sábado, 4 de fevereiro de 2017

O acordo (gat)ortográfico

O meu gato, quando mia, faz um som semelhante a "Mcaw, mcaw", o que já de si é extraordinário. Costumo dizer que as suas raízes escocesas a isso o obrigam (só que ele não é escocês por costado nenhum). Já a gatica, fazia "Miau, miau", algo mais de acordo com aquilo que nos ensinam desde petizes relativamente ao som que os gatos fazem.

Ora, a pequena gatica deve andar a levar a história da queda das consoantes demasiado à letra e ultimamente parece um lobito, já que abandonou o "Miau, miau" para iniciar o "Au, au". Portanto, deu-se a queda da consoante e da vogal. Eu sempre achei que havia uma purista da língua dentro dela, mas ao ponto de se entregar desta maneira a alterações linguísticas é de mais. 

Portanto, se agora eu me dedicar a cantar aquela infame canção que fala sobre um pau e um gato (que eu espero sempre que pegue no pau e desfaça a pessoa que lho atirou, deixando-a devidamente desfigurada e com mazelas várias por todo o corpo para que aprenda que não se atiram paus a gatos ou a quaisquer outros animais!), como a terminarei? Se for com o canónico e ortodoxo "miau", estarei a excluir os gatos linguistas e os que se julgam escoceses. O que fazer, então? Seguir a carneirada e manter a vulgar onomatopeia felina em Portugal, ou inovar mesmo à maluca e gritar "mcaw" ou "aaau"?! Problemas, problemas...

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Mas olha que o "mcaw mcaw" é de chorar a rir! É que nunca lhe sai de outra maneira. Depois, sendo um gato de seis quilos e com uma voz fininha... Hilariante!

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