terça-feira, 8 de maio de 2012

Os sinais da ignorância

Hoje ouvi, no autocarro, o discurso mais estúpido da minha vida. Um senhor ia indignadíssimo porque o condutor do autocarro que o trouxera até ali, onde àquela hora apanhava o transporte de volta para casa, praguejava porque, e citarei o génio, «o parvalhão do motorista parou em todos os sinais vermelhos que apanhou no caminho: não soube passar nem um!». Sim, minha gente, há pessoas assim, não são seres míticos, como os unicórnios. Mas o melhor é que o senhor queria que concordassem com ele e, por isso, lá ia desfiando o rosário das enormidades para a senhora que teve o azar de se sentar ao seu lado: «Já viu? Parou nos semáforos todos, nem tentou passar nenhum! Há gajos que deviam pagar à Carris para conduzirem os autocarros!». A desgraçada lá ia resmungando um apagado «pois», de vez em quando. Aposto que, na realidade, amaldiçoava a hora em que decidira sentar-se naquele lugar, mesmo ao lado do tipo suicida que queria ver o motorista a praticar contra-ordenações a cada semáforo novo.

Nem sei como ainda me espanto. Já devia estar suficientemente calejada em disparates similares de gente que não conhece a máxima, que gosto de seguir, e que adverte «Se não tens nada de bom para dizer, cala-te.». O silêncio é uma virtude e cada vez me convenço mais de que essa é uma grande verdade esquecida...

2 comentários:

  1. Dasse. Eu tinha mandado a boca ao palhaço...

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  2. epá... eu ontem fui ao cinema e claro, havia pessoa super bem educada a "abacalhar" e não deixar as outras pessoas verem o filme sossegadas... dei por mim a pensar: ai UK, tenho tantas saudades tuas.

    Só para te dar um exemplo, tendo haver com o serviço de bus, as pessoas quando saiem do bus agradecem ao motorista e o motorista agradece de volta por as pessoas terem utilizado o serviço. Isto acontece toda a santa vez, seja com adultos, adolescentes, idosos... Dei por mim a fazê-lo também.

    Acho que pior que ignorância é mente pequena mesmo...

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