É então isto um livro
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo «eu» entre nós e nós?
Manuel António Pina, «Os Livros»,
Como Se Desenha uma Casa
A primeira frase fez-me pensar num miúdo no futuro a ver um livro pela primeira vez visto que só há computadores e afins.
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