As edições de Agosto da National Geographic e do Courrier Internacional escolheram como tema principal o sono. Considerando que a qualidade do nosso sono é cada vez menor e que hoje faz, mais do que nunca, sentido estudá-lo e perceber até que ponto as suas perturbações podem afectar-nos a vida, é importante que se fale sobre isso e que aprendamos um pouco mais sobre uma parte da nossa existência que tendemos a descurar. Contra mim falo: sempre achei que dormir era uma perda de tempo. Há sempre tantas coisas para fazer, tantos livros para ler: que sentido faz passar tanto tempo na cama a deixar as horas escapar? Loucura!
Até ao dia em que a ansiedade me levou o sono. Quando as noites passaram a ser dormidas pela metade, sempre cheias de sonhos, e quando quatro ou cinco horas eram passadas comigo a tentar adormecer, mas sem conseguir parar de pensar na desgraça dos meus dias, então ficou claro que o sono era importante. E que os dias não deixavam de ser horríveis por passar mais tempo acordada: pelo contrário.
Estou bastante curiosa para saber o que tem o Courrier Internacional para contar-me sobre os sonhos. Parece que todos nós sonhamos sempre, mas que poucos se lembram daquilo com que sonham. Pois eu tenho o infortúnio de lembrar-me todos, todos os dias e odeio. Há sonhos que preferia não ter e muito menos recordar durante o dia. Infelizmente, sempre fui assim. Sejam sonhos bons, maus, aborrecidos, repetidos, assustadores: não há diferença, pois lembro-me sempre deles e chego a acordar cansada por isso mesmo. Tenho a sensação de que o meu cérebro não se desconecta, de que está sempre muito alerta. A ver se agora percebo porquê.
Por ser um tema importante e interessante; por ser uma parte muito considerável da nossa vida e por merecer toda a atenção, ficam estas duas sugestões de leitura para um mês que tende a ser de férias e, por isso mesmo, de grandes sonecas.