quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

«Que não se muda já como soía»

Não sei por que motivo as superfícies comerciais que vendem material escolar procuram ter disponíveis mochilas para meninas. Basta olhar para o portão de uma escola à hora da entrada para se perceber que uma parte significativa das meninas do terceiro ciclo e do secundário não usa nada disso. Andam com os livros debaixo do braço e levam ao ombro uma mala «de senhora» mais jeitosa do que a minha!
 
Percebi isso hoje enquanto esperava pelo autocarro. Diante de uma escola ia vendo o desfile que antecede a entrada e, minha gente, foi o suficiente para perceber como param as modas na Bershka e lojas similares. Lembrei-me de que também eu fui uma peneirenta de primeira, totalmente alérgica a casacos e capaz de passar um dia de Inverno rigoroso com apenas duas camisolas em cima do pêlo. E o melhor é que não tinha frio nenhum. Quanto à mochila, usei-a até ao secundário. Depois habituei-me à moda do «livro à chuva» e ainda hoje estou para saber como raio acartava sob a asa o caderno e os quatro livros de que precisava para um dia normal de aulas. Mistérios... A mochila só ia comigo de vez em quando. No décimo ano ainda me fez companhia, mas no ano seguinte dei-lhe folga e só a deixava sair em dias de visita de estudo. Como eu havia muitas mais meninas, por isso não me admira que hoje a situação esteja na mesma. Bem, na mesma não: eu levava os cadernos debaixo do braço e não usava mala jeitosa nenhuma. Já estas meninas que agora vejo coordenam a malufa com o resto da roupinha. Nunca cheguei a tanto, felizmente, até porque detesto malas e já na altura detestava. Tanto por este ódio por malas quanto pela indumentária das meninas só posso concluir que há mesmo coisas que nunca mudam.

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