quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Não devo ter ouvido bem

Hoje saio de uma aula e vejo três miúdos do 6.º ano a brincarem junto de uma parede. Subitamente, um deles diz:

- Vamos brincar aos fuzilamentos!

E dito isto, o pequeno docinho enconsta-se à dita parede e, heroicamente, prepara-se para receber o tiro derradeiro.

Juro que às vezes parece-me que o país para onde a Alice foi quando caiu no buraco era muito menos peculiar do que os corredores de uma simples escola.

Notinha da autora: Aqui devia estar o quadro «Fuzilamentos», de Goya, mas uma falha temporária não me deixa carregar fotos para o blogue. Uma pena, já que uma imagem tão crua era maravilhosa para ilustrar o surrealismo da inocente brincadeira infantil.

2 comentários:

  1. Brinca-se aos fuzilamentos numa escola? A sério? Só podes estar a brincar. Infelizmente, cheira-me que um massacre como o de Columbine não deve estar longe. Com o alienamento dos jovens, o desespero cada vez mais acentuado, os pais a desligarem-se cada vez mais duma educação de valores, o bullying (um flagelo muito grave - e não me venham dizer que sempre existiu e que não fazia mal nenhum - ainda hoje tenho problemas de auto-confiança por causa disso) parece-me cada vez mais certo uma explosão de raiva dum jovem ou outro. Sou pessimista, eu sei. Mas normalmente não me engano.

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  2. Neste caso, Jaime, não me parece que chegue a tanto. Miúdos do 6.º ano têm à volta dos 11/12 anos, brincam ao que vêem aqui e ali e a televisão abunda nessas coisas. Seria mais preocupante se a brincadeira viesse de miúdos muito mais crescidos. Assim, foi só mais um dos momentos hilariantes do dia. Não consigo apagar da memória a imagem dele, muito inocentemente, a pedir para brincarem aos fuzilamentos e os outros, contentíssimos, a alinhar logo na ideia. HILARIANTE!

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