Tendo terminado ontem à noite a leitura de O Profeta do Castigo Divino (gostei, mas acho que tem partes redundantes que podiam perfeitamente ser cortadas sem que o livro saísse a perder, bem pelo contrário...), começo hoje o Dublinesca, de Enrique Vila-Matas, que já queria ler há muito.
Mas como hoje foi um dia muito quente e apropriado para jiboiar o máximo possível, ainda passei os olhos por uns capítulos do clássico infantil... Puff e os seus amigos. Deixem-me, sim???
Ai o que eu gosto do «Trigue» (sic) e do «Porquito»! Só não gosto das gralhas todas que já apanhei...
Notinha: As imagens são da página da Wook.
Olá,
ResponderEliminarAcho que abuso da parcialidade quando penso nos livros do Enrique Vila-Matas.
Em relação a este "Dublinesca" achei-o divertido, inteligente, crítico. O apontar o dedo ao meio editorial actual, o partir do mito que é esse monumento de Joyce, as personagens que são algo desenquadradas. Creio que para os livros de V-M são livros para quem gosta de livros, e quantas vezes o estamos a ler e a sorrir pela aspecto pertinente, ou pelo, será mesmo possível:) Boas Leituras
Olá,
EliminarLi ainda pouco (estou a ler na versão original, demora mais um bocadinho) e estou a gostar muito. Achei muita graça à escrita de uma teoria literária num hotel em Lyon num papel que depois fumou. Tendo em conta o livro que depois Vila-Matas escreveu ("Perder Teorias"), fica a ideia de uma ficção que se mistura com a realidade do próprio autor (ou serei eu a divagar muito?). Gostei também da referência ao facto de a personagem principal ter enfrentado o fracasso da editora porque se recusou a editar as coisas góticas que agora se publicam e que vendem bem. Pareceu-me um, nas suas palavras, claro «apontar de dedo» ao que agora se vai passando no mundo editorial.
Pegando ainda no que diz, se os livros de Vila-Matas são para quem gosta de livros, então gostarei com certeza de o ler.
Obrigada pelo comentário e boas leituras também!
Apesar de existirem traduções bastante boas,acredito que não há nada como ler no original, podemos alcançar a ironia, alguns aspectos psicológicos tanto de autores, como em última análise das personagens, que se perdem na tradução. Sim concordo que se notam traços biográficos, especulo até que ponto um autor, a sua vida, é dissociável do que escreve (creio até que essa é uma discussão antiga e ainda bastante acesa). Há um aspecto bastante interessante e enganador que se vai descobrindo nos livros deste autor, que são as citações atribuídas a outros escritores, ou seja inicialmente temos a percepção de que V-M está a citar um autor, mas grande parte dessas citações são invenções, deixando-nos desestabilizados com as associações que fazemos, acreditamos-não acreditamos. Se algum dia tiver oportunidade de folhear o "Mal de Montano", este é um título que é próprio aos que "sofrem de literatura". Fico a aguardar o seu comentário ao livro. :D
ResponderEliminar