sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A Menina Sugere Isto VII

Fui simpaticamente alertada por um seguidor atento do blogue (muchas gracias, filho!) para o facto de há muito tempo não sugerir nada aos queridos quixoteiros. Como não quero ninguém descontente, resolve-se já o problema: sai o sétimo «A Menina Sugere Isto».

Ora bem, como aqui é vira o disco e toca o mesmo, vamos aos livros. A menina hoje sugere um clássico da literatura infanto-juvenil capaz de derreter o mais granítico coração. Sempre ouvi falar dele, vi pedaços da sua mais famosa adaptação ao cinema quando ainda era do tamanho de um gnomo (não cresci muito mais do que isso, diga-se) e li o livro quando já tinha passado dos vinte anos. Lembro-me de que na altura, quando cheguei ao fim da última página, disse que se havia livro que um dia leria aos meus filhos seria aquele. Pela história, pelas ilustrações, pelos valores, pelas personagens, por tudo, tornou-se aquele um dos meus livros de literatura infanto-juvenil preferidos. Agora que penso nisso, acho que é mesmo o meu preferido (o Quixote, embora tenha sido adaptado, não foi escrito a pensar em crianças e jovens).

Falo-vos de O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum, editado pela Relógio D'Água (embora outras editoras também o publiquem). A história é sobejamente conhecida, mas eu não me importo de a apresentar. Dorothy vive com os tios numa terra cinzenta, sem qualquer outra cor que não essa. Por companheiro tem o pequeno cão Toto que, no dia em que um ciclone atinge o Kansas (a tal terra descrita como cinzenta até mais não), é transportado com a menina para um sítio completamente novo e completamente cheio de cor. A casa onde viviam e que lhes serviu de transporte cai em cima da malvada Bruxa do Leste, matando-a. Dorothy fica então com os seus sapatos de prata, sendo-lhe dito que estes têm poderes mágicos, embora ninguém se lembre de quais são.

Dorothy quer regressar para junto dos tios, mas não sabe como. Avisam-na de que talvez o melhor a fazer seja procurar o grande Feiticeiro de Oz que, com certeza, a ajudará a voltar ao Kansas. Terá, portanto, de ir para a Cidade das Esmeraldas e, para isso, seguirá a famosa estrada de ladrilhos amarelos. Pelo caminho encontrará três personagens fabulosas: o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Cobarde. Todos eles têm uma história para contar e, também, desejos por realizar. Por isso, juntam-se a Dorothy no seu caminho até à Cidade das Esmeraldas. Claro que aquela viagem será marcada por muitas peripécias e aventuras, como se espera de um livro para o público infanto-juvenil. Contudo, para mim, este livro é composto por uma narrativa acessível que põe em acção personagens visualmente encantadoras que ficam na memória. Lembro-me perfeitamente de ver o Lenhador de Lata na televisão e de ficar hipnotizada com aquela figura que, de vez em quando, precisava de ser desenferrujada. Esta edição de que aqui vos falo, que foi aquela que comprei e li, inclui as ilustrações originais de W. W. Denslow que, minha gente, tornam o livro numa delícia ainda maior.


Por isso, amiguitos de quixotadas, esta é a minha sugestão para vocês. Ao mesmo tempo lêem um clássico (coisa que só faz bem e que devia passar à categoria de competição olímpica com direito a medalhas e tudo) e uma história muito bonita. Não é toda docinha nem cheia de amor e beijinhos (que essas histórias enervam-me), porém contém outros aspectos importantes para os mais pequenos e para os maiores. Além de apreciarmos uma narrativa cheia de imaginação, podemos deliciar-nos com os três companheiros de viagem de Dorothy, tão necessitados de uma ajudinha por parte do Feiticeiro de Oz, mas também tão capazes de ajudar a menina a chegar ao seu destino. Leiam que provavelmente vão ficar tão maravilhados como eu.
 
 

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