No outro dia folheava uma revista e encontrei uma pérola daquelas que comprovam que há melhores caminhos para obter respostas e soluções. Uma moça escrevia uma carta a uma taróloga em que perguntava se a sua vida melhoraria, já que vivia um verdadeiro inferno com um pai alcoólico que batia na mãe e punha a casa em polvorosa com os maus tratos que distribuía para a direita e para a esquerda (estou a parafrasear, já que não tenho aqui a revista). Aquilo quase parecia um pedido de ajuda desesperado, uma vez que a moça ainda dizia que não sabia como conseguiria um dia vir a confiar num homem, depois de passar anos sob os desatinos de um pai sem limites.
Na altura pensei que a rapariga, a ser verdade o que contava, fazia melhor em contactar as autoridades, em vez de estar a perder tempo com exoterismos à distância. E lida a carta dela, também me pareceu que essa dúvida de um dia poder vir a não confiar num homem era, à altura, o seu menor problema, já que os restantes, os presentes, ainda não estavam solucionados.
Perante isto, o que responde a taróloga? Que a moça, na carta, não lhe mandava dados suficientes, tais como as datas de nascimento dos envolvidos, para lhe poder dar uma resposta. E que com certeza um dia confiará em alguém. Ponto final.
Espero que isto tenha dado uma lição à moça e à revista que publica aquilo.
Sem comentários:
Enviar um comentário