sexta-feira, 11 de maio de 2012

«Que um fraco rei faz fraca a forte gente»

No manual de Português que uso com o 12.º ano há uma página onde foram transcritas as reacções de várias personalidades ao Prémio Nobel do nosso Saramago. A maioria são mensagens de alegria e contentamento pelo reconhecimento a um autor português. Contudo, há uma que destoa. O bom do D. Duarte terá dito que Saramago «É um autor de leitura difícil e pesada, que insulta abertamente os sentimentos cristãos. Duvido que os membros do júri tenham lido os seus livros. É como se tivéssemos ganho o campeonato de futebol. É bom mas não tem muito conteúdo.»

Haveria todo um mundo de coisas engraçadas a dizer sobre tais palavras supostamente proferidas pelo nosso eterno herdeiro da coroa. Todavia, consigo ser sucinta e suficientemente eficaz ao dizer que é maravilhoso ver que o mesmo país foi capaz de parir duas figuras tão diferentes: por um lado, o génio literário de que todos nos devemos orgulhar, independentemente dos preconceitos que sobre a sua obra existem. Por outro lado, o outro. Sim, isso apenas: o outro.

Notita muito venenosa da autora: Gostava de andar por cá em 2112 para ver de quem se falará e quem será recordado: se o bom do homem que tinha uma escrita pesada e difícil ou se o senhor que não o conseguia ler...

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