domingo, 30 de novembro de 2014

E o prémio vai para...

É um facto que já não posso com a Nos e que ando desertinha para que acabe a fidelização para mudar os meus serviços de internet, telefone e televisão. Mas no que toca a anúncios de Natal, o da Nos, feito num comboio onde até o Camané entra, bate aos pontos a estopada de anúncio da Meo com os quatro elementos dos Gato Fedorento vestidos de meninas e de senhores mais escuros a cantar em estúdio ou na rua. Provavelmente só eu é que reparo nisto, mas o que fazer? Os louros a quem os merece. Ainda que só valha mesmo a pena em anúncios...

Meu querido Pai Natal... II

Meu querido Pai Natal,

Quero este livro desde que ele saiu, mas como a editora deve ter tido um problema de discalculia na altura de apreçar a coisa, nunca o comprei. Ora, é aqui que tu entras. Vem aí o Natal e penso que era bonitinho da tua parte orientares os duendes no sentido de fazerem uma vaquinha para me oferecerem este livro. Ficava-te bem.

Portei-me bem, comi a sopa toda (principalmente a de peixe) por isso aguardo com expectativa o que sairá do meu sapatinho. Se for este livro, deixo-te leite e biscoitos. Se já não houver leite no copo e biscoitos no prato, olha... Foi porque o Sr. Gato chegou lá primeiro.

Beijiinhos, Pai Natal.


sábado, 29 de novembro de 2014

Mais problemas prosaicos

Esta vida é uma fona! Mal acaba um problema, começa outro e é o inferno outra vez. Eu cá tenho um que se repete ano após ano e que é o desespero.

Sou a orgulhosa dona de uma farta melena de cabelos dourados (qual Rapunzel). São fininhos, mas são às carradas. Ora, o que é que sucede? Sucede que com as golas dos casacos e os cachecóis próprios da estação, o cabelito da nuca passa o dia a roçar em tecido e eu chego ao fim do dia com um nó de dimensões épicas que leva horas (e litros de lágrimas) a ser abatido. Um problema que se repete todos os anos. Chegando esta altura já sei o que de lá vem. Prender o cabelo seria uma solução, mas eu sofro do sídrome de Sansão em duplicado: cortar ou prender o cabelo durante a semana deixa-me sem forças. Então uma pessoa tem uma melena jeitosa e depois amarra-a? Não! Além disso há o mafarrico do frio nas orelhas...

Bom, seja como for isto é um problema sério e nem sei como o Serviço Nacional de Saúde não tem já consultas capilares para cidadãs que, como eu, padecem desta facilidade em criar ninhos de ratos na nuca depois de vestirem o seu melhor casaquinho de Inverno. Com um problema desta dimensão e causador de tamanho sofrimento só me apraz dizer: esta vida é um lixo e não somos nada... 

Problemas, problemas, problemas!

Já cá canta!

E começou a sangria desatada aos vales da Fnac recebidos no aniversário. Eis o primeiro menino que se muda cá para casa. Vem bem a propósito esta edição da História de Espanha publicada pelas Edições 70. É que, como disse há umas quixotadas atrás, desenvolvi uma paixão assolapada pelos Reis Católicos, D. Isabel e D. Fernando, graças à magnífica série da RTVE. De facto, acho que se não fosse uma típica portuguesa em constante depressão, sempre descontente e a maldizer o mundo, a sorte e a vida, só podia ser uma alegre espanhola a falar alto, rir à gargalhada e a adorar tudo o que fosse espanhol (e o Quixote acima de todas as coisas). Podem ter passado metade da História à porrada connosco, mas lá que têm boa disposição a correr nas veias, disso não há dúvida. E por isso, porque Espanha não é apenas o seu Século de Ouro (sobre o qual já tenho muitos livros), fico com esta História de Espanha para ver se aprendo mais qualquer coisita sobre os nuestros hermanos que tanto entraram na nossa própria História. 


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Elogio a quem o merece

Se estamos cá para falar mal quando as coisas não nos parecem bem, também devemos estar por cá para falar sobre o que corre maravilhosamente. Por isso, hoje estou aqui para dizer coisas boas sobre o Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde fiz uma pequena cirurgia hoje (a propósito, estou óptima).
 
Desde o atendimento até às enfermeiras e auxiliares com quem lidei no bloco operatório foi tudo de uma simpatia imensa e de um cuidado extraordinário. Já tinha sido operada noutros hospitais e, geralmente, depois de me mandarem vestir a típica bata horrenda, deixavam-me assim até ser, de facto, chamada para a sala de cirurgia. Mas no Egas Moniz levaram-me para uma salita pequena com cacifos e um aquecedor, sobre o qual se encontrava um lençol. Até pensei que acabariam por pegar fogo ao hospital ao deixarem tecido sobre um aquecedor, mas depois percebi o intuito... É que quando foram chamar-me para ir para o bloco, enrolaram-me naquele lençol quentinho e, portanto, apesar de estar frio, estive sempre bem quente.
 
As auxiliares, enfermeiras e o médico também foram amorosos durante a cirurgia. Praticamente nem dei por nada, já que estava mais entretida a ouvi-los falar sobre bons petiscos para comer na praia. Isto enquanto ouvíamos Pearl Jam.
 
Portanto, tiro o meu chapéu àquela equipa. Temos a tendência de dizer sempre que está tudo mal, mas por vezes há coisas que estão muito bem. E esta está óptima! 

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Do frio e da vergonha

Depois de dar muitas aulas e de ter uma aula que secaria o cérebro a um santo, apanhar o friozinho que se pôs é mesmo a cereja no topo do bolo. Mas, bem, de que reclamo eu? Com a chuva torrencial que caiu hoje, podia perfeitamente estar a ir a nado para casa ou, por outro lado, ser levada pela enxurrada em que hoje consistiu a cidade de Lisboa. 

Por fim, um pequeno apontamento mais terno e quente: hoje fui a casa entre o fim das aulas enquanto professora e o início da aula enquanto aluna e só tive tempo de aquecer uma tigela de leite e atirar uns cereais lá para dentro antes de voltar a sair. Bom, depois de umas colheradas da coisa, o meu pai tocou à campainha e  eu e o Sr. Gato fomos recebê-lo. Distrai-me um bocadinho a falar com ele (com o pai, não com o Sr. Gato) e quando reparo está o pequeno bandido (o Sr. Gato, não o pai) a lamber-me o leite da tigela. Ele, criatura que NUNCA havia provado leite e que, como qualquer gato, nem deve beber leite! Enxotei o abusadão para longe do meu lanche e, entretanto, o meu pai teve de ir-se embora. Faltavam uns cinco minutos para eu sair de casa... Mais de metade do meu lanche estava naquela tigela e eu sem tempo de preparar e engolir outra coisa qualquer... Bem, admito: bebi o leite que sobrara da tigela que o gato tinha assaltado. O mundo que me perdoe, mas não havia tempo para mais e também era feio deitar aquele leitinho fora. E o Sr. Gato tem tudo quanto são vacinas. E eu também. Que queriam que eu fizesse nesta situação difícil?! Deixem-me!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A metamorfose

Hoje dei por mim a ponderar sobre a possibilidade de estar a transformar-me no Garfield. Começo a odiar de morte segundas-feiras, adoro lasanha e estou cada vez mais rabugenta. Adoro a minha mantinha e só quero é dormir. 

A propósito, tenho uma imensa queda sazonal de cabelo, coisa que não sei se afectava o pêlo do Garfield. Mas pronto: é isto. Somos gémeos separados à nascença. 

O Sr. Gato leva a vantagem

A árvore de Natal foi feita no final do dia de sábado. Hoje às sete e meia da manhã já tinha sido derrubada pela primeira vez. Gato - 1, árvore - 0. 

domingo, 23 de novembro de 2014

Já não POSSO!

Já não POSSO ouvir notícias sobre aquela aldeia que anda num virote por causa da mudança do padre. Não há um domingo de sossego! Não há domingo sem vir a bela imagem da população a fazer uma figura muito triste a enxovalhar o novo padre e a clamar em altos brados pelo pároco retirado da aldeia pela diocese. E já não POSSO particularmente ouvir alminhas dizerem que enquanto o antigo padre não regressar, não irão à missa.
 
Meus senhores, todos os anos milhares de professores (essas almas que ensinam os vossos filhos e netos e que são decisivos para a sua formação escolar, mas também cívica) rodam pelas escolas do país sem que haja o mínimo de respeito ou de consideração para com eles e para com os alunos que, frequentemente, saem a perder. Se não são os próprios a fazer barulho, não há uma alma que se digne a ir para a rua gritar pelos docentes que podiam garantir estabilidade ao ensino dos vossos filhos e netos. Mas eis que se vêem estes casos em que se grita por um padre, em que as forças policiais (que eu e todos pagamos) têm de deslocar-se para garantir a segurança do novo pároco... A mim isto prova-me que não andamos bem. Se existisse, de facto, fé, iam à missa com o padre antigo, com o padre novo, com um padre qualquer. O que se faz na igreja na hora da missa (e acho que para perceber isto não é preciso ser-se muito praticante) ultrapassa o «condutor» da cerimónia. Ou seja: vai-se pelo ritual de fé que ali acontece e não por ser o pároco A, B ou C. Dizerem que não vão à missa enquanto o padre que querem não regressar é hilariante porque demonstra até à exaustão que não vão à missa para rezar ou ouvir o Evangelho: vão pelo padre. Ponto.
 
Pergunto-me se as vossas crianças tiveram os professores colocados a tempo e horas. Pergunto-me se todos iniciaram o ano quando devia ser, sem serem prejudicados pela lotaria da colocação de professores. Como nunca vos vi de cartazes em punho a lutar pela manutenção dos professores do ano passado ou a reclamar pela falta de colocação de docentes nas escolas da zona, deduzo que tudo correu bem ou que ficaram satisfeitos com a rotatividade. Sois uns sortudos!
 
Agora, já que pelos vistos a aldeia ou vila ou o que seja não vai parar tão cedo com este comportamento, seria pedir muito aos canais de televisão para pararem de dar importância ao caso? É que o resto do país já está saturado de ver tanta luta por um mensageiro e a mensagem a ser desprezada por todos os que viram as costas à missa enquanto o seu desejo de voltar a ter o antigo padre de volta não se realizar. Luta-se tão pouco pelo que vale realmente a pena e depois temos isto... Uma amostra do que a fé não deve ser em horário nobre na televisão.

Gato vs. Árvore... Ai!

Fiz ontem a árvore de Natal. Depois lembrei-me de que tenho um gato. Aliás, o gato lembrou-me de que existe e de que adora uma boa farra.
 
Estão a ver o meu problema?

sábado, 22 de novembro de 2014

Problemas prosaicos

Uma pessoa até pode querer despachar já as compras de Natal (e dá vontade que hoje de manhã estive num centro comercial às moscas e a tocar canções natalícias), mas não pode. Porquê? Pois porque a maioria das lojas tem trinta dias como prazo para trocas e hoje só é dia vinte e dois. Portanto, era um bom dia, mas não pode ser. São poucas as lojas que, por ser para o Natal, alargam o período de trocas. Quer dizer que a corrida natalícia pelo presente ideal só pode começar a partir de terça-feira (embora duvide que alguém vá trocar alguma coisa exactamente no dia de Natal...).
 
Problemas, problemas, problemas!

São (más) escolhas

Há alguns anos adorava o Diário de Notícias. Era o jornal que mais gostava de comprar. Hoje em dia utilizo-o como banco de recolha de frases com erros para utilizar como exemplos nas minhas aulas. Durante quase um ano da minha vida, quando comecei a ser professora, dei explicações a uma adulta (jurista de profissão) só tendo por base as calinadas do DN. Imaginem que foi tão bom que uns anos mais tarde ela telefonou-me a pedir para repetirmos a dose...

Tenho, no entanto, no iPad a aplicação do DN e dou lá um pulo de vez em quando para saber das últimas. Geralmente nunca consigo fazê-lo sem topar com erros, já parece uma espécie de tradição. Hoje lá fui ver as notícias que por lá paravam e deparo-me com uma brilhante sobre uma escritora. Vou ler e termino o texto sem saber de quem se trata. E porquê? Porque ao longo daquelas várias linhas nunca o autor se lembrou de colocar o nome da senhora. Utiliza sempre expressões como "a autora de ...", sendo que onde estão as reticências está o nome de outra obra da senhora. São umas quantas expressões assim, nunca o nome dela. Por azar, também não lhe reconheço o rosto. Portanto, fiquei na mesma.

É uma pena. O DN tem tantos anos de existência que merecia, de facto, muito melhor. Mas, enfim, como muitas outras coisas viu a sua qualidade descer na mesma proporção em que a crise aumentava. Percebe-se que foi imperioso sobreviver a tempos difíceis, mas, se calhar, aqueles pares de olhos extra que foram dispensados há algum tempo, alguns verdadeiros olhos de experiência, faziam falta para evitar que este jornal, em tempos tão bom, fosse agora um depositório de erros e de mau uso do Português.

Meu querido Pai Natal...

Meu querido Pai Natal,
 
É um facto que o Natal está à porta. E também é um facto que fiz anos nem há uma semana, mas que queres? Sou assim, uma descontente e uma pedinchona. Por isso aqui estou eu para informar-te de que o meu bom e velhinho Kindle fez, há uns dias, quatro anos. Tem livros que não acabam lá dentro e está, confesso, um pouco lento. É por esse motivo que queria ter um novo, um daqueles já com luz para poder ler sem incomodar o menino e o gato. Eu querer, querer até queria o último modelo (o Kindle Voyage), mas quando converti as libras em euros pensei que era melhor não abusar da tua boa vontade...
 
Assim sendo, na noite de Natal podes deixar na minha meia o fofo embrulho de um Kindle Paperwhite. Não é a última coca-cola do deserto, mas parece porreirito e também tem luz no ecrã, que é o que se quer. Além disso é significativamente mais barato que o Kindle Voyage (que é giro como tudo). Deixo-te a foto do Kindle Paperwhite. Eu e o meu Kindle velhinho (ainda com teclado e dicionário apenas em inglês) vamos agradecer-te muito. Prometo deixar-te leite e biscoitos junto à peúga porque não tenho chaminé.

Beijinhos, Pai Natal.


Nota: A imagem saiu, claro, da página da Amazon e representa um Kindle Paperwhite.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A Duqueza de Alba e a minha inveja

Morreu a Duquesa de Alba. Tenho para ali um ebook sobre o Duque de Alba, o primeiro de todos, e a ver se o leio para perceber a importância histórica desta família. Digamos que a exuberância desta senhora que faleceu não dava propriamente lugar a que se pensasse em história...

Há uns anos, não sei se se lembram, falou-se muito desta duquesa porque veio, já bastante avançada na idade, promover a sua biografia a Portugal. Falou-se também bastante do seu casamento com um homem vinte anos mais jovem. Enfim, era uma pessoa dada a polémicas. Mas ainda não é por isso que falo dela. Falo dela porque entre as inúmeras riquezas que tinha, entre os imensos tesouros históricos que estavam na sua posse (como o testamento do Rei Católico, D. Fernando, imagine-se), a Duquesa de Alba tinha uma primeira edição do Quixote, edição essa que esteve exposta na exposição que há algum tempo se fez com alguns dos tesouros da casa de Alba.

E é isto: uma primeira edição do Quixote. O meu motivo de inveja pela senhora que faleceu. Ela tinha de tudo e provinha de uma família com tanta história que até aflige, mas eu só queria mesmo aquele livro. Independentemente de ser valiosíssimo, não o queria para o vender: queria mesmo para o ter e saber que o tinha comigo e que, pelo menos enquanto por cá andasse, seria a feliz depositária de um dos maiores tesouros literários da humanidade. Ah... Nem consigo imaginar o que seja ter em casa a primeira edição de um livro que mudou a literatura e que acabou, às mão de um cavaleiro andante anacrónico, por tornar-se o símbolo de um país. Espero que os herdeiros da Duquesa tratem bem daquele livro e, se acharem que já têm muita coisa e que podem bem livrar-se de um ou dois 'monos', livrem-se da primeira edição do Quixote e ofereçam-ma. Eu até vou a Madrid buscá-la!


Nota: Esta é a fotografia da primeira edição do Quixote na exposição realizada no Palácio de Cibele pela Casa de Alba. Retirei-a daqui.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O exfoliante amoroso

Daqui a uns anos serei, certamente, um caso de estudo. A minha pele facial merecerá investigações académicas e, na loucura, um trabalho exaustivo que culminará num honroso Nobel ao cientista que descodificar o segredo do meu queixo. Exactamente isso: o segredo do meu queixo. E porquê?

Ora, é sabido de todas as três pessoas que lêem anualmente este blogue que existe um felino cá em casa. Acontece que o dito bicho tem, algures na sua árvore genealógica, um canino e, por isso, exibe com assiduidade comportamentos reconhecíveis em cães e tidos como estúpidos em gatos.

De manhã bem cedo, o meu despertador geme (e eu com ele), acordando metade do mundo ocidental. O Sr. Gato acorda também e cumpre religiosamente o seu ritual: vem para cima do meu peito (o facto de pesar entre os cinco e os seis quilos é relativo) e ronrona até acabar de acordar-me. O que espera ele? Receber festinhas até ficar com peladas nas partes laterais da cabeça.

Ora, ultimamente, neste processo, tem desenvolvido um novo hábito: o de lamber-me o queixo repetidamente, como costumam fazer os... cães. O que acontece é que estes não têm línguas ásperas, mas os gatos têm e muito. Assim, depois de passar a língua umas quatro vezes pelo meu queixo, já eu estou a empurrá-lo para que saia de cima de mim, enquanto sinto um desagradável ardor babado nessa zona da minha cara. Mas eis que agora percebo que, de facto, o que o Sr. Bichano está a fazer é a poupar-me problemas de pele advindos de uma má prática exfoliativa. Cuido, portanto, que devia pô-lo a fazer o mesmo em outras partes do rosto de modo a ficar 'forever young' e meter nojo de tão gira e jovem.
 
E é isto: um exfoliante amoroso que às seis e meia da manhã faz o esforço hercúleo de pôr a dona, que acorda com cara de joelho, a parecer muito mais bonita e com um rosto passível de ser apresentado no trabalho. É como vos digo: este segredo de beleza ainda vai fazer correr muita tinta e se este gato não fica milionário com uma empresa de gatinhos exfoliantes, então já não há esperança no mundo.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O pequeno demónio

Diariamente encontro no autocarro uma mãe que vai levar a filha à escola que, pelo que percebo, ficará algures a caminho do seu trabalho. A menina parece estar na idade de frequentar algures entre o quarto e o quinto ano do ensino básico. Em idade mental parece ter ano e meio. Ou menos. 

Já tive a magnífica oportunidade de assistir a tudo. Desde birras porque não quer estudar para um teste, a birras porque quer passar o caminho todo a jogar no telemóvel da mãe e ela não quer, a birras porque quer sentar-se num lugar muito específico, de preferência longe da mãe. Quando faz estas birras, a criatura torna-se muito parecida com aquilo que eu imagino que seja Satanás. Com uma voz grave que o aspecto físico não faria prever, imita em tom de gozo o que a mãe lhe vai dizendo, acrescenta um revoltado "caramba" a todas as frases, esperneia, insiste, insulta a mãe e
deixa, entretanto, todo um autocarro à beira da loucura. 

A mãe faz-lhe, normalmente, as vontades, mas às vezes (como no dia em que não lhe emprestou o telemóvel para jogar porque tinha pouca bateria) também lhe diz que não. E vê-se que a senhora se sente constrangida pela profunda falta de educação que a filha demonstra nessas ocasiões. No entanto, tenta brandamente calar o pequeno demónio, oferece até uma palmadita, nas geralmente não obtém sucesso nenhum. 

A menina está completamente viciada em jogos de telemóvel. Já toda a gente percebeu isto menos a mãe. As cenas que ela provoca só para que a mãe lhe passe o telemóvel para ela poder jogar são assustadoras. No entanto ali vai ela, num assento perto do meu, a jogar. Se a mãe não lhe empresta logo o telemóvel, temos insultos, guinchos e tudo e mais alguma coisa que a criatura não se priva de nada. E se por acaso há um dia em que a mãe não lhe passa o telemóvel, na maioria deles a exigência da menina é logo satisfeita. Está viciadíssima, disse eu, e a mãe cede-lhe quase sempre ao vício. É nojento. 

Portanto é esta a banda sonora matinal: a personificação de uma entidade demoníaca a fazer uso do seu poder de persuasão para conseguir levar a mania dela avante, e uma mãe cansada que se fica. Há maneiras piores de começar o dia...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Agradecimento

O dia de aniversário foi muito bom, só pecou por passar muito depressa. Passei-o com as minhas pessoas preferidas e isso foi o melhor de tudo. Ainda assim deixem-me dizer-vos que o meu bolo era qualquer coisa... E, claro, tinha um Sr. Gato por cima. 

Recebi muitos presentinhos, alguns muito bem cheirosos. Recebi coisas tontas (como um porco mealheiro que consiste apenas no rabo do bicho...) e muitos vales para gastar (ai Fnac!). Recebi um livrinho e uma caldeirada de peixe para o almoço que estava para lá de espectacular. Ainda recebi uma explosão de beijos por parte da minha sobrinha que, pela primeira vez, trepou para o meu colo só para me lambuzar a cara com os seus beijinhos. Eu nem sou destas coisas, mas derreti-me toda. Sou uma "titi" muito apaparicada. 

Por isso foi um dia muito bom e para o ano haverá mais. Com as mesmas pessoas idealmente (mais o novo sobrinho que entretanto chegará). Foi um dia mesmo mesmo bom. Obrigada a todos os que fizeram parte dele. 

E obrigada, claro, aos que por aqui passaram e me deram os parabéns, bem como a todos os que o foram fazer ao Facebook. Este estaminé é pequenino, mas tem seguidores GRANDES. 

domingo, 16 de novembro de 2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Luto fedorento

Hoje vi pela primeira vez, mas parece que é acontecimento comum: quando tiram à minha sobrinha uma fralda suja (mesmo suja, entenda-se), ela precisa de ver a fralda, de dizer adeus ao seu cocó e até de mandar-lhe beijinhos. E se por acaso a fralda for logo fechada e deitada fora antes de ela passar por esse processo de luto pelo poopoo que se vai, a mesma tem de ser reaberta para que possa mandar-lhe beijinhos com a mão e acenar um simpático adeus.

Foi das coisas mais engraçadas que vi nos últimos tempos e só espero ter memória suficiente para um dia contar-lhe que, em pequenita, ela fazia isto. De preferência contar-lhe quando for adolescente. Melhor: contar-lhe quando me apresentar o namorado ou quando estiver com amigos. Ahahah! 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Estraçalhada

Explicai-me, senhores, por que raio é que quando mordemos uma vez o interior da boca, acabamos sempre
por morder mais vezes o mesmo sítio já magoado? É tão dolorosamente irritante que parece mesmo urdido para deixar-nos fulos da vida. 

Tenho um pedacito do interior do lábio inferior todo estraçalhado e volta e meia mordo-me outra vez. Já dói bastante, mas a asneira acaba por repetir-se. Será alguma variante das Leis de Murphy?...

O apocalipse dos brinquedos

No fim de semana que passou precisei de abastecer-me de frutinha e por isso lá fomos os dois, no sábado de manhã, até ao Continente. 

Ainda nem tínhamos entrado propriamente no hipermercado quando percebemos que provavelmente estava a dar-se o apocalipse e nós sem sabermos de nada: fora da loja havia já uma bancada para embrulhos, uma fila considerável e carrinhos a estourar de brinquedos. Pois, parece que precisamente naquele fim de semana havia uma promoção nos brinquedos que fazia com que metade do que se gastasse fosse para o cartão. 

Resultado: a loucura como já há algum tempo não via. Carritos cheios, prateleiras completamente V A Z I A S, uma multidão concentrada na mesma parte da loja, alguns empurrões e alguma dificuldade em fugir do mundo encantado dos brinquedos para chegar à secção da fruta. 

Depois de superar a prova e de quase me sentir tentada a deixar-me contagiar pela fúria consumista, lá consegui abeirar-me dos limões. Mas depois fiquei a pensar que nesmo que quisesse e que achasse esta oportunidade como sendo a última coca-cola do deserto, não poderia embarcar em semelhantes desvarios. É que para metade ficar no cartão, tem de investir-se primeiro o todo e... Bom, digamos que tendo em
conta alguns dos carrinhos cheios que por lá vi, os meus míseros tostões já não deviam chegar. 

E pronto: depois de a Popota vir lembrar o mundo de que o Natal está mesmo a chegar, eis que o paraíso chega para muitos miúdos que têm a sorte de não me ter como mãe porque "eu cá sou mais livros". E baratos. 

sábado, 8 de novembro de 2014

Parabéns ao Sr. Gato

E entretanto, no dia 26 de Outubro, o Sr. Gato fez um anito. E é lindo. Mas morde. Mas é lindo. Parabéns ao Sr. Gatinho!


Isabel

É oficial: eu, que não sou fã de cinema e que não me deixo convencer pela maioria das séries, estou rendida à série espanhola "Isabel la Catolica". É que já chego ao cúmulo de, num episódio em que Castela entra em guerra com Portugal, torcer por Espanha! É o fim do mundo!

De facto, já tinha ouvido falar muito dos reis católicos, até porque foi com eles que Colombo chegou à América, e sabia que a chegada desta rainha ao trono tinha sido envolta em muita polémica, já que o rei que a antecedeu tinha uma filha e que Isabel era apenas sua irmã... Mas de resto não sabia mais nada. Com esta série emitida pela rtve e disponível online (que até ajuda a desenferrujar o espanhol), comecei a perceber muito melhor como tudo se passou. Vou na segunda temporada e ando já a poupar episódios, que isto um dia tem fim e tão cedo não arranjo vício igual. 


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Pára tudo outra vez!!!

Já saiu a nova música da Popota, sinal inequívoco de que caminhamos para o Natal! Hiphip hurra!!!

Ah, é muito natalícia a versão deste ano.

domingo, 2 de novembro de 2014

Eh lá! Pára tudo!!!


Diz que este bicho tem mais de mil páginas. MIL PÁGINAS!!! Deve pesar uma tonelada e custa igualmente muito (quase oitenta euros). Tem de modo integral nove romances de Machado de Assis e quem já leu este autor sabe que é muuuuuuuuuito bom e que nove romances dele são horas e horas e horas e horas de coisas boas que só um bom autor consegue proporcionar. Nove romances... Caramba! Destes tenho dois em separado, por isso este homenzarrão (que chamar "menino" a este livro gigantesco é desadequado) vinha a calhar. Mas vou ter de esperar pela próxima Feira do Livro, esperando que o preço baixe. 

Ou então: senhores da editora, a menina está quase a fazer anos e tem uma clareira ali numa prateleira que precisa de ser preenchida por um livro catita e largo, de preferência de um autor daqueles que nos deixam a vida toda a pensar no que escreveram. Só para que vejam, eu sou uma das que não deixam de pensar sobre a Capitú e a sua eventual traição ao senhor casmurro com quem casou. A minha caixa do correio é pequenita, mas não me importo de levantar encomendas nos CTT aqui da zona...

Colinho bibliófilo

Eu disse que o novo livro do Saramago, intitulado Alabardas, era um assalto. Muita parra e pouca uva, no fundo. Algumas páginas de um grande autor, insuficientes para um livro, mas que adicionadas a textos críticos e a ilustrações chegavam ao mínimo necessário para um volume ser considerado um livro. A brincadeira custava à volta de quinze euros, julgo, e achei desde logo um exagero. Claro que já se sabe que tudo o que tenha saído da mãozinha de um escritor como o Saramago vale ouro, mas também não cheguemos a tanto: estas páginas foram as últimas que escreveu e são importantes para continuar a perceber um autor tão grande e tão capaz quanto ele era, ainda assim não são, sozinhas, suficientes para serem um livro ou para custarem à volta de quinze euros. 

Por isso, logo que soube o preço do livro, disse que me recusava terminantemente a gastar tal dinheiro nesse livro. Ironicamente, caiu-me no colo esta semana pelo preço da uva mijona e acabei por aproveitar. Portanto, o Alabardas já mora junto aos seus colegas, menos ilustrados, com menos páginas de crítica e que tinham um preço original semelhante a este. Bem sei que o preço de um livro depende de muita coisa que não apenas o número de páginas, mas vamos lá... Foram as últimas palavras que Saramago terá escrito, sabendo já que não viveria muito mais tempo e que, talvez, nem viesse a completar a obra. Há que respeitá-las e lê-las com a devida admiração e o merecido respeito. Daí a encarar o Alabardas tal como ele está como sendo o último livro do autor, vai um enorme pedaço.

Menos um para a lista de presentes de aniversário, que já está próximo. A propósito, também me caíu a reedição de um romance de Saul Bellow no colo. Este colo anda um sortudo...



E a caminho, via correios, vem este, oferecido pelo fofo: