terça-feira, 24 de setembro de 2013

Explico-me

Quando digo que vou começar a vender alguns dos meus livros, há dois tipos de reacção: a daqueles que acham muito bem porque é um exagero ter, com esta idade, tantos livros em casa; e a dos que ficam chocados sem perceber como consigo eu separar-me dos objectos de que mais gosto.
 
A verdade é que há duas razões para fazer o que agora decidi fazer, dando início ao blogue que ontem apresentei. Por um lado, porque se há coisa que gosto de fazer é de lidar com livros (não apenas de lê-los) e gostava de começar por algum lado. Já que ainda não posso cumprir o sonho de ter a minha própria livraria, esta foi a forma que encontrei de começar a tentar perceber em que estado as coisas estão. Já trabalhei numa livraria, consegui conhecer mais ou menos como funciona o meio, mas há outras coisas que gostava de aprender. Talvez, se as coisas correrem bem, consiga daqui a algum tempo responder às questões que me coloquei. Por outro lado, existe, sim, uma quantidade exorbitante de livros nesta casa e, sinceramente, não vou deixar de comprar mais. Parte do que colocarei à venda corresponde a livros que já li e que não relerei. Se por alguns tenho um sentimento de posse muito forte que não deixa ver-me livre deles, com outros tal não acontece. Assim sendo, melhor é que passem para quem também os queira ler e que não fiquem trancados nas prateleiras de alguém que não mais lhes pegará. Importa ser prático e parece-me que o estou a ser.
 
Com honestidade, não gostaria de trabalhar como professora até ao fim dos meus dias. Pelo menos, não da maneira como hoje se encontra o ensino. Como tal, qualquer passo numa outra direcção conta, mesmo que seja tão pequenino quanto este. Se tudo isto não chegar, encarem-no como uma ocupação que me ajuda a desligar do que vai acontecendo diariamente no âmbito da minha profissão.

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