terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Exageros

No final do ano passado, cruzei-me numa papelaria com a revista que tem esta capa que aqui deixo. 



Bem sei que as revistas cor-de-rosa são coisas horrendas, mas esta capa causou-me ainda mais nervos do que já é normal. Vejamos: mãe do ano? Porquê? Porque teve um filho com o Cristiano Ronaldo?! Hum... Para mim serão mães do ano e de todos os anos aquelas que se matam a trabalhar para sustentar os filhos, que estão lá para eles, mesmo que o tempo seja pouco, que fazem o ordenado esticar até ao máximo para que os filhos possam andar bem alimentados, vestidos, cuidados. Mães do ano podem ser as que perderam tudo nos incêndios e que se viram do avesso para continuar a sua vida e a dos seus filhos. Mas, claro, para as chamadas “revistas do coração”, estas mães não têm glamour suficiente para serem mães do ano. 

A capa indica também a filha de Ronaldo como “a bebé mais aguardada de sempre”. Sim, porque qualquer mulher que tenha tido filhos aguardou com menor expectativa os seus próprios bebés do que a chegada da filha da Georgina. E vá lá que o determinante usado antes de “bebé” está no feminino, senão a mais nova do CR7 chegava a ser considerada pela revista como o bebé mais aguardado de sempre e lá se ia lugar do Menino Jesus, a.k.a. Messias, como o mais esperado de sempre. 

Se calhar há mesmo por aí doidos que vibram tanto com as vidas alheias que talvez para eles a miúda de um jogador de futebol seja mesmo o bebé mais aguardado do ano. E pode acontecer que essas pessoas creiam que a mãe dessa criança é mesmo a mãe do ano só mesmo pelo facto de a ter dado à luz. Há opiniões para tudo. A mim parece-me tudo de um exagero ridículo. Confesso que quando vi a capa até a considerei um pouco ofensiva precisamente pela escolha das palavras “mãe do ano”, mas no contexto de uma revista cor-de-rosa cujos conteúdos são futilidades, lá terá o seu significado. A quem não gosta dessas publicações e não liga um caracol à vida dos famosos, estas coisas ou não dizem nada ou parecem total e ridiculamente desproporcionadas. É o caso. 

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