Perdoem-me os que possam sentir-se atacados com o que aqui vou dizer. Provavelmente vou cair no enorme erro de generalizar algo que devia ser particularizado. Contudo, avanço já a minha explicação: de acordo com os disparates que vejo ao longo dos muitos meses que dura um ano escolar, não há como evitar a generalização. O volume de idiotice é tão gigante e vem de tantas frentes que é-me difícil poupar os que ainda mantêm a sanidade mental e não vão espancar professores e alunos por "dá cá aquela palha".
Por que razão digo isto? A menina explica. Lembram-se daquela história das "BFF" (Best Friends Forever) que aqui contei há uns dias? Pois bem, teve desenvolvimentos. A ver se consigo voltar a pôr isto em modo fábula para ser menos chocante.
A coelhinha que não viajou decidiu, no final da fábula do outro dia, reduzir toda a gente à categoria de "amigas" (sem o vocábulo "melhor" antes) e assim julgou que os seus problemas teriam fim. Enganava-se. A MÃE da coelhinha que viajara e que, pelo afastamento, perdera o estatudo de "BFF", decidiu que havia de ter uma conversinha com a coelhinha que agora se dava muito bem com a passarinha e que despromovera a sua filha a, apenas, amiga.
A pobre coitada que pensava que tinha de novo a harmonia na sua vida assustou-se quando soube que seria confrontada com a progenitora aguerrida da sua antiga "BFF". Felizmente, a sanidade imperou e a mãe da coelhinha que muito viaja foi proibida de conversar com a "ex-BFF" da filha.
Minha gente, comentem vocês isto porque não tenho já qualquer paciência e verve para o fazer. O disparate parece-me tão grande e despropositado que já não tenho palavras. Proteger os filhos, amá-los, tentar evitar que sofram (ainda que se saiba que isso acabará por acontecer, já que faz parte da vida) é uma coisa. Querer controlar todos os aspectos da vida de um filho ao ponto de invadir as liberdades de outras crianças já me parece coisa grave e despropositada. Há limites para a protecção, ainda que não os haja para o amor da mãe por um filho. Eu não sou mãe, mas parece-me que é assim que as coisas funcionam. Dá-se a mão aos miúdos, mas eles acabam por cair na mesma e esfolar um joelho. O que devem fazer as mães? Pontapear e pegar fogo ao chão onde o joelho se esfolou ou cuidar da ferida? Claramente, eu escolheria a segunda opção, mas acreditem: cada vez encontro mais pais que preferem a primeira hipótese. Isso não faz nada pela criança, pelo contrário: é uma péssima lição.
(Eu disse que não comentava, mas afinal comentei. Sou uma troca-tintas incapaz de se calar.)
Este mundo está perdido. Há cada vez pais mais idiotas... Ouço cada coisa na rua que as vezes só apetece ir lá dar umas belas bofetadas à criança e aos pais que ainda são piores que a criança que pelo menos eatá mesmo em idade de ser parva e dizer disparates!
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