domingo, 15 de julho de 2012

E tudo o vento levou


Hoje foi dia de praia e deixem que vos diga: estava vento. Já estou no conforto do lar, já tomei um maravilhoso banhinho e ainda me parece que sinto duas colheres de sopa de areia entranhadas em cada orelha, mais um baldinho daqueles que os miúdos usam para fazer castelos espalhado por partes do meu corpo que nem sei bem se tenho ou não. Enfim, acho que nem com cinco banhos seguidos conseguiria tirar deste já de si problemático e revolto cabelo toda a areia que para lá se mudou durante o dia de hoje.

É uma coisa muito desagradável. Levanta-se uma pessoa quase de madrugada (acreditem no que digo) para aproveitar todas as horinhas do dia e depois chapam-lhe com sacos e sacos de areia pelas trombas?! Quer uma pessoa comer a sua sandocha em sossego enquanto ganha uma corzinha nas nalgas e vê-se quase enterrada no areal trincando pão com qualquer coisa estaladiça e pouco saborosa, fruto da erosão das rochas sedimentares (ah, as aulas de Ciências do sétimo ano...). Muito pouco agradável.

Mas enfim, como persistentes que somos, tentámos aproveitar o dia conforme íamos conseguindo. Por isso a senhora das bolas de berlim ganhou três euros e eu ganhei mais um quilo e meio em cada perna. Felizmente, quando fizémos este investimento nas nossas células adiposas, ainda o vento não tinha aparecido por isso posso assegurar que nesta fase comi açucar refinadíssimo e não areia aborrecidíssima. Souberam-nos muito bem.

Depois de um banho em água gelada e de nos termos transformado em croquetes de tão cobertos de areia que estávamos (cocktail explosivo: protector solar pegajoso + água termal + areia + sal), resolvemos fugir. E aqui paro para fazer um juramento: nunca, mas nunca, mas mesmo nunca voltarei a sair de uma praia durante as horas em que o areal atinge uma temperatura obscena. É que me retirei airosamente montada nos meus chinelos e mesmo assim consigo sentir ainda, horas depois, a queimadura nos dedinhos gorduchos que Deus me deu. Cuidei que morria a caminho da saída da praia. Gentes, não chorei por vergonha, que embora pequenita, sou já velha para tais espectáculos. Areia a ferver e chinelinhos descapotáveis: no más!

Portanto foi assim. Nunca o título «E tudo o vento levou» se pôde aplicar tão bem a qualquer coisa. A mim levou-me a paciência e por pouco não me levava o chapéu-de-sol...

2 comentários:

  1. Ai que má experiência, isso do vento já é o "Pão nosso de cada dia", tem estado abafado mas no litoral sempre vento e areia e todas essas coisas é mesmo o que mais me chateia.Mas conseguiste comer uma bolinha de berlim sem seres surpreendida pelas tempestades de areia. Sabes eu dizia que na Grécia as pedrinha na praia eram chatas, mas pelo menos não voavam nos dias de vento e nem ficamos croquetes e nunca chegava a casa com meio quilo de areia. Bem é o que temos. :p Menina só espero que os teus próximos dias de sol não sejam assim..

    beijinhos e bom verão

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    1. Nunca tinha chegado a casa com tão mau aspecto. A minha pele vinha branca devido ao protector que não foi absorvido devido à camada de areia que a minha pele tinha sempre. Parecia mesmo um croquete! É um bocado frustrante estar na praia num dia assim.

      Também espero que não. Mas parece que por aqui aos fins-de-semana o vento aparece para dar um arzinho de graça.

      Beijinhos e igualmente (e boa sorte para a candidatura que fizeste). :)

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