quarta-feira, 14 de junho de 2017

Os melhores da Feira

Já aqui falei muito da Feira do Livro, tanto este ano como nos anteriores, e hoje volto ao mesmo, desta vez para falar-vos dos pavilhões onde senti que era mesmo uma leitora a ser tratada como tal. Com simpatia e atenção, com mais interacção do que a mera troca comercial que acontece em qualquer loja (ainda que existam livreiros extraordinários, parece-me que o espírito da Feira é diferente do dos estabelecimentos comerciais comuns), com sugestões e conselhos, enfim, editoras cujos pavilhões é um gosto visitar. Algumas estão nesta minha lista de ano para ano, mas este ano entraram duas novas.

A Cavalo de Ferro é, como já aqui disse muitas vezes, uma das minhas editoras favoritas. Além de ter um catálogo extraordinário, faz umas edições bonitas e cuidadas. Do que já li deles, as gralhas são poucas e a parte gráfica permite uma agradável experiência de leitura. Além dos livros que vou comprando ao longo do ano, passo sempre, mas sempre pelo pavilhão da Cavalo de Ferro na Feira do Livro de Lisboa e a cada ano sou agradavelmente surpreendida pelo atendimento dos livreiros que ali estão (alguns são os mesmos de ano para ano, como é o caso da livreira Ana Maurício que tão bem me atendeu há uns anos e que, pelos vistos, por ali continua a espalhar simpatia). Este ano tenho sido atendida por um rapaz de quem não sei o nome, mas que é mais um excelente representante desta belíssima casa editorial. Simpático, atento e pronto para dar sugestões ou tirar dúvidas, tem feito do pavilhão da Cavalo de Ferro um espaço a visitar. Se ainda não foram à Feira, é favor irem e visitarem a Cavalo de Ferro. Além de terem sempre muitos livros por onde escolher, serão certamente muito bem atendidos.

A Antígona é aquela editora que me enlouquece todos os anos. Felizmente, isso acontece por bons motivos. Aquela banquinha de livros manuseados (em que às vezes nem se nota nenhum defeito) leva os leitores à loucura. Já lá consegui muitas coisinhas boas. Mas, mais uma vez, além das pechinchas, o atendimento tem sido extraordinário. Mais uma vez, falamos de uma editora com um bom catálogo e com edições cuidadas, quase sem gralhas, com bom grafismo, enfim, edições que valem a pena. Juntando isso à simpatia e consideração com que tenho sido atendida, a visita torna-se perfeita. A propósito, trouxe de lá este por cinco euros: estava na banca dos manuseados e o único defeito que tem é uma página na qual a guilhotina não deve ter trabalhado muito bem, o que faz com que tenha sido rasgada à mão. Fora isso, está impecável e trata-se de uma edição bastante recente. Mais ninguém o queria e olhem... está ali à espera da nova estante. Visitem a Antígona e encham as vossas prateleiras!

A E-Primatur tem, pela primeira vez, pavilhão próprio na Feira do Livro. O trabalho desta editora já era admirável antes da Feira do Livro: publica os seus livros com o investimento dos leitores. Na página da editora existem vários projectos à espera de apoio. Aqueles que o conseguem são publicados e o leitor que contribuiu com um valor previamente estipulado para a realização do livro recebe-o em casa. O catálogo está a pôr-se jeitoso e as edições são bonitas. Na Feira, atendem-nos com um sorriso, com sugestões e dando-nos a conhecer projectos que estejam para sair. Fazemos uma compra e dão-nos um catita saco de pano e uns marcadores (sem regatear e sem precisarmos de pedir, como temos de fazer noutros pavilhões...). Não sei se a Feira termina sem que lá volte, que tenho a prosa do Mário Henrique-Leiria debaixo de olho.

A Letra Livre é uma livraria/alfarrabista com loja na Calçada do Combro. Consegui comprar no seu pavilhão a obra completa do Borges, esgotadíssima, por dez euros cada volume. Consegui, ainda, que me arranjassem o terceiro volume da História das Mulheres no Ocidente, o único que me faltava. Vinha sem sobrecapa, mas o livreiro teve a simpatia de me arranjar uma sobrecapa e levá-la para a Feira uns dias depois. Muitos ter-se-iam esquecido ou nem sequer se tinham comprometido em arranjá-la, mas na Letra Livre as coisas não funcionam assim e os livros são levados a sério, assim como os leitores que os compram. O pavilhão da Letra Livre está na zona dos alfarrabistas à vossa espera porque de mim já devem estar fartos. 

A Feira tem de tudo, como acontece sempre. Encontram-se boas pechinchas e gente simpática. Encerra no Domingo e depois já só em 2018. Por isso, aproveitem enquanto ainda dá. É sempre bom celebrar o livro e trazê-lo para casa, se possível.

2 comentários:

  1. Bom dia, obrigada pelo feedback à Cavalo de Ferro e a nós que todos os anos representamos a editora com muito gosto e orgulho.
    Até já! ;)
    Ana Maurício e Tiago Soares

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    1. Olá.

      Obrigada pela visita ao blogue. Não tem de agradecer. Quando o trabalho é de facto bem feito e se distingue positivamente de outros, devemos falar dele. Não devemos apenas escrever quando alguma coisa corre mal: é muito importante, também, falar bem.
      Até amanhã. :)
      E obrigada aos dois pela enorme simpatia.
      As Minhas Quixotadas (Patrícia)

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