Bruno Vieira Amaral assina um dos textos mais engraçados que já li na revista Ler. Nele fala da aparente moda que tem levado muitos autores a incluírem a palavra «pássaro» nos títulos das suas obras. Temos para todos os gostos: desde os estrangeiros Pássaros Feridos e O Pássaro de Peito Vermelho até aos portugueses O Segredo dos Pássaros, Explicação dos Pássaros ou No Meu Peito Não Cabem Pássaros. Importa não esquecer o livro de Agualusa intitulado A Educação Sentimental dos Pássaros e o de Margarida Rebelo Pinto de nome Alma de Pássaro.
Perante esta exuberante quantidade de pássaros, o autor do texto expressa um pedido. E admito que este fez-me desatar a rir em pleno autocarro enquanto lia a coluna. Diz o seguinte «É portanto em nome da preservação das espécies que pedimos aos editores que controlem a vocação ornitológica dos autores e explorem as potencialidades dos peixes e de alguns mamíferos, como as ovelhas, normalmente desprezados na hora de escolher títulos poéticos.»
Ai, adoro! Já estou a imaginar títulos como «Alma de ovelha» ou «Abismos dos bodes». Com títulos assim até eu me sinto tentada a escrever.
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