segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A colecção I

Há uns dias falei nas minhas três colecções e disse-vos que adivinhassem em que consistiam. Duas pessoas disseram que uma delas era composta por livros. Bom, isso é um território demasiado vasto para ser coleccionável. Uma das ideias que devemos ter presentes ao iniciarmos a colecção é que o universo de objectos deve ter fronteiras limitadas ou a colecção não passará de uma pequena amostra de qualquer coisa. Assim, uma pessoa pode ser dona de muitos livros. Daí a coleccioná-los vai um passo muito grande. Tenho já bastantes (principalmente se pensarmos que só tenho vinte e seis anos), mas não os colecciono. Não os arrumo numa caixinha para os adorar só de vez em quando. Não: tenho-os nas estantes, empilhados por aqui e por ali e sempre disponíveis para serem lidos, sublinhados, folheados, anotados. Não se faz isso com uma colecção e, tanto por isso como pelo facto de o mundo dos livros ser demasiado vasto para formar uma com pés e cabeça, não é essa uma das minhas colecções.

Agora, é verdade que colecciono um tipo de livros. Disse-o na quixotada sobre a Feira da Ladra. Colecciono edições do Dom Quixote de la Mancha, de Cervantes. Pronto, assim colecciono apenas um título, mas nas várias formas que tem assumido ao longo do tempo. Monetariamente a colecção não deve valer um caracol, mas afectivamente vale muito e eu gosto muito de namorar os meus Quixotes.




Esta é uma das minhas edições. Comprei-a numa Feira do Livro de Lisboa, talvez há uns seis anos, no pavilhão do El Corte Inglés. Creio que esta edição foi uma das que em 2005 comemoraram os quatrocentos anos da publicação da primeira parte do Quijote. É da Editorial Everest e as ilustrações são de Vela Zanneti.

Sem comentários:

Enviar um comentário