Hoje apercebi-me de que isto da crise pode vir a ser bom para os dentes da criançada. Cheguei a esta inusitada conclusão ao ver uma menina de uns sete anos prender o burrinho porque a avó não lhe comprava um «Push Pop».
Lembram-se dos «Push Pop»? Eram, no fundo, uns chupa-chupas que, por terem o formato de uma caneta, tinham na tampa um clip que permitia que fossem guardados nos bolsos das calças e afins. Ou seja, era todo um mundo novo na arte de lamber um chupa-chupa, já que os «Push Pops» podiam ser lambidos e guardados, lambidos e guardados, lambidos e guardados, lambidos e guardados até:
a) Passarem de prazo;
b) Enjoarmos o sabor daquele e querermos outro;
c) Nos esquecermos daquilo no bolso e pormos a peça de roupa onde estava arrecadado na máquina de lavar;
d) Nos olvidarmos de pôr a tampa no «Push Pop» e acabarmos com um doce feito de cotão e pêlos vários;
e) Ser-nos cobardemente roubado o «Push Pop» por um carteirista guloso da carreira 28.
O «Push Pop» era, pois, uma experiência nova e um conceito inacreditavelmente moderno no âmbito das guloseimas infantis há uns dez anos atrás. Pensei que já nem existissem, mas a julgar pela birra da criança acima mencionada, parece que ainda cá andam a ser lambidos por uma nova geração de infantes.
Mas afinal, que ligação existe entre a crise e as cáries, perguntam vocês, sempre tão atentos. Ora, aqui menina elucida-vos: a criança que prendia o burrinho porque a avó não lhe dava um «Push Pop» teve como argumento para não o receber o facto de uma dessas guloseimas ser muito mais cara do que um chupa-chupa normal. Resultado: a menina, que queria esse e não outro, acabou por não querer chupa-chupa nenhum. Quem ganhou? A carteira da avó e os dentes da pequenota. Choram-se, com isto, as cáries da criança, que perderam uma oportunidade de expansão de negócio para um qualquer dente vizinho.
epáaaaaaaaaaaaaa... do que te foste lembrar! Eu só me lembro de ter comprado isso uma vez e como aquilo era uma bodeguice pegada, jurei nunca mais.
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