terça-feira, 19 de junho de 2012

Ao ponto a que os paizinhos chegam

Perdoem-me os que possam sentir-se atacados com o que aqui vou dizer. Provavelmente vou cair no enorme erro de generalizar algo que devia ser particularizado. Contudo, avanço já a minha explicação: de acordo com os disparates que vejo ao longo dos muitos meses que dura um ano escolar, não há como evitar a generalização. O volume de idiotice é tão gigante e vem de tantas frentes que é-me difícil poupar os que ainda mantêm a sanidade mental e não vão espancar professores e alunos por "dá cá aquela palha".

Por que razão digo isto? A menina explica. Lembram-se daquela história das "BFF" (Best Friends Forever) que aqui contei há uns dias? Pois bem, teve desenvolvimentos. A ver se consigo voltar a pôr isto em modo fábula para ser menos chocante.

A coelhinha que não viajou decidiu, no final da fábula do outro dia, reduzir toda a gente à categoria de "amigas" (sem o vocábulo "melhor" antes) e assim julgou que os seus problemas teriam fim. Enganava-se. A MÃE da coelhinha que viajara e que, pelo afastamento, perdera o estatudo de "BFF", decidiu que havia de ter uma conversinha com a coelhinha que agora se dava muito bem com a passarinha e que despromovera a sua filha a, apenas, amiga.

A pobre coitada que pensava que tinha de novo a harmonia na sua vida assustou-se quando soube que seria confrontada com a progenitora aguerrida da sua antiga "BFF". Felizmente, a sanidade imperou e a mãe da coelhinha que muito viaja foi proibida de conversar com a "ex-BFF" da filha.

Minha gente, comentem vocês isto porque não tenho já qualquer paciência e verve para o fazer. O disparate parece-me tão grande e despropositado que já não tenho palavras. Proteger os filhos, amá-los, tentar evitar que sofram (ainda que se saiba que isso acabará por acontecer, já que faz parte da vida) é uma coisa. Querer controlar todos os aspectos da vida de um filho ao ponto de invadir as liberdades de outras crianças já me parece coisa grave e despropositada. Há limites para a protecção, ainda que não os haja para o amor da mãe por um filho. Eu não sou mãe, mas parece-me que é assim que as coisas funcionam. Dá-se a mão aos miúdos, mas eles acabam por cair na mesma e esfolar um joelho. O que devem fazer as mães? Pontapear e pegar fogo ao chão onde o joelho se esfolou ou cuidar da ferida? Claramente, eu escolheria a segunda opção, mas acreditem: cada vez encontro mais pais que preferem a primeira hipótese. Isso não faz nada pela criança, pelo contrário: é uma péssima lição.

(Eu disse que não comentava, mas afinal comentei. Sou uma troca-tintas incapaz de se calar.)

1 comentário:

  1. Este mundo está perdido. Há cada vez pais mais idiotas... Ouço cada coisa na rua que as vezes só apetece ir lá dar umas belas bofetadas à criança e aos pais que ainda são piores que a criança que pelo menos eatá mesmo em idade de ser parva e dizer disparates!

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