sábado, 21 de janeiro de 2012

Os euros e as cáries


Hoje apercebi-me de que isto da crise pode vir a ser bom para os dentes da criançada. Cheguei a esta inusitada conclusão ao ver uma menina de uns sete anos prender o burrinho porque a avó não lhe comprava um «Push Pop».

Lembram-se dos «Push Pop»? Eram, no fundo, uns chupa-chupas que, por terem o formato de uma caneta, tinham na tampa um clip que permitia que fossem guardados nos bolsos das calças e afins. Ou seja, era todo um mundo novo na arte de lamber um chupa-chupa, já que os «Push Pops» podiam ser lambidos e guardados, lambidos e guardados, lambidos e guardados, lambidos e guardados até:

a) Passarem de prazo;
b) Enjoarmos o sabor daquele e querermos outro;
c) Nos esquecermos daquilo no bolso e pormos a peça de roupa onde estava arrecadado na máquina de lavar;
d) Nos olvidarmos de pôr a tampa no «Push Pop» e acabarmos com um doce feito de cotão e pêlos vários;
e) Ser-nos cobardemente roubado o «Push Pop» por um carteirista guloso da carreira 28.

O «Push Pop» era, pois, uma experiência nova e um conceito inacreditavelmente moderno no âmbito das guloseimas infantis há uns dez anos atrás. Pensei que já nem existissem, mas a julgar pela birra da criança acima mencionada, parece que ainda cá andam a ser lambidos por uma nova geração de infantes.

Mas afinal, que ligação existe entre a crise e as cáries, perguntam vocês, sempre tão atentos. Ora, aqui menina elucida-vos: a criança que prendia o burrinho porque a avó não lhe dava um «Push Pop» teve como argumento para não o receber o facto de uma dessas guloseimas ser muito mais cara do que um chupa-chupa normal. Resultado: a menina, que queria esse e não outro, acabou por não querer chupa-chupa nenhum. Quem ganhou? A carteira da avó e os dentes da pequenota. Choram-se, com isto, as cáries da criança, que perderam uma oportunidade de expansão de negócio para um qualquer dente vizinho.

1 comentário:

  1. epáaaaaaaaaaaaaa... do que te foste lembrar! Eu só me lembro de ter comprado isso uma vez e como aquilo era uma bodeguice pegada, jurei nunca mais.

    ResponderEliminar