terça-feira, 26 de julho de 2016

Ensanduichada

Pausa no modo jibóia para um desabafo: quando não é o filho da mãe do relógio de pêndulo da vizinha de baixo, é a ordinária da máquina da roupa da vizinha de cima em modo "centrifugação super-agressiva". Tudo isto de madrugada, note-se bem. E a cereja no topo do bolo é a Lady Gatinha que interpreta qualquer ruído como um "Boa, a donita já acordou. Comecemos, então, o dia com um choro semelhante ao das carpideiras profissionais!"

Acrescentemos a isto um calor de ananases que conseguiu transformar em coisa quente uma casa comummente amena. Ah, que noites tão agradáveis temos tido!... Mal posso esperar por ir para a cama outra vez!

PS.: Neste momento a vizinha de baixo, a mesma do relógio cantadeiro, fala ao telemóvel como se o interlocutor fosse, além de surdo, desprovido de orelhas, cérebro ou até mesmo de cabeça. É uma coisa gloriosa!

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Modo jibóia

Tem estado tanto calor que, por estes dias, a diferença entre mim e uma jibóia é muito pouca. Por isso mal tenho passado por estes lados. Não tenho tido nada para dizer ao mundo (mentira: às sete pessoas e dois gatos que seguem este blogue). Mal baixe a temperatura e desça a inspiração, darei notícias.

domingo, 17 de julho de 2016

Pinóquio, de Roberto Benigni


Este filme já tem alguns anos, mas eu só o vi hoje. Pelo que percebi, a crítica americana cilindrou-o (porque é o próprio Benigni que interpreta a personagem do conhecido boneco de madeira cujo nariz cresce quando mente, porque nunca se parece com um boneco, porque é grande de mais para passar por uma marioneta, porque está calvo, e tudo e tudo e tudo...), mas eu adorei o filme. Adorei os cenários, o modo como adaptaram o que está no livro, e sobretudo a interpretação do Roberto Benigni. Pode até ser um cinquentão a representar um boneco que quer ser um menino de verdade, mas fá-lo lindamente. Tanto no tom de voz, quanto nos gestos, nas expressões. Está perfeito! De facto, a crítica americana classificou-o como um dos piores filmes da década em que saiu, porém, para mim, em comparação com a animação da Disney, este Pinóquio é a sério e absolutamente encantador. Vale bem a pena.

Ah, e antes que me vá, a cena final é maravilhosa. Para este filme, a atenção ao pormenor é fundamental.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Já está!

Ainda não acredito lá muito bem no que estamos a viver. Mesmo depois de ver o jogo, de assistir à festa no Marquês, de ver muitos posts no Facebook e muitas peças nos noticiários sobre a vitória de Portugal no Euro 2016, ainda me custa a acreditar.

Mas já cá está, é nossa e foi merecida. Já era tempo de também nós podermos ter uma alegria destas. Já chegava de participações bonitas que acabavam sempre com um “teve mérito, mas ainda não foi desta”. Agora a taça é nossa e a festa está a ser bem bonita. Um país destes, que pelos vistos levanta tanto ódio noutros (vá lá entender-se...), também merece estas glórias. Mesmo que se jogue sujo, que se rebentem joelhos alheios sem que os árbitros vejam, mesmo que não nos levem a sério como adversários, nós chegamos lá e merecemos. “Nojento" é quem diz o contrário.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Madrid 1605 - o balanço

Terminei na terça-feira a leitura do romance Madrid 1605. Ora vamos lá ao balanço.


Não é preciso olhar com muita atenção para este blogue para perceber-se que tenho um outro blogue no qual vendo os livros que já não quero manter. Pois bem, meus caros, JAMAIS encontrarão este livro no Moinho de Vento - Livros Usados. Eu não gostei dele: eu adorei-o! Foram quase seiscentas páginas emocionantes e que, tendo a sua dose de mistério e aventura, não são absolutamente idiotas como alguns best-sellers em que alguém procura alguma coisa perdida.

Em Madrid 1605 também se procura um objecto. Muito por acaso, o bibliófilo Erasmo encontra num alfarrabista do centro da capital espanhola um manuscrito contendo uma crónica de alguém que se dizia genro de Cervantes. Gonzalo de Córdoba, o cronista, contaria ali a história de um manuscrito que, sabemo-lo nós, a existir teria um valor incalculável: o do Quijote. Pois bem, nessa crónica, Gonzalo revelaria onde teria guardado o autógrafo de uma das mais importantes obras literárias de sempre. Só sobra um problema para Erasmo e para a sua ajudante Pilar: a crónica não está completa. Assim, ambos os protagonistas dão início a uma demanda para encontrar, em primeiro lugar, as restantes páginas escritas por Gonzalo de Córdoba e, finalmente, para encontrar o mais importante manuscrito cervantino. Todavia, se o enredo fosse só este, seria coisa pouca. 

O mundo dos livros é bem mais vivo do que aquilo que alguns pensam. Nomeadamente o mundo do livro antigo e do seu coleccionismo. Deste modo, Erasmo não estará sozinho na sua demanda, até porque o estado de euforia em que a crónica o deixa cedo dá nas vistas e provoca a curiosidade de gente muito pouco disposta a perder a oportunidade de deitar a mão a um objecto extraordinariamente valioso como o seria o manuscrito do Quijote se ele existisse...

Erasmo e Pilar viverão, então, uma aventura mirabolante que se passa em corredores de bibliotecas, tendo sempre os livros antigos como pano de fundo. Mas, detalhe importante, a narração do livro ocorre a duas vozes, digamos assim. Ou talvez a três, mas se vos explicar isto, acabo a contar-vos o final e não quero. Porém posso dizer-vos que as duas vozes são as do narrador que conta as peripécias vividas pelo bibliófilo e por Pilar, sua antiga aluna; e a do próprio Gonzalo de Córdoba, que através da sua crónica, deixa para a posteridade a história da criação literária do Quijote. Aliás, o processo de escrita desta obra magistral da literatura espanhola e do mundo é um daqueles segredos que qualquer filólogo gostaria de desvendar. Sabe-se muito pouco sobre como nasceu o Cavaleiro da Triste Figura e gostaríamos muito de perceber o que passa na cabeça de um génio quando escreve algo que perdura ao longo de séculos, mantendo a mesma frescura que tinha no dia em que saiu do prelo.

Em Madrid 1605, além do enredo que é muito envolvente, a escrita é magnífica. Os autores Eloy Cebrián e Francisco Mendonza não caem na esparrela da escrita simplista que geralmente rodeia estes livros contemporâneos em que se procura qualquer coisa que outros também querem e que, de alguma forma, pode mudar o mundo se for encontrada. Pelo contrário, enchem o seu texto de vocábulos ligados ao mundo do livro e partilham com o autor conhecimentos sobre incunábulos, imprensa, mercado bibliográfico, entre outros, que podemos conhecer menos bem. As personagens são bem descritas e só em poucos momentos senti que havia uma ou outra comparação ou imagem que podiam ser menos vulgares. No entanto, o resto está tão bom que estes poucos pormenores superam-se facilmente.

Acredito que este livro diga pouco a quem não conhecer o Quijote. Mas para quem conhece e percebe o seu valor em Espanha e no resto do mundo a história torna-se aliciante. Em algum momento chegamos a acreditar que aquilo só pode ser verdade, que realmente sabemos como Cervantes escreveu a sua obra-prima e que, de facto, o seu manuscrito ainda existe. Mais: os autores fizeram por encaixar pormenores da ficção às dúvidas que ainda hoje existem. Por exemplo: desconfiam os cervantistas que originalmente o Quijote fosse uma novela curta, digna de figurar no volume das Novelas Exemplares. Isto porque, na obra, os primeiros capítulos parecem formar um texto com alguma unidade, que poderia existir só por si. Ora, os autores de Madrid 1605 pegam na ideia de um “editor” que lendo essa tal novela, veria nela o potencial suficiente para fazer algum dinheiro. Mais: vê nela tantas possibilidades que exige a Cervantes que lhe aumente a extenção para muitas vezes mais aquilo que o autor já tinha escrito e, para isso, paga-lhe um adiantamento pelo trabalho. Assim, Eloy Cebrián e Francisco Mendonza experimentam na ficção uma explicação para aquilo que na verdade é um enigma: a tal unidade dos primeiros capítulos aos quais se seguem mais umas valentes dezenas de outros capítulos e ainda uma segunda parte da obra publicada dez anos mais tarde.

Por estes e outros motivos que aqui ficam por referir, este livro é absolutamente imperdível para todos aqueles que se deixam fascinar pelo mundo do livro e, sobretudo, pelo Quijote. É brilhante!

domingo, 3 de julho de 2016

A Era das Explorações

A quem se interesse por isto da globalização e queira saber como tudo começou (sendo que nós, portugueses, demos um enorme empurrão já que demos "novos mundos ao mundo"), esta edição da National Geographic pode significar algumas horas de verdadeira aprendizagem. Começa com um texto do Professor João Paulo Oliveira e Costa precisamente sobre como tudo teve início e sobre como os medos tiveram de ser superados de modo a passar-se do mundo já conhecido para um sobre o qual nada se sabia. É uma boa leitura para o Verão e uma excelente forma de perceber como passámos a ter um mundo onde tudo está ligado, deixando para trás uma realidade de isolamento. Estou a gostar bastante!

Elie Wiesel

Não costumo fazer do "As Minhas Quixotadas" um obituário, moda que me parece agora até um bocadinho tonta com as redes sociais e os blogues: morre alguém e, diga-nos muito ou pouco, faz-se logo um texto, maior ou menor, em que se exaltam as qualidades do falecido e que termina muitas vezes com o típico e impessoal “RIP”. 

Apesar disso, hoje tenho mesmo de falar de uma morte que aconteceu ontem e de que só fiquei a saber agora: a de Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto, autor de uma enorme obra literária e Prémio Nobel da Paz. Faleceu aos oitenta e sete anos, o que não deixa de ser admirável tendo em consideração a vida que teve e a sentença de morte que sobre ele pendeu na forma de campos de concentração e outras atrocidades. Dedicou boa parte destas quase nove décadas de vida a relatar ao mundo os horrores vividos durante o Holocausto. Deixa uma obra imensa, tanto na ficção quando na não-ficção. Para mim, e é por isso que falo dele hoje, deixa uma importantíssima, valiosíssima memória de alguma coisa que mancha a nossa História, que nos envergonha enquanto humanos. Elie Wiesel e outros que, como ele, sobreviveram para contar ao mundo e aos que vieram depois aquilo que aconteceu são vozes que devem ser ouvidas (e que podem continuar a sê-lo, pois no caso deste autor, ficam os livros como testemunhos). Nos dias de hoje, são vozes que devem falar bastante alto, fazer-se ouvir seja como for para que não voltemos a repetir aquilo que nunca devíamos ter feito em primeiro lugar. Numa altura em que assistimos a acontecimentos históricos de alcance ainda um pouco desconhecido, num momento da nossa existência em que muitos voltam a olhar para “o outro” como sendo o inimigo, a persona non grata, o alvo a abater, num tempo em que parece voltar a imperar o ódio e o gosto pelo terror, a voz de Elie Wiesel devia sobrepor-se a todo o ruído. Ainda que não mudasse todas as cabeças, talvez fizesse algumas, que andam meio esquecidas, voltarem a funcionar. Talvez levasse uns quantos a fazerem o exercício de se porem no lugar do outro, coisa que me parece cada vez mais difícil de fazer neste mundo egoísta em que por agora vivemos.

Há uns tempos, devem recordar-se, fez-se uma campanha de sensibilização que convidava as pessoas a pensarem no que poriam numa mochila se fossem refugiados, se tivessem de deixar tudo o que é seu para trás e apenas pudessem fugir com o essencial. Até consegui perceber a ideia, mas pelo que pude ver, rapidamente foi tornada num circo de idiotice e de brincadeira. Em muitos casos, a tentativa de “calçar os sapatos” do outro perdeu-se e só ficou mais uma anedota para as redes sociais e para todos os que são absolutamente incapazes de compreender a dor alheia (ou de, pelo menos, tentar compreendê-la). Ao ver tudo isto acontecer, não consigo evitar pensar que caminhamos rapidamente para uma desumanização e que estamos a esquecer-nos muito depressa daquilo que outrora jurávamos que não podia ser esquecido. Nós, que já tivemos a oportunidade de passar por muitos anos de escolaridade, ouvíamos na escola falar sobre as Guerras Mundiais, sobre os campos de concentração, sobre o Holocausto, sobre os regimes totalitários e, sendo paradoxalmente matéria que nos atraía, tirávamos boas notas e perguntávamo-nos como poderia ter sido possível que tal acontecesse. Mais: dizíamos que nunca deveríamos esquecer aqueles horrores para que servissem de exemplo do que não podia repetir-se. Quantos de nós ainda se recordam disso?

Para ajudar a que a memória perdurasse, Elie Wiesel e outros que sentiram as atrocidades na pele, que não tiveram direito àquilo a que comummente e na falta de melhor termo costumamos chamar de “vida normal”, espalhavam a sua palavra e deixavam-nos boquiabertos com o tamanho da maldade, com a capacidade de destruir tudo o que não devia ser destruído. Elie Wiesel, cuja voz não mais ouviremos, deixou um testemunho enorme, disponível a todos os que o queiram conhecer. Por isso, não é por perdermos fisicamente esta pessoa que as memórias que nos deixou se perdem: como sempre ficam os livros que, mais que mero entretenimento, são retratos crus de uma época horrenda da História. E, sobretudo, são aviso sobre aquilo que, como já disse, não podemos permitir que volte a acontecer. 

Por tudo o que acima ficou dito, hoje também este blogue lamenta uma morte. A morte de alguém que já a havia visto de perto quando tudo era possível, mesmo aquilo que tinha de ser sempre impossível. Como com qualquer escritor, fica a obra. Neste caso, isso é ainda mais importante, pois significa que o testemunho, a memória estão connosco e continuarão a modificar todos aqueles que os queiram ouvir com atenção.


Nota: A foto saiu daqui.

sábado, 2 de julho de 2016

Bibliotecas

O suplemento “Fugas", hoje publicado com o jornal Público, dedica algumas páginas (incluindo a capa) a uma viagem por diferentes bibliotecas do mundo por ocasião do Dia Mundial das Bibliotecas, celebrado a 1 de Julho. De Alexandria até à Irlanda, passando pelos Estados Unidos e pela China, são várias as bibliotecas referidas neste texto. Com fotografias que levam qualquer apaixonado por livros a babar-se um pouco e com descrições que só pecam por serem curtas, este trabalho mostra-nos como, espalhados pelo globo, se encontram estes palácios do livro e como vão conseguindo (apesar de muitos ‘acidentes’ da História) guardar o nosso conhecimento e aquilo que nos fez chegar até aqui. 

É um facto que vivemos tempos em que os livros vão perdendo terreno para outros objectos, mas um livro será sempre um livro. Revolucionou o mundo e revoluciona ainda a cabeça de todos aqueles que se dedicam a fazer aquilo que é a sua razão de ser: lê-los. Por isso estas majestosas casas onde se guardam exemplares raros, verdadeiras jóias bibliográficas, tesouros inestimáveis para os bibliófilos que ainda vão existindo são da maior importância e merecem toda a nossa atenção. É apaixonante pensar que debaixo do mesmo tecto podem conviver pacificamente séculos de saber, milhares ou milhões de ideias que se complementam ou que se contradizem, mas que contam a nossa história, que acrescentam mais uma peça do puzzle. Por isso vale a pena ler este trabalho sobre as bibliotecas e esperar por dias em que mais do que ler sobre estas bibliotecas tão espalhadas pelo orbe, possam fazer-se-lhes visitas daquelas que não se esquecem.


A saga das orelhas felinas

Perdoem-me por voltar aos gatos, mas eles são um manancial de histórias de tal tamanho que qualquer dia mudo o nome do blogue para “As Minhas Gatadas”. Já vi pior.

Ora e que trago eu hoje? Mais um capitulozinho da novela “Os Meus Gatos Têm Uma Vida De Luxo”. Neste episódio narro-vos a ida da Lady Gatinha à sua consulta e vacinação anuais (embora ela seja gaja para considerar que ver a veterinária uma vez por ano não chega e que o ideal é ir arranjando umas pedras na bexiga e umas diarreias que façam ir lá mais amiúde). Lá foi ela, toda pimpona e airosa na sua caixinha, foi apalpada, auscultada, pesada (quatro quilos duzentos e quinze gramas, a gorda), viram-lhe a boquita, as orelhitas, levou duas vacinas e, já quase no fim, a frase que eu já esperava ouvir (porque vou lendo umas coisas sobre gatos) e que temia:

- Tem de pôr protector solar nas orelhas da miúda.

Já tinha lido sobre isto. Embora a Lady Gatinha não seja totalmente branca (é uma tartaruga branca por baixo e com manchas cor de caramelo por cima e por isso costumo dizer que é um sundae de caramelo), tem as orelhas muito clarinhas. Ora, quando isso acontece e tendo em consideração que nenhum gato nega a possibilidade de umas boas horas ao sol, deve colocar-se protector solar nas orelhas do bicho de modo a evitar escaldões ou, pior ainda, cancro de pele. Eu ia olhando para as orelhitas dela e perguntava-me se, apesar de castanhas, não seriam merecedoras de tal cuidado. Afinal sim e por isso lá fui eu à farmácia fazer a compra de protectores para este verão. Ontem perguntei à veterinária se havia algum protector para gatos ou se podia ser do nosso e ela disse que podia ser do nosso, mas sem perfume. O de criança servia, Como costumo comprar os protectores da Avène, quis saber se esse dava e, novamente, o reforço da ideia “desde que não tenha perfume”.

E eis que hoje entro na farmácia, explico que quero protector solar para mim e para a gata. Uma das farmacêuticas ri-se (pudera, até a mim me dá vontade de rir), explico que costumo usar o da Avène 50+, mas que agora preciso que não tenha perfume porque foi o que a veterinária pediu para a gata. Bem, abreviando: tive direito a uma promoção e saí de lá com um protector solar para bebés com factor 50+ para mim e para a gata; um protector em bisnaga para levar para as férias também 50+, mas já sem bonecos na embalagem e com perfume (este é para nós e não para a felina) e com uma barrica de creme pós-solar que foi oferta. De caminho, e porque o spray para mim e para a Lady Gatinha é de criança, fui brindada com umas raquetes de praia e, dado o número de produtos, ainda trouxe um saco de praia. Mesmo assim, chorei ao pagar.

Cheguei a casa, peguei na bichana, sentei-a no meu colo, pus spray nos dedos e esfreguei-lhe as orelhas com aquilo. De facto não tem cheiro e esfrega-se bem. A gata não ficou a chamar-me santa e agora parece uma turista espalhada ao sol. Tentei que aquilo ficasse bem aplicado, mas foi a primeira vez e espero que ela me perdoe o mau jeito. Amanhã há mais e haverá mais todos os dias até ao final dos dias de sol. Imagino-me de manhã, antes de ir trabalhar, a aviar as orelhas da gata a toda a pressa.

Agora tremo só de pensar no dia em que ela precise de óculos de sol. 




sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sombras e soluços

Fiquei há pouco a saber que os gatos também têm soluços. Lady Gatinha, depois de tentar apanhar a sombra da pá com a qual lhe limpava a caixa de areia, teve um problema de soluços que a deixou espantada (e a mim também). Pobre gatinha.

E no fim a sombra ganhou.