Dói-me o coração quando vejo uma reportagem que fala sobre o crescente número de faltas a consultas e tratamentos nos Institutos de Oncologia do país porque as pessoas não têm dinheiro para se deslocar até esses espaços ou não conseguem pagar as taxas moderadoras. Os doentes vêem-se obrigados a, por pura falta de meios e de ajuda, seleccionar os dias em que poderão ir e, num mês, acabam por passar por cima de algumas sessões de tratamento ou de consultas fundamentais para o processo de recuperação.
Há uns meses o Governo cortou ao mínimo o transporte não urgente de doentes e isso tem levado muita gente a repensar as idas a hospitais e I.P.O. porque não têm acesso a transportes: ou não existem ou são demasiado dispendiosos para as suas bolsas e, assim sendo, abdicam de consultas ou de tratamentos que, quem sabe, poderiam fazer a diferença. É de partir o coração ver que há quem tenha de escolher entre comer ou ser tratado a uma doença tão séria como é o cancro. E dói ainda mais quando chegamos ali ao Colombo e o vemos cheio, seja época de saldos ou não, numa dança de dinheiro que tanta falta fazia para coisas sérias, em mãos necessitadas.
Cortes cegos, medidas de austeridade, uma saúde que cada vez está mais doente... Combater a crise, impor medidas de austeridade, seguir à risca o acordo com a Troika... Será que sobreviveremos a esta crise, ou será que pelo caminho teremos de perder aqueles de quem gostamos porque, como sempre, o que interessa são os números? Dói-me o coração e sinto nojo deste país quando ouço coisas como esta.
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