Na aula com os mais pequenitos fazia-se a introdução à leitura de um excerto do Quixote que eu havia preparado. Ia fazendo perguntas, a ver o que sabiam sobre o clássico e a dada altura perguntei-lhes se sabiam o nome do cavalo de D. Quixote. Responderam todos que não e começaram a virar as páginas para verem se o encontravam. De repente, um deles exclama:
- Já sei! É «Rocinante»!
Um outro colega, que é daqueles miúdos hilariantes que dizem as maiores piadas do mundo sem se rirem e que sonha ser lutador de wrestling, levanta os olhos da ficha e com um ar entre o espantado e o sarcástico exclama:
- «Rocinante»??? Mas esse é o nome do pónei do meu tio!
Ora eu, que tenho um amor arrebatado por póneis e outro ainda maior pelo «Rocinante», segurei-me para não me rir a imaginar um cavalo em miniatura, barrigudo como costumam ser os póneis, a ostentar um nome tão famoso (e característico de pilecas magras e ossudas) quanto o do nobre «Rocinante».
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