quinta-feira, 31 de maio de 2012

Letras sem jeito

Chega a ser fascinante a quantidade de livros sem conteúdo que hoje em dia se publicam. Pergunto-me quantos bons autores ficarão por publicar porque as editoras preferem dar voz a pessoas que até sabem juntar as letras, mas que têm tanto para dizer quanto eu tenho de vontade de levar uma sova. Enfim, a verdade é que agora tudo dá um livro e que isso só acontece porque existe gente tão pouco exigente que aceita como livros alguns volumes que nada dizem, que nada interessam. A exigência, a vontade de encontrar mais e melhor são os únicos caminhos para uma edição literária de qualidade e que não se limite a publicar porcariazitas sem interesse só porque, se calhar, até há alguns pouco iluminados que compram.

4 comentários:

  1. Chama-se a literatura Light... mas tens razão, faz-se livros por tudo e por nada. até irrita.. porque depois nem se sabe o que é bom e mau.

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  2. As editoras são um negócio como outro qualquer e vivem do que vende. Não do que é literariamente extraordinário mas fica na prateleira. :)

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    1. É verdade que são um negócio e que importa abranger todos os nichos de mercado, mas será mesmo preciso lançar tanta porcaria? Consigo dizer de cor 5 ou 6 títulos de livros considerados maravilhosos pela crítica que estão, neste momento, esgotados nas editoras e, portanto, indisponíveis. No entanto, na hora de pensar em publicar, ninguém se lembra de fazer uma edição decente do Oliver Twist: só mesmo de reconher opiniões muito pouco valiosas de gente mais vazia do que a minha carteira e de fazer delas livro. Tudo é um negócio e assim como arranjaram lugar para o mau, poderiam conseguir arranjar lugar para o bom. A editora Relógio d'Água é, em todas as Feiras do Livro, um deslumbramentp! Publica coisas muito boas, ainda que possa ter algumas (poucas) que não valham assim tanto a pena. Tem um catálogo invejável e nem por isso deixou de vender. Outras havia como ela, mas com o tempo foram sendo engolidas pelos grandes grupos editoriais e, consequentemente, obrigadas a mudar de rumo. Ainda assim, existem editoras muito boas que vendem sem terem de cair na mediocridade de livros com os testemunhos de tudo e todos sobre tudo aquilo que vivem, seja ou não interessante. Caiu-me um dente? Pimba: escrever um livro. Tive uma gripe? Vou publicar a minha história. Aleijei-me a cortar pão? Venha de lá esse volume. Sou mãe? Vou já escrever e contar como é difícil e é a mais linda profissão do mundo e mimimimi... Admira-me que ainda se gaste papel com isto, mas vá. Há gostos para tudo. Na minha modesta opinião, que vale o que vale, isto é lixo. Mais nada. Gracias pelo comentário. :)

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  3. Eu também concordo que anda muito lixo por aí, às vezes até me rio ao ver alguns títulos e algumas pessoas a escrever. (são os Angel-O da literatura!)
    Mas enfim, também acho que não deixam de ser publicar grandes obras por isso, há espaço para todos. Para as editoras que ganham rios de dinheiro com palermices que muita gente lê e para as editoras que querem manter um nome, uma tradição, e publicar aquilo que acham realmente bom.

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