quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Este blog e eu

Este blog tem pouco mais de uma semana e já acho que abri-lo já foi uma das melhores ideias que já tive. Não digo isto porque realmente as pessoas até o estejam a ler (ainda que isso me deixe muito, muito contente), mas sim porque estou aos poucos a regressar a uma actividade que, em tempos, foi a minha preferida: a escrita. Não digo que fosse por aí além talentosa, porém acho que conseguia juntar três frases com algum sucesso. Sempre fui incapaz de escrever histórias com enredo, sou uma nódoa a criar personagens e nunca, mas nunca, mas mesmo nunca queiram ver um poema escrito por mim. Contudo, era razoável a reflectir sobre alguns assuntos e escrevia qualquer coisa que eu identificava como prosa poética sem grandes dificuldades. Depois mostrava a algumas pessoas e até nem era maltratada a seguir, o que me leva (talvez ingenuamente) a crer que teria algum jeito para a coisa. Mas depois parei.

Parei de escrever e sei bem por que razão o fiz. É que já não tinha nada para dizer. De repente já não sabia juntar palavras com a mesma facilidade de antes. Escrevia tudo o que me pediam para a faculdade, mas fora dela e por minha vontade não escrevia nem uma linha. Descobria por minha conta aquilo de que já ouvira falar, mas que ainda não havia experimentado: a inspiração é tanto maior quanto o sofrimento por que se passa. Cessando a dor, cessa a vontade de falar com o papel. E cessou.

Passei anos sem escrever muito mais do que postais de aniversário. A escrita de trabalhos académicos continuava fácil de acontecer, mas a outra, aquela que nos ajuda a sentir-nos mais leves, essa nunca mais voltou a acontecer. E se primeiro não me chateei, alguns anos depois comecei a lamentar a perda dessa capacidade. Por isso fui tentando retomar a escrita e, encurtando a história, devo dizer que este blog faz parte dessa tentativa. Escrever pequenos textos, sobre assuntos variados, uns com humor, outros mais sérios tem sido o meu objectivo, na tentativa de desemperrar uma capacidade que já existiu, mas que hibernou. Se o estou a fazer com sucesso, só quem vem ler o blog me poderá dizer, contudo garanto que me tenho sentido mais leve por ter conseguido partilhar algumas ideias (disparatadas ou não) sem que me faltem as palavras à primeira tentativa.

Por isso termino este texto agradecendo aos que têm vindo dar umas espreitadelas e aos que espreitam e comentam o que lêem. É muito agradável conhecer a vossa opinião e tem sido fantástico perceber que afinal ainda sou capaz.

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