Ah, a calçada portuguesa... A calçada portuguesa, tão lindinha e tradicional. Que bonita! Só é pena ser irregular e escorregadia, esburacada e perigosa. Não sei quem a inventou, mas sei que foi um excelente negócio para as pedreiras e que é um elemento da nossa cultura muitíssimo apreciado por quem nos visita, e tal... Agora, santa paciência, que lógica tem um chão que é muito bonito mas que, depois de chover (e mesmo quando está sequinho) se torna tão escorregadio como o gelo? E qual o sentido de andarmos sobre um pavimento que raramente é direito e que nos deixa os pés feitos numa papa, andemos nós de saltos altos ou de ténis? E por que raio os buracos que a falta de algumas pedras causam nunca são tapados e lá vão ficando, lindos e airosos, prontinhos a fazerem-nos ir de trombinhas ao chão?
Enfim, é uma daquelas coisas de que me custa falar mal por ser, efectivamente, bonita e um traço português que fomos deixando um pouco por todo o mundo. Ainda assim, não consigo evitar um certo ódio pela calçada portuguesa, principalmente quando ando a patinar em cima dela, a agarrar-me aos prédios para não me destrambelhar para o meio do chão. Para breve falarei dos paralelos, o meu outro inimigo, que degraçaram o metatarso do meu pé direito durante uma visita a Guimarães (cidade, a meu ver, campeã no uso desse flagelo de granito).
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