segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Piropos?!

Acho muito querido da parte dos meninos das obras aqui da rua que, depois de uma manhã no cabeleireiro em que paguei o equivalente a umas quantas horas de trabalho e do qual saí a sentir-me mesmo gira, me tenham lançado o seguinte piropo, em jeito de troca de palavras entre si:

- Psssssst. Pssssssssssssssssssst! É rechonchudinha, mas vai lá vai...

Estive vai não vai para parar e perguntar o que era feito do «Então mas as flores já andam?» ou do «Ó jóia, anda cá ao ourives.», ou até mesmo do «Furava-te toda até achar petróleo!», que tanta classe tem, mas achei que o facto de um deles usar as calças a meio das nalgas, deixando boa parte do seu fiofó peludo de fora não augurava nada de bom. Um curso de engate leccionado aos trolhas durante a hora de almoço também não estava nos meus planos. Aceitei, portanto, o "rechonchudinha" que até acaba por ser fofinho. Não me chamaram escanzelada, nem cabo de vassoura e muito menos popota, por isso posso respirar de alívio. Podia ainda, santo Deus!, ter sido votada ao olvido, porém tal não sucedeu. Tive direito a um piropito. Fraquinho, mas foi um piropo. Todavia, nem repararam no meu cabelo acabadinho de arranjar... Não notaram nada de novo em mim! Devo aborrecer-me com essa parte?...


Notinha: Ainda recordo o dia em que, aos catorze anos, um jovem amigo dos meu antigos vizinhos da frente se apaixonou perdidamente pelo meu cabelo. Mal sabia ele que tinha acabado de sair da cabeleireira e que, qual Cinderela à meia-noite, bastava uma lavagem para destruir aquela beleza toda e voltar a parecer um cacto doente. Doze anos depois e já nem os trolhas me elogiam o cabelo. Talvez me atire da ponte ainda esta noite...

4 comentários:

  1. Não acho que os trolhas saibam apreciar cabelos sinceramente XD. Já não há aquela cultura de piropos que havia há dez anos atrás. Agora é tudo feito pelo facebook.

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    1. Uma pena. Muita da cultura popular perde-se cada vez que um trolha muda de vida. Alguém devia fazer uma antologia com os melhores piropos. Quero que os meus netos venham a conhecer a riqueza cultural dos trolhas da época áurea. (eheh)

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