Deixo-vos aqui um bombom (que para mim é envenenado). Não é mais do que um excerto de uma composição que me foi entregue há uns tempos e que deveria ter como tema uma viagem de que os alunos tivessem gostado e que gostassem de repetir. Este caríssimo menino resolveu contar a viagem que faz todos os dias de casa para a escola, mas escolheu descrever um dia particularmente interessante. Ora cá vai um cheirinho, já com os erros corrigidos. A negrito vão os meus comentários.
«Depois chegou o autocarro e fomos para a escola. Quando lá chegámos estavam lá os abrasados (concordo!) todos da turma à porta da escola. Tivemos as aulas todas (aposto que não foram a nenhuma) e quando fomos para casa eu fui com o P. de comboio, mas o problema foi que o passe do P. não estava carregado. Só tínhamos a opção de passar atrás de outra pessoa ou de saltar por cima das cancelas e assim foi (já calculava...). Muitas pessoas a ver e eu e o P. feitos macacos (sem comentários) a subir a cancela. Deu-nos imenso gozo (imagino...) e não parávamos de rir (nem nas aulas param).»
Até estou com dúvidas: limito-me a dar zero ou dou zero e chamo lá os pais do menino e leio o texto para eles e para a directora? Custa-me a decidir... Mas uma coisa é certa: eu mereço o céu por aturar isto!
Oh God! Realmente, os dilemas que vocês não devem passar... educar miúdos está cada vez mais complicado! Não seria certamente um mero exercício de escrita criativa, não? e chamar os pais para estarem atentos à educação e ao civismo do miúdo?? Sei lá, também não saberia que fazer, exactamente. Mas sim acho que no papel de professora/educadora não pode haver a mínima tolerância para com as faltas e desvios dos alunos, tal como os pais não devem, ou não deviam... mas às tantas são os próprios pais a incentivar condutas pouco cívicas!! Também sou mãe, espero vir a desempenhar bem o meu papel, porque os professores depois vêem-se diante de um bando de alunos adolescentes absolutamente indomáveis e impossíveis, não é?
ResponderEliminarBoa noite.
Aquilo foi um adolescente a armar-se em parvo num teste. É coisa frequente, infelizmente, porque eles não respeitam nada: escola, professores, pais... Felizmente há excepções, senão mais valia desistirmos todos. Mas o que me preocupa mesmo é a falta de valor que estes miúdos dão à escola, como se esta não valesse nada, como se nunca fossem precisar do que por ali aprendem... Já conheci miúdos que vivem as experiências todas que a adolescência prevê, mas que não deixam de dedicar uma parte de si à escola. Aqueles, naquela turma, não: não querem saber de nada e ponto final. O que diz é, em parte, verdade: os próprios pais, não raras vezes, incentivam comportamentos desadequados e desvalorizam a importância da escola. Quando assim é, torna-se muito difícil fazer-se alguma coisa com estes alunos. Enfim...
EliminarObrigada pelo seu comentário! Volte sempre. :)
Tem graça, que um dos meus posts mais lidos e comentados, falava exactamente do tema da educação 'E mais isto 4'. O que me fez pensar que este é de facto um tema quente que preocupa e inquieta muita gente, e ainda bem, porque acho que a educação e instrução é mesmo o que faz a diferença de uma sociedade.
EliminarBom fim de semana.