quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Os implantes da PIP

Esta história dos implantes mamários da PIP é tão surreal e assustadora que chega a parecer mais uma coisa tirada de um livro de contos de terror do que da vida real. Se for verdade que os implantes continham todo o tipo de porcarias em vez dos materiais apropriados a um objecto que vai ser colocado num corpo humano, então o caso é gravíssimo e muito perigoso. Há milhares de mulheres em vários países que carregam implantes que, em caso de rebentamento, podem causar cancro. Alguns países querem retirar essas próteses às mulheres que as colocaram, propiciando uma nova cirurgia. Contudo, as operações são dispendiosas e, por isso, ao que parece, alguns países continuam a dizer que não há provas de que os implantes sejam assim tão perigosos, que são necessários mais estudos, blá blá blá. Já a França continua a tratar o caso com toda a gravidade e lança o apelo para que as mulheres atingidas por este problema se dirijam aos hospitais.

Espero que a situação se resolva da melhor forma para as senhoras que pagaram por uma intervenção cirúrgica, que confiaram nos médicos e que nunca pensaram apanhar um susto como este. Ainda assim, não deixo de me perguntar se não há ninguém que fiscalize as empresas que produzem próteses, sejam elas mamárias ou outras. Será que não são feitas análises de qualidade aos produtos? Não estamos a falar prateleiras para despensas ou de caixas de cartão: referimo-nos a produtos usados em hospitais e que serão introduzidos no corpo das pacientes. E mais: são produtos que ficarão colocados durante muitos e bons anos. Se não tivesse morrido uma mulher devido ao rebentamento de um destes implantes, quando seriam descobertos os problemas destas próteses? Quando alguém se dirige ao médico, confia nas mãos em que se coloca. Neste caso, os médicos não tiveram qualquer culpa, pois não lhes cabe a eles analisar todos os instrumentos com que trabalham diariamente. O que chega às suas mãos já deve, anteriormente, ter sido verificado, para que se evite aquilo a que agora assistimos. Nestas coisas, como em tudo na vida, «vale mais prevenir do que remediar». A prevenção ficou pelo caminho: agora resta esperar que o remédio seja eficaz e que chegue a tempo.

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