Soube, há uns meses, através de uma revista o que era o stalking. Hoje vi na SIC uma reportagem sobre o mesmo tema e fiquei a saber mais uma série de coisas sobre esse comportamento. Percebi que é movida uma perseguição asfixiante à vida da vítima, que a sua intimidade é invadida, que as suas relações de amizade e familiares são atacadas pelos perseguidores e que, no fim, ficam marcas interiores difíceis de sarar. Percebi, ainda, que a lei não protege as vítimas e que, por isso, o ataque continua e continua e continua e continua até que o perseguidor se farte ou até que uma atitude mais drástica, como a morte, lhe ponha fim.
Um dos magistrados que participou na reportagem, indicou que, à semelhança do que sucede com ex-combatentes, vítimas de violência doméstica e de crianças abusadas, as pessoas que passam pelo stalking apresentam sintomas de stress pós-traumático. Enquanto a perseguição dura, sente-se a humilhação, a falta de protecção, a inexistência de privacidade, a incapacidade de defesa, os muitos nervos provindos da impotência que se sente perante o ataque, enfim... Cavam-se sulcos profundos dentro da vítima que, não sendo físicos, doem bastante na mesma. Não há um penso rápido que esconda a ferida, nem um saquinho de gelo que alivie, muito menos um analgésico que faça a dor desaparecer, por um instante que seja.
Conseguirão as pessoas que nunca passaram por esta experiência imaginar o que é ter alguém que nos cerca a vida? Conseguirão conceber o que é um telemóvel vigiado? A família acossada a qualquer hora? Os amigos a serem informados pelo perseguidor de que a vítima é isto e aquilo (sendo que os maus amigos acreditam sempre mais nele do que na amiga)? As horas do dia contadas ao minuto por alguém que se julga dono de cada segundo da nossa existência, saberão as pessoas o que isso é? E saberá a justiça que dores, que desesperos, que raivas vive alguém que passa por isto, sabendo que nem a polícia pode ajudar? E saberão os que conhecem alguém que o viveu quais as cicatrizes que ficaram, que medos sobraram, que pesadelos permanecem?
Só quem o viveu e quem passou por isso sabe realmente o que é o stalking e por mais que uma reportagem tente ilustrar a ideia para que outros o entendam, jamais conseguirá. É impossível traçar com exactidão o que se sente e o que se vive. O stalking vai além da perseguição movida por alguém com problemas: a dada altura mistura-se com as reacções dos outros que, muitas vezes, se sentem no direito de opinar e de apontar o dedo à vítima como se esta fosse a maior das culpadas pelo que lhe acontece. Quem vive um episódio de stalking começa, a dada altura, a ver quem é realmente amigo e quem é, apenas, um espectador que assite na primeira fila ao desfazer de uma existência, desejoso de que chegue o pior dos desenlaces para poder aplaudir e ter tema de conversa para o dia seguinte.
Um dos magistrados que participou na reportagem, indicou que, à semelhança do que sucede com ex-combatentes, vítimas de violência doméstica e de crianças abusadas, as pessoas que passam pelo stalking apresentam sintomas de stress pós-traumático. Enquanto a perseguição dura, sente-se a humilhação, a falta de protecção, a inexistência de privacidade, a incapacidade de defesa, os muitos nervos provindos da impotência que se sente perante o ataque, enfim... Cavam-se sulcos profundos dentro da vítima que, não sendo físicos, doem bastante na mesma. Não há um penso rápido que esconda a ferida, nem um saquinho de gelo que alivie, muito menos um analgésico que faça a dor desaparecer, por um instante que seja.
Conseguirão as pessoas que nunca passaram por esta experiência imaginar o que é ter alguém que nos cerca a vida? Conseguirão conceber o que é um telemóvel vigiado? A família acossada a qualquer hora? Os amigos a serem informados pelo perseguidor de que a vítima é isto e aquilo (sendo que os maus amigos acreditam sempre mais nele do que na amiga)? As horas do dia contadas ao minuto por alguém que se julga dono de cada segundo da nossa existência, saberão as pessoas o que isso é? E saberá a justiça que dores, que desesperos, que raivas vive alguém que passa por isto, sabendo que nem a polícia pode ajudar? E saberão os que conhecem alguém que o viveu quais as cicatrizes que ficaram, que medos sobraram, que pesadelos permanecem?
Só quem o viveu e quem passou por isso sabe realmente o que é o stalking e por mais que uma reportagem tente ilustrar a ideia para que outros o entendam, jamais conseguirá. É impossível traçar com exactidão o que se sente e o que se vive. O stalking vai além da perseguição movida por alguém com problemas: a dada altura mistura-se com as reacções dos outros que, muitas vezes, se sentem no direito de opinar e de apontar o dedo à vítima como se esta fosse a maior das culpadas pelo que lhe acontece. Quem vive um episódio de stalking começa, a dada altura, a ver quem é realmente amigo e quem é, apenas, um espectador que assite na primeira fila ao desfazer de uma existência, desejoso de que chegue o pior dos desenlaces para poder aplaudir e ter tema de conversa para o dia seguinte.
"gostei" da declaração da senhora que não mostrava a cara, que com o marido foi ao inferno e veio... quando chamou a policia, a mesma demorou 1 hora a chegar e quando quis apresentar queixa, o comandate diz: ó menina, deixe estar, é o amor.
ResponderEliminarAhhhhhh... levar porrada, ser agredida psicologicamente e ser empurrada quase pela varanda, é amor... Acho que alguém deveria ir à casa desse comandante para ir ver a mulher dele porque cheira-me a outra casa com violência domêstica.
Há uns tempos ouvi um homem, que defendera publicamente uma vítima de violência doméstica e que fora por isso processado pelo agressor, dizer que em tribunal o juíz lhe dissera que «nem sempre uma chapada dada pelo marido à mulher é violência doméstica». É o que temos, infelizmente... :(
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