Percebemos que ler nos melhora quando damos por nós a pesquisar sobre o golpe militar no Chile porque um livro nos deixou com vontade de saber mais sobre ele. Neste caso o livro foi La Casa de los Espíritus, de Isabel Allende. Devo dizer que nunca tinha lido nada desta autora e que até a tinha em má conta. Julgava, erradamente, que era toda cor-de-rosa e assim para o parecida com os Nicholas Sparks e as Svevas «Nhanhanhas» desta vida. Todavia, pelo menos neste livro, a autora mostra-se muito diferente disso, escrevendo uma história sobre as várias gerações de uma família chilena, desde os iniciozinhos do século XX até à actualidade da publicação da obra (anos oitenta). Conseguimos perceber de que modo viviam ricos e pobres naquele país, como era a justiça entre patrões e empregados, como se fazia política e como facilmente se derrubava um Presidente que os menos endinheirados adoravam, apenas porque não agradava aos mais ricos. Vemos como era a vida das mulheres: das que se podiam gabar do muito dinheiro que tinham, mas que lamentavam a falta de liberdade que estava associada a tal facto, e das outras, as que por serem pobres se transformavam em objectos ao serviço de um senhor. Percebemos como eram educadas as crianças das várias classes sociais e como um mau início pode ser decisivo na formação de um mau carácter. Enfim, concluímos o livro com um arrepio na espinha perante as torturas que a ditadura militar proporcionou a tanta gente (mesmo aos que desejavam ardentemente a queda do governo anterior ao golpe militar) e com vontade de perceber melhor o que por ali se passou. É este, parece-me, o poder dos bons livros: mostrar-nos o muito que não sabemos para que tenhamos a oportunidade de procurar respostas.
Por acaso por opção própria fiz um trabalho sobre esse livro (que li na altura e adorei) no meu 11º. Assim de repente pensei: txiiiii, há quanto tempo!
ResponderEliminarNão sei se conheces, mas vê este vídeo: http://o-meu-reino-da-noite.blogspot.com/2010/02/viver-apaixonadamente.html