terça-feira, 17 de julho de 2012

Saudades grandes

Hoje eu devia estar no programa do Goucha. Estiveram para ali a falar com pessoas que vão SEMPRE passar férias para o mesmo sítio e eu encaixo nessa categoria. Sou uma criatura fiel a uma cidade e sabem lá vocês o que me custa não ir, neste Verão, a Viana do Castelo. Felizmente estive lá na Páscoa, por isso não posso dizer que não fui lá este ano. Mas não estar naquela cidade no mês de Agosto, quando acontece tudo, custa-me muito.

Fui para Viana do Castelo pela primeira vez em 2006 e apaixonei-me a sério. Muito honestamente, pensei que fosse encontrar uma pacatíssima cidade minhota, boa para descansar. Ponto final. Mas numa semana consegui perceber que não era nada assim. E consegui chegar ao ponto em que invejei quem lá vivia. Ainda hoje o faço.

Continuei a ir para lá ao longo dos anos, excepção feita a 2009 em que, por não ter conseguido fazer a reserva a tempo, acabei por ir para Guimarães. Qualquer pessoa normal adoraria Guimarães, mas eu, com os olhos cheios de Viana, não consegui achar muita graça àquela cidade quentíssima e sem rio e mar como a «princesa do Lima». Em Viana do Castelo gosto da paisagem, do rio que vemos entrar no mar quando nos colocamos no sítio certo, da brisa fresca que sobe da água, da limpeza das ruas, do cuidado que todos têm com a sua cidade, do modo acolhedor como recebem os «forasteiros» que aparecem no Verão, da simpatia e genuinidade das pessoas que são tão amorosas, da calma, do silêncio, dos cantares que de repente irrompem em algum lado, do sino da Sé que subitamente acorda para a vida, dos restaurantes maravilhosos que proporcionam experiências únicas, da temperatura amena, da possibilidade de mil sombras para descansarmos sob elas, das lojinhas de lembranças que estão lá de ano para ano à nossa espera, dos preços muito mais baixos do que estes desta capital maluca onde tenho o azar de viver, das esplanadas fantásticas de onde podemos olhar o rio, dos banquinhos à beira do Lima, dos queques de noz, das igrejas barrocas, das procissões tão genuínas, do fogo de artifício durante a romaria, do traje à vianesa, do desfile pela Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, do centro comercial pequenino (quando comparado com os de cá), mas com tudo o que faz falta, das livrarias da cidade, da filigrana, do amor. Sim, porque não sou de Viana, mas descobri nestes anos de férias que se há slogan bem escolhido é mesmo aquele que a «princesa do Lima» adoptou: «Viana é amor». E a ser verdade o outro que diz que «Quem gosta vem, quem ama fica», ainda um dia gostaria de ficar a sério.


4 comentários:

  1. Eu vivo qualquer coisa como a 20km de lá, e eu adoro Viana! :) Ainda não fui lá este ano.. tenho de lá ir fazer as delicias dos meus olhos e percorrer a costa até caminha é mesmo giro, não se já alguma vez foste.

    :) o minho e especialmente Viana é rico em tradições.

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    1. Que sorte. Invejo as pessoas que, como tu, têm a oportunidade de viver em lugares bonitos como esses e que têm sossego, coisa raríssima por estes dias. Estou fartinha de Lisboa. Mudava-me já hoje para Viana se pudesse...

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  2. ps: se um dia pensar em casar queria que fosse em Sta Luzia e uma casa de sonho era naquele monte perto do céu, perto do mar e do rio e na montanha.=)

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    1. Eu gostava de casar na igreja da Senhora da Agonia, que é lindíssima. Há outra de que gosto muito em Viana, mas não me recordo do nome. Enfim, há tantos espaços maravilhosos por ali que o difícil é mesmo escolher. :)

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