Minha gente, tenho de partilhar isto convosco: a minha vida é hoje muito mais feliz do que era há duas semanas! Aliás, posso até dizer que me rio muito mais do que há um mês! Não ganhei o Euromilhões, não fui regalada com um par de sapatos novos, nem com um caixote do tamanho de uma piscina olímpica cheio de clássicos da literatura universal (embora mantenha a esperança de que tal ainda venha a acontecer).
Não: o motivo da minha súbita boa disposição é tão simples e tão parvo quanto o pode ser o pássaro de estimação do vizinho da frente. Sim, leram bem: o que me anda a deixar tolinha e com dores nos cantos da boca de tanto sorrir é muito simplesmente o rosicoli dos vizinhos que moram do outro lado da estrada. Desde que estes se mudaram que vejo umas gaiolas junto da janela, mas nunca lhes tinha prestado grande atenção. Isto até ao dia em que perdi por lá o olhar durante mais uns instantes do que o normal e me apercebi de que o rosicoli vivia quase permanentemente em cima da gaiola e não dentro dela. Ou seja: o bichinho anda por ali, tem a comida e a água fora da gaiola e passa o dia a cirandar por cima dela, junto ao vidro da janela, a ver a rua e os carros que passam. É a coisa mais fofa deste mundo. Posso até dizer-vos que, enquanto escrevo isto, ele está refasteladíssimo por cima da sua suposta casa a dar umas valentes bicadas num paninho que a dona tem sobre uma prateleira.
Ai o que eu gostava de ter um passarito assim! Ai o que eu adorava que o meu Tubo José e os seus colegas fossem assim comportados e passassem o dia do lado de fora da gaiola sem o perigo de os ver voar em direcção ao sol. Mas vá, não me posso queixar muito já que tenho um periquito apaixonado pela variante da canção do anúncio do café Mukambo que criei só para ele. Aposto que não há mais nenhum assim no mundo...
Notita com penas: Qualquer dia o vizinho acusa-me de voyeurismo e tudo por causa de um rosicoli muito educado...
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