terça-feira, 6 de junho de 2017

Feira do Livro - rondas... Já lhes perdi a conta!

E mais estes:







Tenho passado pela Feira. O facto de ter tempo livre ajuda bastante. Além disso aproveito o Parque Eduardo VII nesta altura de maior movimento para ficar a ler um bocadinho à sombra e, acreditem, sabe tão bem fazer isso. Com o ritmo de vida que temos, com o pouco tempo que sobra depois do trabalho (coisa de que sofri durante anos), poder ter esses momentos nossos é precioso.

Contudo, não escrevo esta quixotada só para dizer-vos isto. As minhas voltas pela Feira já me permitiram tirar algumas conclusões e partilhá-las convosco aqui. No fundo, são factos e opiniões sobre esta edição do evento, à semelhança do que já tinha feito no ano passado. Aí vão elas.

1. Parece que este ano quem foi à Feira antes do primeiro fim-de-semana pôde encontrar pechinchas que depois disso desapareceram e não foram repostas. Na quixotada anterior mostrei-vos os livros do Raymond Carver e da Nelida Piñon que vieram a preços de saldo (3.50€) do espaço Porto Editora. Pois... Passei ontem pela Feira e não havia nem um para amostra. Agora nos caixotes só estão livros mais caros. Espero que até ao fim da Feira possam voltar a disponibilizar aqueles e outros títulos a preços tão simpáticos como aqueles que consegui.

2. Há muitas editoras que estão a fazer descontos tão pequenos, mas tão pequenos que mal nos apercebemos deles. Quando torcemos o nariz aos preços alguém nos diz “Mas esse vai estar na Hora H”. Ok, bom para ele. Mas se é possível ir para mais de metade do preço entre as 22 e as 23 horas, por que motivo não está pelo menos com trinta ou quarenta por cento durante o dia? Não se compreende. E já cheguei a ver livros do dia com descontos de vinte por cento. Não percebo a ideia. Com tantos livros que podemos comprar naquela feira, a coisa mais fácil do mundo é virar as costas a um preço pouco simpático e passar ao próximo. 

3. É a Relógio D’Água com a Elena Ferrante e a Gradiva com o José Rodrigues dos Santos: não saem do livro do dia. Portanto, quem gosta de outras coisas e espera que elas também cheguem a ser livro do dia lixa-se. Já se percebeu que são autores que vendem, mas assim também se perdem hipóteses de vender outros. Note-se que a Relógio D’Água tem vários livros em promoção diariamente. Mas na parte literária a Elena Ferrante tem estado sempre como livro do dia. Outros livros que até costumavam passar por essa distinção em anos anteriores não tiveram ainda hipótese. Ok, ainda há muita feira pela frente, mas confesso que já enerva isto de pôr sempre os mesmos best sellers em destaque.

4. É capaz de ser o ano em que vejo mais novidades a serem lançadas na época da feira. São apetitosas, é certo, mas estando ainda quentinhas, mal têm descontos. Ficamos a babar-nos para cima delas, porém acabamos por não comprar porque custa comprar na Feira do Livro edições praticamente ao preço de capa. Nos outros anos anteriores não me apercebi tanto deste fenómeno. Se calhar começou este ano, não sei.

5. Algumas editoras (nomeadamente da Porto Editora) optaram por não levar vários livros para a Feira. Por exemplo: têm colocado tantas vezes aqueles livros grandes com os contos dos Grimm e do Hans Christian Andersen como livro do dia que já enjoa e nem sequer disponibilizaram na feira aqueles livros do Francisco Vaz da Silva com as versões dos diferentes contos. Faltam-me dois volumes e pelos vistos vão continuar a faltar. Fiquei um pouco desiludida com esse aspecto. Até percebo que não possam levar tudo, mas estamos a falar de livros recentes, fazia sentido que lá estivessem. Enfim, tenho de desenrascar-me noutro sítio.

6. Parece que o El Corte Inglés resolveu não estar na Feira do Livro este ano. Uma pena. Os livros em espanhol são mais baratos e compravam-se uns livros de bolso de edição espanhola baratíssimos com o desconto da feira. Além disso, era um pavilhão que tinha sempre objectos giríssimos relacionados com livros e com a leitura: candeeiros, marcadores, suportes para livros... Este ano temos de passar sem esse pavilhão. Até me doeu na alma, pois era um dos meus favoritos.

E pronto, por hoje fica assim. Mais umas 476 rondas pela feira e regresso. Hasta luego!

Ps.: Ainda não revi esta quixotada. Depois volto para fazer isso, que agora tenho pressa. Perdoem as gralhas. Serão corrigidas.

4 comentários:

  1. Muitos livros que me dão imensa curiosidade! De todos os que compraste só li o do Camus. Passei hoje para a segunda ronda de feira e os do Jorge de Sena estão todos a 50% mas confesso que ainda assim os acho horrendamente caros. Também já ouvi falar dessas miragens de promoções, mas só fui ontem (e hoje, mas a primeira vez foi ontem) e não vi nada disso...
    Também sinto falta do El Corte Inglés, até ingleses vendia baratos!

    Basicamente: muita coisa que não compreendo (ou que lamento, tipo El Corte Inglés), mas aproveitando sempre a Feira.

    http://barbarareviewsbooks.blogspot.com/

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    1. Eu consegui ir nos primeiros dias de Feira. No primeiro as «miragens» ainda estavam muito reduzidas. No segundo os caixotes com as promoções do grupo Porto Editora estavam em grande. Aproveitei bem e até deu para usar a promoção que fazem em compras superiores a 30€. Basicamente o do Camus veio de oferta. Mas as «miragens» devem ter desaparecido durante o fim-de-semana... É uma pena.

      A falta do pavilhão do El Corte Inglés dói-me na alma. Mas pronto, são escolhas. Talvez tenham pensado que estão demasiado perto da Feira para irem investir num pavilhão. Não sei. Mas tenho pena porque oferecia belas oportunidades para quem lê noutras línguas.

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    2. Sim, o El Corte Inglés era excelente - agora só a FNAC oferece livros em inglês e ainda assim a escolha não é muita...

      É realmente uma pena, "tive" de me ficar pela Hora H :) e um ou outro livro do dia, quiçá!

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    3. Ah, esqueci-me de dizer no comentário anterior que aplaudo a promoção dos livros do Jorge de Sena. Acho que assim ficam acessíveis. Andava há anos para comprar o "Sinais de Fogo", mas os quase trinta euros que me pediam levavam-me a adiar. Um desconto de 50% é simpático. Talvez a editora tenha percebido que com preços daqueles os livros ficavam encalhados.

      Nunca fui à Hora H. Acho que perderia completamente o juízo. Se já assim é o que é... 🤓

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