quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A Menina Quer Isto LXXXI

Sempre que a menina vai a uma livraria, desgraça-se. Não financeiramente, que os tempos de desemprego não o permitem, mas em formato de lista que vai ganhando tamanho, temendo-se o dia em que ganhe também consistência de livro(s)... Bom, no fim de semana lá passámos por uma e acrescentei uns itens ao que agora quero ler. Mais ainda: tenho andado a ver no RTP Player os programas de «Os Livros» (passa ao fim-de-semana na RTP3) que ainda não tinha visto. Resultado: pumba, já quero mais uns quantos. Isto assim não é vida, senhores! Isto é borgiano! Só Borges explicaria esta capacidade imensa para puxar um livro atrás de outro e de outro até se viver num labirinto de volumes que, longe de nos asfixiarem, funcionam como ar puro nas nossas vidas. Como  se de uma janela para fora de tudo se tratasse.

Enfim, agora a menina quer isto:






Ou me sai o Euromilhões depressa ou não sei o que será de mim!

Nota: As imagens saíram, como se vê, da página da Wook.

11 comentários:

  1. Os dois primeiros já os comprei, o terceiro pertence ao caso que já discutimos, "valerá a pena ou não". O último já li e apesar de ter gostado, esperava outra coisa.
    Ontem fui uma livraria (de bairro!) e trouxe comigo "Iracema", de Alencar e "Diário de um pároco de aldeia", de Bernanos.

    (Já estás bem?)

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    1. Li o Iracema nas aulas de Cultura Brasileira. Significa muito na história literária do Brasil, mas não me deixou saudades. É a afirmação de uma literatura que se queria nova, diferente da que o colonizador fazia, percebo isso. Mas não gostei. Gosto muito de outros autores brasileiros, mas não desse.

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    2. Ah, ainda tenho dores de estômago, mas já sem febre, felizmente. Não sei o que ne aconteceu. :(

      Pois, eu também tenho receios com alguns livros que parecem ter potencial, mas que podem resvalar facilmente para uma coisa sem interesse nem qualidade. Infelizmente, a única maneira de perceber isso é perdendo boas horas na livraria a folheá-los ou comprá-los e esperar que corra bem. Ai, esta vida de ratinho de biblioteca é muito dura! :)

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    3. Oh, espero gostar. Faz parte da colecção de Literatura Brasileira da Glaciar.
      Lembrei-me de outro livro de viagens, este não tão recente, foi publicado antes da Relógio D'Água ter interrompido a série de viagens (recomeçado entretanto).
      "A ilha de Sacalina", de Tchékhov. Foi, enquanto médico, estudar e conhecer a vida dos condenados aos trabalhos forçados na Sibéria. Não sei se já leste, eu achei muito interessante, a temática dos condenados e das purgas "fascina-me" pelas barbaridades cometidas. Existem muitos livros sobre o assunto, até de um Nobel impedido de o receber.
      Hoje vi duas pessoas a ler livros de que gosto muito. Um lia "O leopardo", de Lampedusa, achei-o fascinante, o filme de Visconti também é lindo, e outro lia "Morte na Pérsia, de Schwarzenbach. Desta última recomendei-te "Todos os caminhos estão abertos" há uns posts atrás, não sei se te recordas.

      Escrevo muito. No quotidiano não falo tanto, ouço muito mais, mas aqui uma coisa leva a outra e depois é o que se vê.

      Se (ainda) tiveres cãibras no estômago vai ver o que se passa, caso ainda não o tenhas feito.

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    4. Sim, ainda tenho isso. E como estive a estender roupa, agravou-se um bocadinho por ter estado dobrada no parapeito.

      Falas-me de tantos livros que não conheço que tenho medo que a minha lista fique sem fim! Mas quero lê-los a todos. Esse de viagens de que falaste parece-me interessante. Sabes que só há pouco tempo, graças ao livro «Eu Confesso», de Jaume Cabré, comecei a querer ler sobre coisas como guerras mundiais, campos de concentração e afins. Até lá fugia dessas coisas, não gostava de conhecer mais sobre essas tragédias. Era um bocado enterrar a cabeça na areia. De um modo geral faço isso: não leio livros que saiba que me vão deixar triste, nem vejo filmes que saiba com antecedência capazes de me fazerem chorar... Mas pelo menos agora já vou alargando um bocadinho mais as vistas e pelo menos já leio sobre as guerras mundiais.

      Eu gosto de pessoas que escrevam muito. Lembro-me de que há alguns anos, aqui no blogue, alguém num comentário criticou o facto de eu escrever sempre textos muito longos que depois não apetecia ler até ao fim. Eu até percebi: hoje em dia é tudo tão rápido e há tantos blogues para ler que parar mais de três minutos num é uma afronta ao nosso tempo. Mas depois pensei: eu gosto de ter leitores, contudo o blogue é sobretudo para mim e por isso não vou encolher textos só porque sim. Eles continuaram (e continuarão) a ter o tamanho que tiverem de ter. Normalmente saem-me sempre gigantes.

      Assim como gosto de escrever aqui, gosto de ler o que tem para dizer quem cá vem. Sejam visitantes novos ou mais antigos, gosto de saber que estão desse lado e de trocar ideias convosco. Reparem: podemos, ao vivo, ser todas mais caladas, mais recolhidas, mas isto é a internet, é outro mundo. Eu também tenho amigos com quem posso falar de muita coisa menos de livros porque nunca lêem (leram) nenhum. Convosco falo sobre eles. Por isso, este mundo ainda tem alguma coisa boa. Permite-nos este tipo de interacção e eu, feliz ou infelizmente, tenho tido tempo para vos escrever e, claro, para vos ler. Os teus comentários e sugestões são sempre bem-vindos. :)

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  2. Claro que a intenção do comentário que escrevi antes era a de mostrar a minha solidariedade.
    Debaixo de olho também tenho "Roma", de Gógol.
    E sim, o Euromilhões ajudaria imenso. Tenho 427 livros na lista da Wook, sempre que compro uns adiciono outros.

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    1. Eu já nem ponho livros na lista da Wook para não ser mais doloroso. Limito-me a pô-los no blogue. Não me caem do céu, mas ajuda-me a lembrar aquilo que quero. No aniversário e no Natal ajuda a que eu nunca tenha presentes para trocar, o que é óptimo. 🙂

      Seria muito, mas muito, muito feliz com o Euromilhões. E faria com certeza muitos animais felizes. O meu sonho, ou um deles, era ter uma espécie de quinta com gatos que fosse resgatando. Uma espécie de paraíso felino onde eles fossem felizes até ao fim. Ah, e um par de burrinhos! Adoro burrinhos, tinha de ter alguns. E um par de póneis. Imagina só o que seria!!! 😃

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    2. Acredito. Eu faria o mesmo, e ainda não perdi a esperança de ter um grande terreno para os animais, clínicas pro-bono, enfim. Um dia, ainda que sem o Euromilhões :) Na Costa Rica há um santuário para cães, são cerca de 900. É um sonho.
      Há uns anos, o mesmo país anunciou o encerramento de zoos, até agora isso não aconteceu, mas quiçá?
      Há um documentário, lindo e extremamente duro de ver, apesar de tudo dá-nos esperança. Chama-se "Virunga" e é sobre os protectores de chimpanzés, encontras o trailer no Youtube, caso queiras espreitar. Comovi-me e chorei mas ficamos a saber que há homens dispostos a tudo para defender aqueles animais.
      É interessante também para melhor percebermos toda a indústria que existe por trás da morte e comercialização destes animais.

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    3. Há uns tempos vi um documentário sobre um homem que fez uma quinta desse género para gatos. Então sempre que havia um gato abandonado, ele recolhia-o e levava-o para lá. Aquilo era um espaço enorme mas vedado para os gatos não fugirem e para não entrar quem lhes pudesse fazer mal. Além de árvores, tinha montes de casinhas pequeninas para eles estarem. Depois tinha um espaço para onde iam os gatinhos mais velhotes que já não conseguissem trepar nem andar muito, e assim conseguiam garantir que eles se alimentavam e que estavam bem. Todos eram esterilizados ao chegarem lá. Tinham montes de diversões (além daquelas que um espaço ao ar livre proporciona), visitas do veterinário todas as semanas, recebiam ração seca e comida húmida (imagina as toneladas daquilo para centenas de gatos) e por lá andavam. Achei tão bonito. O senhor fazia aquilo porque gostava dos animais, não ganhava nada com aquilo. Pelo contrário, toda a manutenção do espaço lhe saía do bolso. Mas era muito bonito ver os gatinhos rebolarem-se-lhe aos pés. Parecia que sabiam que tinham de lhe estar agradecidos. :) Há pessoas que fazem coisas verdadeiramente extraordinárias.

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  3. Caraças. Muito aprendo com estas vossas discussões. Obrigada a ambas.

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    1. Discussões destas valem sempre a pena. Obrigada pela visita. :)

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