para ser verdade. Para já, mesmo com pouca luz no ecrã, lê-se muitíssimo bem. Mas a luz que permite ler no escuro ou com fracas condições de iluminação é absolutamente espantosa. Além disso, o ecrã é táctil e, portanto, virar páginas, aceder a menus ou descarregar livros é muito simples. A configuração inicial dele também é fácil e de rápida realização. A leitura é feita de forma confortável, sem lugar a dores nos olhos ou dores de cabeça, como acontece se lermos no computador ou mesmo no iPad durante algum tempo.
 
Comecei a ler um livro no Kindle Paperwhite pouco tempo depois de o ter recebido e estou mesmo encantada. Chego à cama, apago a luz do candeeiro e posso continuar a ler até adormecer. O aparelho é leve e fácil de segurar e de manusear. Nestes dias frios, poder ter apenas uma mãozinha de fora dos lençóis é esplêndido, por isso o Kindle resulta muito bem no Inverno.
 
E agora alguém dirá: 'Está bem, isso é muito giro, mas eu prefiro o toque e o cheiro dos livros em papel'. Muito bem, minha gente: eu também prefiro e nunca deixarei de ter o livro tradicional como o meu objecto favorito de sempre. Contudo, não viro as costas a este aparelhinho que, por vezes, facilita a vida e faz da leitura uma experiência diferente. Se me perguntarem se é o mesmo ler a partir de papel ou de um Kindle, terei de dizer que não. Julgo que com o papel existe um pouco menos de distracção. Ainda assim, não deixo de gostar de conciliar as duas experiências: durante um dia trago comigo um livro em papel para ler nos transportes e nas horas mortas; à noite, na cama, leio no Kindle até adormecer (e com a luz do quarto apagada para não incomodar ninguém). Mais: os livros em papel são espectaculares, mas no momento de ir de férias, escolher um livro para levar pode ser um horror. Com o Kindle não levamos um, mas muitos e, além daqueles que o próprio aparelho armazena, há os outros que ficam na Cloud prontinhos para serem descarregados mal queiramos. E como se isto não chegasse, ainda existe a aplicação 'Kindle' para iPhone e iPad e que permite que leiam num destes aparelhos o mesmo livro que estão a ler no Kindle. Ontem isso deu-me um jeitão porque me esqueci do livro em papel em casa, então pude continuar no iPhone a leitura que deixara pendente no Kindle. Adoro!
 
Minha gente: não, a Amazon não me paga para fazer propaganda ao seu e-reader. Apenas constato e partilho o facto de ser um dispositivo excelente para todos os que gostam de ler. Nisto dos livros em papel e dos livros digitais, não tem necessariamente de haver vencedores e vencidos. Todos podem coexistir e nós só temos a beneficiar com as diferenças entre uns e outros. Podemos mesmo ter o melhor dos dois mundos e é isso que continuo a ter: uma fofinha quantidade de livros em papel à espera de vez e dois Kindles carregados de livros digitais que, a existirem cá em casa em papel, me fariam com certeza ter de mudar de casa.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Dor

Hoje sinto tanta vergonha por viver neste mundo. Tanto nojo por partilhar a mesma condição humana com pessoas que matam em nome da religião. Caramba, que grande tristeza...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Carbonizados e anjinhos

Durante uma aula a adolescentes:

- Professora, e quando os papas são carbonizados?

- Como?!

- Sim, quando são carbonizados?!

- Não estou a perceber, M..

- Quando os papas passam a ser anjinhos, professora!

- Carbonizados e anjinhos... Hum...

E continuei a tentar perceber o que me dizia, até que...

- CANONIZADOS!!! É isso que queres dizer! E não passam a ser anjinhos: passam a ser santos! Mas tu estás bem?!!

Em suma: é para estes momentos que vivo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ah a esperteza e as mãos macias

Na farmácia da minha zona, a máquina das senhas está mais vezes sem as disponibilizar do que a funcionar. Por isso hoje quando cheguei lá, e apesar de ficar de pé ao lado dela, nem me dei ao trabalho de tentar tirar uma senha. Tinha ido lá no Sábado e senhas nem vê-las, por isso... Ora, um pouco depois de eu chegar, chegou um senhor com idade para ser meu pai. Tentou tirar uma senha e, voilà, a máquina cuspiu uma! Comentei que não tinha visto que estava a dar senhas e tirei uma. Pois bem, se a situação fosse ao contrário eu teria, por minha iniciativa, trocado as senhas. Mas o senhor ficou impávido e sereno. Tudo bem, estava no seu direito. Naquele momento a coisa estava assim: se a farmacêutica chamasse pelo número, ele estava primeiro; se dissesse "A seguir", então seria eu. E foi esta última a opção escolhida. Avancei, pois, fiz a minha comprinha e ia a sair da farmácia quando ouvi o senhor, já a ser atendido, reclamar por não estarem a ser chamados os números...

Portanto é isto: há sempre alguém à espera de um buraquinho para se enfiar, de um momento em que possa chegar-se à frente e tomar-nos o lugar. Tantas vezes que já disse a pessoas que não tinham senhas, mas que haviam chegado antes de mim, para me passarem à frente! 

A propósito, fui comprar aquele que para mim é o meu anjo da guarda de inverno: um creme de mão que também pensa nas frieiras (prato do dia ultimamente). É um bocadito caro, mas vale muito a pena. Para mim é o melhor!


O medo e o lucro

Hoje dei por mim a pensar que os veterinários têm um aspecto que lhes impulsiona o negócio: o medo que os donos dos animais têm de que eles, de alguma forma, passem mal ou estejam desconfortáveis. Não digo que não são bons profissionais, nada disso. Felizmente o Sr. Gato tem sido sempre bem atendido por veterinárias pacientes e simpáticas que fazem tudo para que ele esteja bem. Até agora não tenho qualquer razão de queixa, bem pelo contrário.

Então por que digo isto? Bom, como expliquei antes, o Sr. Gato vomitou umas quantas vezes e à terceira decidi que era tempo de correr ao veterinário. Paguei a consulta, duas latinhas de comida especial para casos como este e vim para casa com mais duas amostras de ração «Gastro-intestinal» de marcas diferentes para ele comer durante o fim de semana. Hoje deveria dar o feedback da dieta à veterinária. Liguei para lá mal abriu da parte da tarde e expliquei que o desgraçado do bicho tinha abominado as latinhas (parecia que lhe estavam a oferecer veneno), tinha odiado uma das marcas de ração, tinha aspirado a outra e não voltara a vomitar. Os cem gramas da ração de que gostou foram a única coisa que comeu durante o fim de semana e até há uma hora atrás. Então foi-me dito que tinha trazido para casa as latinhas e as duas amostras de ração para perceber de qual ele gostava mais, de forma a comprarmos depois um saco maior para a dieta ser prolongada até podermos voltar a introduzir a ração normal na alimentação do bicho. Perguntei o preço do saco mais pequeno que tinham (dois quilogramas) e eis que até se me estalou um tímpano: trinta e três suados euros.Ora, apesar do preço farfalhudo, tendo em conta que o desgraçado comeu cem miseráveis gramas de ração em dois dias e pouco, lá me abalei até ao consultório, comprei o saco da dita e quase voei para casa de forma a pôr o pobre gato a comer qualquer coisa. 

E é isto. Assim em dois dias deixei uns bons trocos no veterinário. Se me arrependo? Claro que não. Já aqui disse e repito que é impensável arranjar um animal se depois não for para o tratar o melhor que posso. Felizmente, temos podido proporcionar isto ao Sr. Gato. No entanto não deixo de pensar que este meu receio que me leva a voar para o veterinário porque não quero o bicho a passar fome é muito lucrativo para os veterinários e até para as marcas de alimentos para animais. E assim como eu tenho este medo, há muitos outros donos que o terão e que não pensam duas vezes na hora de proporcionar o melhor aos seus bichos para que se sintam bem. Conheço muitos casos em que isso acontece e, apesar de tudo, fico feliz por haver tanta gente que quer o melhor para os seus pequenos amigos. 

Portanto, o balanço da situação é: nenhum vómito, alguns euros gastos e um gato de barriguita cheia. 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Revelação de ano novo

Ouvir a voz da cantora Luísa Sobral tira-me anos de vida. Juro.

Nesta quixotada vomita-se. Atenção!

Como vai 2015? Vai bem, embora já esteja um bocadinho farta de limpar vomitado. Pois. É que desde o dia um de Janeiro que parece que tenho o gato de ressaca de toda a loucura festiva. Começou por vomitar em cima da minha cama naquele que foi o momento mais parecido com uma cena do filme «Exorcista» que já vivi. O bichano preparava-se para aconchegar-se ao fundo da cama quando, coitadito, lhe veio uma ânsia de vómito e pumba, foi mesmo ali. Juro que vi a enxurrada a sair-lhe da boca em câmara lenta. E depois limpei tudo a grande velocidade.
 
No dia seguinte teve a decência de sair de cima da cama imediatamente antes de vomitar. Lá fui eu limpar o chão... dos dois quartos. Foi maravilhoso. E note-se que, além de conseguir vomitar sem grande esforço, o Sr. Gato anda numa de deitar tudo fora, continuando muitíssimo bem disposto e brincalhão. Portanto era eu a limpar e ele a tentar ferrar-me o braço com os seus preciosos caninos.
 
Hoje de manhã, depois de lhe ter dado comida, vomitou por uma cómoda abaixo. Lá fui eu limpar ração mastigada ainda antes do pequeno-almoço. Bom, à terceira vez teve de ser: soltei um sonoro «O gato vai HOJE ao veterinário!». E foi.
 
Como vai 2015, cara quixoteira? Vai com quase quarenta euros a menos (em veterinário e farmácia para o bichano) e com muito vomitado de gato. Não se sabe muito bem o que lhe aconteceu, mas já está medicado. Alguma coisa lhe fragilizou o estômago: ou um parasitazinho qualquer, ou alguma porcaria que apanhou a jeito e devorou, ou a própria ração que come (embora a coma desde que nasceu). Não tem febre, não reagiu com dor às apalpadelas da veterinária, não parece constipado e continua bem disposto. Está, contudo, de dieta durante os próximos três dias e a tomar um medicamento que até eu já tomei para proteger o estômago (mas eu não dava tanta luta na hora de engolir aquela mistela...). Já não vomita desde de manhã e está fã da ração que a veterinária aconselhou para esta fase.
 
Por isso 2015 está a correr bem. Apesar do vómito, o gatinho está bem disposto e isso é bom. Mas enquanto estava na veterinária não consegui deixar de pensar na sorte que alguns animais têm e no enorme azar que espera outros. Este gato (e muitos outros animais que conheço) tem tido tudo: boa comida, uma cama quentinha, cuidados médicos, brinquedos e muito amor. Outros há que passam por este mundo sem nada e, ainda por cima, com maus tratos e abandono. Nenhum animal devia passar por isso e quem submete os bichos a tais situações devia ser igualmente maltratado para ver como dói. Infelizmente há gente muito retardada que continua a julgar que os animais servem para resolver caprichos e que depois nada têm para lhes dar a não ser uma vida triste e sem o que de mais básico eles precisam. Pela minha parte farei o que puder para que os meus animais sejam felizes. E este, apesar do vómito, parece-me bastante satisfeito.

Os furões

Estou, finalmente, de volta às quixotadas. Desejo-vos um excelente ano e que seja pleno de sucessos e de alegrias.
 
E cumpridas que estão as formalidades de início de ano, vamos lá à primeira quixotada de 2015. O tema? Os saldos.
 
Nos últimos dois dias tenho ido às compras com o moço. Estávamos os dois a precisar urgentemente de roupa e aproveitámos o facto de os saldos terem começado recentemente para enriquecer o guarda-roupa. É melhor nem falar da quantidade de gente que teve a mesma ideia que nós e, portanto, do quão insuportável consegue ser o simples acto de caminhar dentro de uma loja. Aquilo de que me importa mesmo falar já nem sequer é novidade neste blogue e chama-se Primark.
 
Já com alguns sacos nas mãos, resolvemos entrar na Primark do Colombo e de imediato julgámo-nos no inferno. Gente que não acabava, gente que não caminhava a direito, gente que não nos deixava passar para lado nenhum, gente que falava como se estivesse a vender cuecas para a passagem de ano na feira de Carcavelos, gente que nos abalroava, que obstruía o caminho... um horror! Mas o melhor de tudo, o que nos pôs a andar dali para fora em menos de um fósforo foi um belíssimo episódio vivido com um furão.
 
«Como?» - perguntarão os queridíssimos quixoteiros. A menina explica.
 
Ora, pouco depois de termos entrado na loja e já depois de termos ultrapassado obstáculos vários, eis que chegámos perto de uma coluna que tinha cintos a toda a volta. Como me faz falta um cinto novo, resolvi parar ali e ver se, por acaso, não haveria alguma coisa de jeito. Parece que por ali andava uma senhora dos seus trinta e poucos anos, desesperadíssima por encontrar também alguma coisa que lhe agradasse. E digo desesperadíssima porque só isso explicará o facto de, ao contornar a coluna onde estavam os cintos, basicamente nos ter empurrado dali para fora sem nem sequer olhar para nós (quanto mais pedir licença para chegar onde queria...). A senhora, meio curvada, lá ia de nariz colado aos cintos, levando já um molho deles nas mãos, e levando na frente tudo e todos os que se intrometessem na sua demanda. Foi lindo e lamento não conseguir descrever a situação de modo a que consigam imaginá-la. Foi muito mais absurdo do que aquilo que as minhas palavras conseguem revelar.
 
Depois do choque, decidimos abandonar aquela gaiola de loucos depressa. Não há nada na Primark que eu queira tanto ao ponto de decidir aguentar gente maluca só para o obter. NADA! E muito menos me apetece descer ao nível dos furões que espetam o focinho para fora e que seguem o caminho maluco que traçam, independentemente de haver outros desgraçados pelo caminho (juro, a senhora parecia mesmo um furão). Ali dentro parece que as pessoas enlouquecem. Eu já acho que nos saldos a malta se passa um bocadinho na maioria das lojas, mas na Primark a doideira é elevada ao extremo. Dar dois passos ali dentro chega a ser doloroso. Aquela loja parece trazer ao de cima o que de pior existe nas pessoas.
 
Portanto, acabámos por ir a outras lojas que, apesar de compostas, estavam menos infernais e, de facto, o meu guarda-roupa está um pouquinho mais composto. Felizmente não me cruzei com mais furões.