domingo, 11 de novembro de 2012

«Tudo Debaixo do Céu»: o balanço

 

Hoje cheguei ao final das trezentas e quarenta e quatro páginas deste romance. Já não é o primeiro livro que leio desta autora e, tal como com o primeiro, não fiquei desiludida. Ou melhor: até fiquei, já que esperava um final mais cheio de emoções, o que não se verificou.
 
Os livros de Matilde Asensi garantem-nos sempre um entretenimento constante, já que mesmo quando a acção parece parada, o humor com que a narrativa é enriquecida mantém-nos agarrados às suas páginas. A autora é, também, perita na criação de enredos que incluem provas a superar pela resistência física, mas principalmente pela inteligência. Findas essas provas, existe sempre uma recompensa significativa: a receita não falha. Como tal, foi uma semana de leitura intensiva, indo para a cama mais cedo para aproveitar bem o tempo disponível para avançar na história. Não é um clássico, não foi texto capaz de me mudar, mas por vezes também precisamos destes conteúdos mais ligeiros. Gostei das personagens, gostei do humor da narradora participante, gostei dos obstáculos enfrentados e, embora tenha vibrado mais com outro livro de Matilde Asensi (O Último Catão), também com este sustive a respiração em alguns momentos. Gostei do livro, porém esperava um pouco mais do final. As personagens passaram por tanto, que me pareceu um fim demasiado fácil, demasiado simples em comparação com a dificuldade que foi o resto da história. Um outro problema da obra (que provavelmente é mais meu do que do texto) é o excesso de informação sobre a China e a cultura chinesa, com a terminologia correspondente. Eu, leitora que até se considera atenta, já estava baralhadíssima com as lendas, documentos e filosofias referidas. A determinada altura já não ligava a nada disso e já só queria saber da movimentação das personagens rumo ao desenlace do livro e da aventura.
 
Apesar de todos estes pequenos defeitos, é um texto cativante sobre uma cultura muito diferente da nossa. Nele busca-se um tesouro difícil de imaginar e mais difícil ainda de encontrar. Todos o querem por razões diferentes, mas chegar até ele é um verdadeiro inferno de armadilhas e de provas a superar. O uso da razão e dos conhecimentos da cultura chinesa são fundamentais e com isso chega-se ao fim. Sofre-se muito, parece muito difícil. No fim acaba tudo tão bem que até pareceu fácil. É um óptimo livro para ler antes de dormir. Venha o próximo livro.

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