terça-feira, 26 de junho de 2012

Silêncio de ouro

Fazendo a ronda pelos blogues que costumo seguir, vejo que o «Blogtailors» nos remete para a lista dos dez melhores livros com as piores críticas de leitores no Amazon. E eis que o meu Quixote é um dos mais malhados pelos leitores que o acham entediante, repetitivo e francamente mau. Conseguem, até, de repente, lembrar cinco ou seis melhores. Outros como o Ulisses, a LolitaO Grande Gatsby e o 1984 recebem críticas igualmente más (como podem confirmar aqui).

Há coisas que a minha mediana inteligência não apreende. Por exemplo, não consegui achar grande graça ao livro Os Cadernos de Pickwick, mas percebo que o autor procurou apanhar ali, tal como noutros livros seus, uma realidade britânica altamente criticável e, sob esse ponto de vista, o livro é bom. Quanto ao humor, tirando meia dúzia de páginas, não lhe encontrei muito. Agora: não me verão a malhar nele no Amazon porque, a meu ver, isso está ao nível do génio que me gritou no metro que o Quixote não presta e que O Conde de Monte Cristo é mil vezes melhor, sem que alguma vez tenha lido o livro de Cervantes. Há livros que valem pelo todo que são, pela história que os envolve, pelo que representam para cada um de nós e para todos nós. Mas há cérebros que não atingem isso e que não sabem que por vezes o silêncio (ou, neste caso, a ausência de palavra escrita nos comentários de uma página da internet) vale ouro.

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