Morreu o senhor que inventou uma história em que os livros ardiam. Eram objectos malditos numa sociedade de poucas liberdades e, por isso, o papel era condenado ao fogo. As personagens lutaram contra o esquecimento das grandes histórias e, na impossibilidade de manterem consigo os livros que o regime censurava, decoraram as palavras que eles continham e repetiam-nas vezes e vezes sem conta, para que nunca desaparecessem realmente. Com Ray Bradbury, autor de livros de ficção científica, passou a ser do conhecimento geral a temperatura a que arde o papel. Não gosto de tal tipo de literatura, mas gosto da ideia subjacente a este livro, o Fahrenheit 451, de 1953.
Morre o autor, mas fica a ideia: os livros hão-de resistir porque haverá sempre quem olhe por eles e os deseje mais do que os odeiam os outros, os que não percebem nada.
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