Ah minha gente, estou tão cansada, tão cansada, tão cansada, que vou animadamente ignorar até amanhã à tarde a pilha de trabalho que tenho ali a piscar-me o olho. É incrível como o trabalho pode ser sedutor, fazer biquinho, piscar o olho, fazer-se lembrar! E eu bem vou virando a cara, tecendo ameaças como «Ou te calas ou chego-te o fogo!», enfiando um dedo em cada ouvido a ver se deixo de ouvir o chamamento, mas o trabalho prossegue, qual sereia, a tentar fazer-me cair no seu canto sedutor. Pois hoje quero lá saber: tenho um livrinho à minha espera e estou incapaz de estar cinco minutos sem bocejar, por isso, por muito que queiras a minha atenção, senhor trabalho, não a vais ter. Faz de conta que estamos zangados, que não te quero mais. Fica para aí sossegadito, resolve umas charadas sozinho e espera-me até amanhã porque para ti, hoje, não estou.
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