quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pedro e o lobo

Hoje foi um acordar difícil. Neste meu singelo prédio existem quase mais cães do que pessoas. Dois deles não são lá muito espertos e ainda não se habituaram à presença de pessoas nas casas em volta do quintal em que vivem, mesmo já vivendo cá há uns cinco anos... Resultado: sempre que alguém, como hoje, precisa de subir a um telhado para fazer um arranjo ou mesmo o simples facto de a pobre vizinha das traseiras ter de estender a roupa é suficiente para os cães quase cuspirem a garganta de tanto ladrarem. Hoje estiveram desde as oito horas até às dez nesses preparos. Deitadinha na cama imaginei crueldades. Não me levem a mal, adoro animais e sou incapaz de lhes fazer mal, mas depois de duas horas a ouvir um «ão ão ão» constante, a sanidade mental começa a ir de férias.

No final, tendo já desistido de tentar dormir, dei por mim a pensar que temos ali um caso de «Pedro e o lobo». Se aqueles dois totós ladram até ao esgotamento porque a vizinha (que eles já deviam conhecer) entende três peças de roupa, no dia em que um ladrão armado em «Spiderman» nos trepar pelas paredes acima e eles ladrarem até à rouquidão ninguém olhará sequer pela janela para ver o que se passa.

Entretanto, faço votos de que a vizinha das traseiras suje e lave pouca roupa já que acordar com estes «ão ão ão» ininterruptos durante duas horas é coisa que mói.

1 comentário:

  1. mas que bela comparação.. eu não suporto o ladrar dos cães é que me irritam mesmo, é isso e os galos a cantar ás 6h da manhã :/

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