sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Até o Bambi chorou

Será que o pessoal da Coreia do Norte acredita mesmo nas patarecadas que a propaganda do regime tem inventado para mitificar o líder morto? É que dizer que até a natureza chorou a morte de Kin Jong-Il, que apareceu uma mensagem escrita nuns montes, que o céu se pôs vermelho e outros disparates semelhantes é, das duas uma, ou passar um atestado de burrice à população do país ou tornar risível um acontecimento que, à partida, não deveria provocar gargalhadas. Aliás, as reacções de muitos coreanos à morte do seu líder têm posto o mundo mais a ocidente a rir a bandeiras despregadas: é difícil imaginarmo-nos a ter um comportamento semelhante perante a morte de um nosso líder político. Contudo, é preciso recordar que aquela gente vive sob um regime que espalha propaganda política como quem bebe água. Sabe-se lá, inclusivamente, se a própria choradeira compulsiva que tomou conta daquela gente não faz também parte da própria propaganda...

Um dos bons disparates que ouvi nos últimos dias, dizia respeito ao inigualável talento do senhor Kin Jong-Il para o golfe. Basicamente, e segundo os jornalistas, os talentos que se lhe apregoavam fariam dele um jogador de golfe muitíssimo mais dotado do que o próprio Tiger Woods (atenção aos trocadilhos!). Outra das pérolas que sobre ele se contam é que num curtíssimo período de tempo terá escrito mais de mil e quinhentos livros. Ah leão!

Enfim, vista assim, aquela fraca figura era só qualidades sem defeitos. E ou os norte-coreanos estão muito bem endrominados por aquela palhaçada toda, ou eles próprios gostam de contribuir para o circo. Certo é que «rei morto, rei posto» e ao que parece o filho vai suceder-lhe em breve. Ora, como uma palhaçada nunca vem só, parece que a biografia do sucessor é mantida no maior dos segredos, embora aos poucos vão surgindo informações que começam a fazer dele um novo herói. Uma delas consiste, segundo se diz, em pôr o moço (que tem uns vinte e sete anos) a comemorar o trigésimo aniversário já no próximo ano, para que se dê uma coincidência de datas entre a do seu nascimento e a dos seus antecedentes. Eu se fosse a ele, exigia um bolo de aniversário três vezes maior do que o normal para compensar os três anos de idade que vai envelhecer em poucos meses. Só mesmo com muito bolinho é que a coisa se fazia!

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