domingo, 5 de fevereiro de 2012

Do envelhecimento facebookiano

Há pouco vi que uma amiga tinha sabido, através de uma aplicação do Facebook, que música estava nos tops no dia em que ela nasceu. Pensei «Bem, vamos lá ver o que é que se ouvia quando estourei neste mundo». Lá segui os passinhos e eis que me deparo com a canção «You've Lost That Lovin'Feeling» dos The Righteous Brothers. Vou ver os tipos ao Youtube e começa-me a parecer que aquilo era demasiado antigo (e que eu não sou assim tão antiga...). Eis que com uma pequena pesquisa percebo que a boa da aplicação me deu a música que estava no top em 1965. O problema é que eu só nasci vinte anos depois...

Voltei a experimentar a coisa, tentando perdoar o facto de a boa da aplicação me ter carregado com mais vinte anos e eis que me sai uma nova música que estaria nos tops em 1985 e que poderia, quem sabe, ter sido a banda sonora da minha vinda ao mundo: «Walk on the wild side», de Lou Reed. Parece-me um pouco ordinária para o nascimento de um bebé, mas vá. Já desconfiada, depois do envelhecimento precoce a que fora votada com o primeiro resultado, faço uma pequena pesquisa e... lá está, a taradona da música é de 1972! Comecei a desconfiar que no meu ano de nascimento não se ouvia nem se produzia música e que isto era tudo uma cambada de monos.

Ainda tentei repetir o processo mais uma vez, a ver se finalmente me aparecia o grande sucesso daquela altura, mas nada. Voltou a brindar-me com o bom do Lou Reed, um sucesso polémico mais ou menos quinze anos antes de eu nascer (o tempo que a aplicação me envelhecia desta vez...). Teimosa, pesquisei em sítios da internet os tops dos anos 80 e finalmente fico a saber que música estava em número um nos Estados Unidos naquele glorioso Sábado em que abri os olhitos pela primeira vez: «We Built this City», dos Starship. Já no Reino Unido, a canção que se encontrava em número um era o belo do «The Power of Love», da Jennifer Rush. Um êxito sobejamente conhecido na boquita da Celine Dion.

E pronto, fiquei finalmente satisfeita. Na próxima vez que tenha alguma destas peregrinas curiosidades, vou direitinha ao Google e deixo-me de fazer likes em aplicações que depois acabam por me envelhecer vinte anos.



1 comentário: