terça-feira, 13 de novembro de 2012

Livros de bolso

Uma das coisas que mais me surpreendeu quando fui a Madrid no ano passado foram as muitas edições de bolso que vi. Ao entrar na livraria do El Corte Inglés vi inúmeros livros pequenos, facilmente transportáveis e que chegavam ao ponto de alterar o formato a que estamos habituados, já que vi volumes do tamanho de agendas que se liam com a lombada para cima e não para o lado esquerdo, como estamos habituados desde sempre. Pareciam pequenos blocos com histórias. Vi dois exemplares destes livros no pavilhão do El Corte Inglés na Feira do Livro de Lisboa e senti-me muito tentada a comprá-los, nem que fosse pelo inusitado aspecto. Porém deixei-os ficar lá, já que ainda não me posso dar ao luxo de comprar o que quer que seja só pelo aspecto que tem.
 
Em Portugal não cultivamos muito a ideia dos livros de bolso. Agora parece-me que existem mais do que no passado (embora sejam já antigos os volumes pequenos da Europa-América), mas mesmo assim não chegam. Parece-me que estes livros menores, desde que feitos com o merecido cuidado e desvelo, podem ajudar a aproximar as pessoas da leitura. O seu preço é mais reduzido do que as edições costumeiras e as suas proporções incentivam ao transporte do volume no nosso dia-a-dia. Quantos e quantos livros que decido ler nunca me acompanharão para lado nenhum devido à gigantesca dimensão e peso que têm? E quantas vezes decido ler outra coisa que não a que primeiramente desejara, precisamente pela impossibilidade de transportar os livros na minha pasta que já anda sempre carregada? Um livro de bolso que não pareça ter sido feito às três pancadas é um objecto muito interessante e que nos pode acompanhar facilmente. Além disso, sendo os livros tão caros, ter uma hipótese mais económica é uma coisa santa. Eu, que sou viciada em livros, não deixaria de comprar também as edições maiores, porém em alguns casos preferiria os volumes pequenos. Parece-me, pois, que nesse aspecto devíamos aprender com o mercado livreiro espanhol. Nem todos os textos ficarão bem num livro de bolso, mas há romances mais ligeiros que caíriam muito bem nesse tipo de formato. Não me vejo a ler Os Miseráveis em edição de bolso, contudo ver-me-ia facilmente a ler os contos do Pirandello num livro pequenino e transportável. Tivesse eu uma editora e apostaria nesse campo. Mas não tenho. É pena: havia de ter jeito para isso.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente. Dou por mim muitas vezes na rua, no comboio, numa esplanada... "Gostava de ter o meu livro aqui". E nunca tenho, não o tiro de casa para não ganhar uma tendinite no ombro que leva a carteira :)

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    1. É precisamente isso. Geralmente acabo a ter um livro maior que é o que leio em casa e um mais pequeno que transporto comigo. Mas nem sempre isto dá jeito. Acho mesmo que esta área devia ser explorada.

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  2. eu comprei alguns aqui à tempos, dão muito mais jeito, mas é pena não haver muita variedade!

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    1. Pois não há, não. É pena. Mesmo assim, agora sempre se vai investindo mais nisso. Contudo ainda há muito a fazer.

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