sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Menina Sugere Isto XI

Hoje, pela primeira vez, vou sugerir um livro cuja leitura ainda não terminei. Faço-o porque ainda que a história se destrambelhe, a leitura já valeu pelas frases tão acertadas sobre bibliotecas e livros. É um livro pequeníssimo que me deixou rendida desde a primeira linha. Chama-se A Casa de Papel e foi escrito por Carlos María Rodriguez, sendo publicado, em Portugal, pela Asa. No fundo, ali está uma história curta que em setenta e oito páginas mostra como os livros podem alterar a vida de uma pessoa. Pelo meio encontramos frases que espelham bem aquilo que é a relação de um apaixonado por livros com esses objectos tão especiais. Hoje li um parágrafo que julguei muito acertado e que refere um aspecto em que nunca tinha pensado, mas que se aplica a mim também, na medida em que construí já uma biblioteca jeitosinha e muito bem composta para uma pessoa da minha idade. Por ainda não ter muito mais para vos dizer sobre o livro (só li trinta páginas), deixo-vos esse excerto de modo a espicaçar a curiosidade daqueles que, como eu, são loucos por livros e adoram ter sempre mais um.

"A biblioteca que se constrói é uma vida. Nunca é, digamos, uma soma de livros soltos. (...) O senhor acumula-os nas estantes e parecem uma soma, mas, se me permite, trata-se de uma ilusão. Seguimos certos temas e, ao fim de um certo tempo, terminamos por definir mundos; por desenhar, se preferir, o percurso de uma viagem, com a vantagem de conservarmos os seus rastos. Não é simples. É um processo pelo qual completamos bibliografias, preocupados com a referência de um livro que não temos, conseguimo-lo, deixamo-nos conduzir para outro." (Dominguez, 2010: 30-31)

Só por este parágrafo, tão sugestivo para os que como eu arranjam sempre maneira de aumentar a biblioteca, este livro vale a pena. É por isso que a menina sugere isto.


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