segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um outro lugar

Bem sei que este blogue tem andado moribundo nos últimos dias, mas já estou de volta. Estive no Norte a visitar a família, particularmente a minha avó que passa por alguns problemas de saúde. Felizmente as coisas estão agora melhores, mas gostaria que melhorassem muito mais. Sei que é frase batida, porém tenho de dizer que só o tempo nos dirá como correrão as coisas e eu espero mesmo que corram bem.

Tirando este problema, foi um fim-de-semana engraçado. Vi pessoas que não via há muitos anos, falei com gente quase adulta que só conhecia de fralda e chucha e dei algumas gargalhadas bem boas. Vi uma aldeia que conheci cheia de gente da minha idade e que agora encontrei vazia, velha, deserta. Tive pena e compreendi ainda com mais clareza as palavras de Jorge de Sena ao dizer que «[...] os lugares acabam. Ou ainda antes / de serem destruídos, as pessoas somem, / e não mais voltam onde parecia / que elas ou outras voltariam sempre / por toda a eternidade. Mas não voltam, / desviadas por razões ou por razão nenhuma. / É que as maneiras, modos, circunstâncias / mudam. [...]». A aldeia onde passei as férias na infância e os Natais gelados que sempre manterei na memória é hoje outra e a prova de que os lugares acabam e de que muitas vezes só sobra mesmo a lembrança que deles retivemos.



 

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