quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O fim de "A Vida é Bela"


Hoje consegui o reembolso por um voucher de "A Vida é Bela" que não cheguei a ter oportunidade de utilizar. Depois de ter sabido ontem que a Fnac estava a reembolsar os clientes cujos vouchers haviam sido comprados lá, resolvi tentar hoje a minha sorte. Como tinha sido uma prenda do Natal passado, não tinha talão (é feio, mas cada vez me convenço mais de que temos de dar tudo com talão), mas pela notícia divulgada ontem, a loja estava a reembolsar também os clientes que não tinham talão.
 
Chegada à Fnac do Chiado, fui atendida por uma funcionária que, após saber que eu não tinha talão, me enfia diante do nariz um formulário onde me pedia todas as informações possíveis sobre a compra, inclusivamente o número da transacção multibanco. Recordo que este foi um presente do Natal passado... Queria o nome da compradora (que não fui eu), o número de telefone, a morada, o email, o banco, o número do cartão com que pagou, a data da compra... tudo! Não me pediu o número da roupa interior da compradora porque não calhou. O melhor é que o reembolso devia ser para mim e sobre mim não queria informação nenhuma. Expliquei-lhe que não lhe conseguia dar tudo o que pedia, até porque a compra tinha sido feita há um ano. Ela respondeu que devia dar-lhe o maior número de informações possível para poderem fazer uma busca nos arquivos das vendas e chegar à segunda via do talão. Repeti que não conseguia tudo e perguntei quanto tempo levaria este processo todo até eu ver o reembolso. Acho que ia desmaiando quando me disse «dez dias».
 
Tentei fazer a menina entender que o que pedia era impossível, mas ela continuava com um ar sofrido a dizer que tinha mesmo de ser. Lá fui preenchendo o papel, embora continuasse a não perceber por que razão tinha de dar os dados da compradora e meu nem sequer o nome. Entretanto telefono à minha irmã para lhe perguntar algumas das informações, como o email e a morada. Digo-lhe o que se está a passar e ela diz que talvez consiga descobrir o número da transacção. Desliga a chamada e eu aproveito a passagem diante de mim de um outro funcionário para lhe perguntar por que razão não queriam nem sequer o meu nome se eu é que ia ser reembolsada. Ele olhou para mim como se eu fosse louca. Expliquei-lhe que havia sido o que a colega me dissera, ao que responde «não... não é necessário isso.». Só precisava de ver o voucher e de saber mais ou menos quando tinha sido comprado. Entretanto vai ao computador com a caixinha na mão e nesse momento a minha irmã telefona com a informação da data da compra. Agora imaginem o meu espanto quando eu a escrevo num papel para entregar ao funcionário e ele já vem ter comigo com uma segunda via do meu talão na mão. Ou seja: ele nem sequer precisou de saber o dia da compra para resolver o problema. Deu-me logo um cartão da Fnac no valor do voucher e despachou-me dali.
 
Agora eu pergunto: como podem dois funcionários do Apoio ao Cliente agir de forma tão díspar? Como pode ser tudo tão difícil para uma e tão ridiculamente fácil para outro? Se afinal era tão fácil fazer o reembolso, para quê a quantidade de entraves que a rapariga me colocou (a mim e a outros porque me mostrou requerimentos feitos por outros clientes com cópias de extractos bancários). Fiquei fascinada com a diferença de atitudes e com o facto de uma quase impossibilidade ter passado a ser possível ainda antes de eu ter desligado o telefonema da minha irmã. Mas ainda bem: fiquei com quarenta euros para gastar na Fnac e vi-me livre de um mono cujo dinheiro da compra seria impossível de reaver em breve, dada a proximidade do final do prazo de validade.
 
Uma coisa é certa: vales com experiências é coisa que me parece que nunca mais vou querer receber. "A Vida é Bela" era coisinha de que gostava e que encarava como sendo uma excelente ideia. Mas a falência repentina, deixando muitas pessoas sem saber muito bem o que fazer com aquelas caixas «de dinheiro empatado» foi um acontecimento desagradável. Não fossem algumas lojas terem-se disponibilizado a fazer as devoluções e seríamos muitos os que ficaríamos a perder dinheiro. No Colombo, onde antes era o quiosque de "A Vida é Bela" está agora outra empresa do mesmo género. Parece-me a forma mais rápida de abrir falência: abrir um negócio semelhante ao que antes ali funcionara com uma empresa que levou as pessoas a inundarem a DECO com queixas. Enfim... Há visões para o negócio que não se compreendem mesmo.

1 comentário:

  1. até fiquei cansada de ler este post. credo tanta burocracia! Eu acho que desistia com tanto inquérito! :D

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